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Caneca de Letras

22.05.22

 

Fugi de mim mesmo;

arrepiado de medo

num segundo, segredo,

noutro instante o reflexo temido.

 

Já não sou a voz que ecoa

nem o menino que existiu

sou apenas a amálgama que sobrou

de tanto que prometeu...

 

Mas sobra em mim o tamanho de esperança;

desse querer desmedido,

das promessas falhadas

em tantas quedas de água.

 

Em tua mão prometi me perder

e aqui estou...

a cumprir cada folha desse ramalhete

em cada peça do alfabeto.

 

Viva o agora;

o nunca, o ausente

entrelaçarei cada parte de mim

nesse rendilhado de imagens

que perdurará...

 

Perdurará em cada partícula de nós.

 

Porque mesmo que o amanhã se ausente;

jamais nos tirarão a memória.

 

 

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