10.12.21
fotografia aleatória
Em cada recanto daquele monte alentejano;
vejo os rostos dos meus avós
em cada retrato naquelas paredes
oiço o som desnudado de sua voz
em cada quarto, sala
encontro esse tempo só
do que sobrou
se tornou pó
vida que não regressa...
Em cada sorriso, agora, calado;
encontro um pedaço de mim
por cada momento, agora, silenciado
uma memória sem fim
de um tempo imaginado
que sobrevive assim
na minha alma...
E ali guardados;
quadros vivos pendurados
contando pincelados
os momentos reencontrados
desse passado
de antepassados
meus...
Em cada recanto daquele monte alentejano;
somente naquele lugar
somente debaixo daquele luar
ouso me reencontrar...
Naquele monte alentejano.