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Caneca de Letras

18.03.17

 

Admito que já não consigo ouvir falar das agências de rating, das suas opiniões, das constantes preocupações, os interesses meio velados, as conclusões sempre crispadas...

Os anos passam e o massacre continua, trimestre após trimestre, sempre nublado, sombrio, adivinhando os temporais que felizmente, tardam em chegar.

Aqui não me interessa julgar a sua importância para a regulação global, a supervisão permanente para os investidores atentos, tendo em conta, aqueles países e empresas mais próximos do risco...

O que aqui me interessa discutir, é o que sinto diante destas constantes interrogações sobre o futuro deste solarengo país, ignorando a capacidade Lusitana para encontrar soluções, onde os outros apenas veem problemas...

Para o desenrascanço Português.

Já sabemos que a divida é gigantesca, impagável, pelo menos com estes juros, que a banca Portuguesa enfrenta dilemas, que a economia se depara com infindáveis desafios...

E então?

A divida Americana, é menor?

O déficit Francês, é menor do que o Português?

A solução política Holandesa, é menos confusa do que a nossa?

Quem é afinal, o campeão da Europa de futebol?

A que país pertence, Cristiano Ronaldo?

Tudo conclusões que não entram nos relatórios dessas agências de rating, que amiúde se recordam de acompanhar o senhor Schauble, nos desejos sombrios, sobre o céu nacional.

Pois aqui, formulo aquela que deveria ser a nossa resposta, a estes insuportáveis, pregadores de desgraças:

Pedir ao Procurador Rosário Teixeira e ao Juiz Carlos Alexandre que iniciassem uma investigação, sobre os fundamentos e os propósitos destas agências de rating e as suas insistentes conclusões e se possível as prendessem preventivamente, de maneira a que pelo menos no próximo ano, não pudessem emitir qualquer boletim sobre o nosso país...

Se possível ponderassem também, sobre o FMI e transformassem a nossa divida, numa saborosa indemnização, que nos livrasse dos vários Milhões de Milhões, ainda por pagar...

As noticias mudariam e passaríamos a ser nós enquanto país, a avaliar trimestralmente, a situação destas mesmas entidades e a sua respetiva liberdade.

Já estou a imaginar, os noticiários na CMTV e os seus respectivos comentadores, a discutirem horas a fio, o destino destas instituições, os prazos para os seus julgamentos e os intermináveis interrogatórios...

Garantíamos paz, sossego e audiências...

E certamente diversão. 

 

Filipe Vaz Correia 

 

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