27.10.18
Não tenho com quem falar;
Nesta constante gritaria,
Nesse estranho esvoaçar,
De um extremo para o outro...
Gritos e mais gritos;
Olhares aflitos,
Sinónimos malditos,
Neste mundo em que habito...
Braços no ar;
Ódio a vociferar,
Ameaças a chegar,
Sem parar...
E o moderado;
Do outro lado da estrada,
Mudo...
Ensurdecido;
Esmagado por entre a multidão,
Caminhando para o abismo,
Desesperada escuridão...
Gritos e mais gritos;
De um lado e do outro,
Num constante absurdo,
De um mundo em desconstrução...
Já não grito;
Já não sonho,
Já não fujo...
Só observo desencantado.