24.05.22
Tenho medo de voar, do rosmaninho e da salsa, dos coentros e dos espargos, da generalidade dos receios.
Tenho vontades e saudades, contradições de sobra, demasia repleta de preto, orvalho que antecipa trovoada.
Tenho soletradas canções em noites de luar, perpetuando a musicalidade escondida em teus abraços.
Prosas e poesias de encantar, nesses beijos em forma de toque, em cada partícula de teu sabor perdido em mim, perdido no meu.
Quero, quero muito, nesse querer que se entrelaça na tua pele, nesse adeus que insistimos em manter...
Volta o tic tac do relógio, o desespero plasmado em teu rosto, ou será no meu?, as voltas empedernidas do quotidiano.
Soletro cada parte de ti na memória, esperando que se guarde a nossa história num bonito livro de cabeceira.
E se um dia sonhares, tentando recordar o que fomos, que pinceles numa tela em branco o pulsar do nosso amor...
Ou o cantar de um trovador.
Filipe Vaz Correia