05.06.19
Sou por princípio contra a eutanásia...
Porquê?
Nem eu sei.
Talvez por educação, valores que me foram incutidos na terna infância, por palavras, ideias ou através da inquebrantável fé, contada e explicada desde o berço.
Mas será assim?
Quem sou eu para julgar a decisão de outrem, de alguém que decide a sua vida, por entre, as agruras e dores que dentro de si habitam?
Ao ler a notícia que relata a eutanásia de Noa Pothoven, a menina Holandesa de dezassete anos que decidiu ser eutanasiada, senti a necessidade de tentar entender, de através das suas palavras entrar um pedaço nesse mundo seu.
Nessa carta de despedida no Instagram, a menina Noa relatou os abusos sexuais que sofreu ao doze anos, assim como, a violação que sofreu aos quatorze, feridas sangrando que lhe roubaram a inocência ou a perspectiva de viver.
Tantas dúvidas no meio de tamanha tristeza...
Como poderemos julgar o que verdadeiramente desconhecemos?
Nessa carta de despedida, Noa reflecte sobre a falta de cuidados psicológicos ou psiquiátricos na Holanda para pessoas que sofrem deste tipo de doença mental, claramente contrastando com as inovadoras e avançadas leis que permitem a qualquer pessoa, com mais de doze anos, poder decidir sobre o fim de sua vida.
Neste domingo, Noa despediu-se dos seus, dessa vida que tanto sofrimento lhe causava.
Descanse em paz menina Noa e que a sua História possa servir de exemplo para todos nós...
Pelo menos nos faça pensar.
Filipe Vaz Correia