01.07.18
Nunca vi o Sporting jogar tão bem, como aquele Sporting de Peseiro em 2004/2005, onde conseguiu chegar à disputa do titulo nas últimas jornadas, num desfecho Paraty, e à final da Taça Uefa em Alvalade, final essa que me escusarei comentar, tal a tristeza que ainda hoje guardo em mim.
José Peseiro regressa à casa de partida, volta ao lugar onde tudo pareceu brilhante, imensamente perfeito.
Infelizmente para Peseiro e para os Sportinguistas não foi assim...
Perdemos o titulo, fugiu a Taça Uefa e sobrou tristeza, amargura, resquícios de contestação que acabariam por se manifestar no inicio da época seguinte, levando ao despedimento do treinador e ao fim da linha para a direcção que o apoiava, liderada por Dias da Cunha.
Por razões que me abstenho de aqui referir, estive com Peseiro no inicio da época de 2005/2006, na Academia de Alcochete, e logo ai tive a noção de estar diante de um homem em fim de linha, sem capacidade de liderança no grupo de então, submerso em fantasmas inultrapassáveis...
No entanto, reconheço a Peseiro essa imensa virtude de colocar as suas equipas a jogar um futebol atraente, sedutor, mas infelizmente não vencedor.
Para os jovens de Alvalade, sobra mesmo assim, uma certeza importante...
Peseiro não tem receio de apostar na formação, antes pelo contrário, que o digam João Moutinho, Nani ou André Silva.
Essa virtude ninguém a poderá contestar.
Nunca escolheria José Peseiro, sendo que muito provavelmente, qualquer um desses nomes que desejava, rejeitariam ingressar no "meu" Sporting, neste momento.
Espero que Peseiro seja feliz, tão feliz como a esperança Leonina presente em meus sonhos, esses mesmos sonhos que fazem parte deste sentir da minha alma.
Para terminar, referir apenas, este pequeno facto que me deixou deslumbrado:
Aeroporto de Riade, Arábia Saudita, no centro da cultura Sunita, radicalmente Islâmica, num mundo conservador sem medida...
"Jesus, Jesus, Jesus!" Gritavam em loucura os milhares que aguardavam Jorge Jesus, o novo treinador do Al-Hilal.
Em terra de Sunitas, uma multidão gritando o nome de "Jesus"...
É obra!
Só mesmo o Jorge Jesus.
Viva o Sporting
Filipe Vaz Correia