05.02.21
O lado poético da minha alma ou a inenarrável vontade de poetizar, as imensas coisas que vejo...
As coisas que imensamente sinto.
Adoro escrever, é algo que faço de forma compulsiva, que está inerente a mim mesmo, no entanto, nada me faz mais feliz do que desabafar em verso, aproveitando o tempo para me perder por entre rimas, indecifráveis interrogações que ganham vida no papel, no computador, na infinita memória.
A poesia, esse gosto herdado de minha Mãe, também ela uma escrevinhadora compulsiva, que insistentemente desabafava no papel, alegrias e tristezas, memórias e esquecimentos, desgostos e amargas contradições de uma vida...
A sua vida.
Sempre de maneira poética, rima após rima, verso atrás de verso, como se tudo ficasse mais belo em cada poesia, por força da expressão harmoniosamente poética, deste mistério que é a vida.
Por vezes sinto, de olhos bem fechados, que as palavras se formam descontraidamente, num gigantesco mundo, ruidoso momento libertário, conjugando ideias, buscando trilhos para as imagens que se querem abraçar, numa construção de emoções, de medos e anseios, reflexos ou desejos, explanados disfarçadamente...
Delicadamente.
Para mim, um poema é essencialmente a entrega absoluta da alma, da nossa ou daqueles que através da nossa imaginação, parecemos saber descodificar...
Em cada poesia, através de cada uma, parece num instante que a tristeza pode ser bela, a dor adormecida, a mágoa entrelaçada, e a magia...
A magia de unir todas as pontas de uma canção, numa folha de papel, em quadra, em verso, em descompassados instantes de um coração.
Viva a poesia.
Filipe Vaz Correia