18.02.21
Sempre detestei aviões, viajar por entre as nuvens nesse animal inventado pelo homem, no entanto, estranho será dizer que a viagem que voltaria a fazer, foi precisamente a mais longa que algum dia fiz...
Um contra-senso?
Talvez seja, no entanto, é a mais pura verdade.
Sempre achei que ao entrarmos num avião arriscamos a vida, um género de fobia muito minha, o que faz com que reze constantemente durante a viagem, acreditando até que de forma irritante para quem comigo viaja, mas é importante na minha mente garantir toda a ajuda possível para que nada corra mal.
Sinceramente jamais arriscaria que no meu epitáfio ficasse registado que ia num avião que tombara a caminho da Republica Dominicana, Recife, Cancun ou outro destino que tal, pois entendo que para arriscar a vida é necessário mais do que uns mergulhos numa qualquer praia...
Para praias não preciso sair de Portugal.
Atenção, sempre respeitando outras opiniões...
No entanto, arriscaria São Petersburgo, Paris, Roma, Cairo, Rio ou até Havana, rezando como nunca e esperando que o dito animal se portasse condignamente.
Mas aquela cidade que provoca estas minhas saudades, esta vontade imensa em regressar é a bela e sedutora Nova Iorque, da qual esperava eu muito menos do que realmente ela me deu...
Nova Iorque seduziu-me inexplicavelmente, pejada de luz e cheiros, de uma multiculturalidade impressionante, formigas por entre a multidão mas incrivelmente acolhedora, numa espécie de museu constante misturado com o ritmo acelerado de uma festa interminável.
Aquela magia envolvente que não esperava, esse amarrar de alma num banho intenso aos pés do Rio Hudson...
Aproveitaria também para dar uma escapadinha a Boston, sentir um pouco daquele espírito Irlandês que ainda subsiste em cada bar e por aquelas ruas.
E terminaria a minha viagem nos Hamptons, numa bela casa de praia, bebendo um bom vinho branco gelado enquanto aqui escrevia mais um post...
Que saudades de Nova Iorque e das malditas oito horas de viagem.
Filipe Vaz Correia