03.04.20
Olho pela janela;
E vislumbro os silêncios,
De uma Lisboa despida;
Timidamente escondida,
Receando a coroa;
Que se torna ferida,
Esventrando a alma,
Da esquecida essência Humana...
Somos todos sem abrigo;
Neste tempo de pandemia,
Palavras soltas ao vento,
Por entre ondas e maresia...
Nada parece fazer sentido;
Tudo parece encoberto,
Nesse futuro entorpecido,
Presente deserto...
E por entre a esperança;
Essa que ainda subsiste,
Gritam os sonhos cancelados,
De sonhadores passados...
Talvez um dia;
Certamente um dia,
Voltaremos a soletrar,
Cada parte do destino,
Sem medo de sentir,
O "normal" querer de todos nós...
Oxalá.