04.11.16
Recuso-me a comer;
A deixar-me corromper
Recuso-me a esquecer
Esta ditadura, este poder...
Não fecho os olhos, não descanso;
Tenho medo do que me rodeia
Desta liberdade em suspenso
Dessa hipocrisia alheia...
Sinto o receio nos paus mandados;
O temor nos mandantes
Esses galos emproados
Disfarçados de governantes...
E assim chega o inferno;
Sendo presos só por ler
Neste imenso inverno
Nesta Angola a morrer...
Cabe-me assim lutar;
Por aquilo em que acredito
Pelo futuro que irá chegar
Trazendo outro grito...
Gritando enfim democracia;
Sonhando com o coração
Podendo ler numa livraria
Chamando-me Luaty Beirão.