16.10.19
António Costa apresentou os nomes do seu Governo ao Presidente da República e em seguida a todos os Portugueses.
Um Governo surpreendente, politicamente surpreendente, tendo em conta o privilegiar da componente de confiança política, em detrimento da “suposta” competência.
Costa é um homem que gosta de concentrar poder, de ter o comando dos detalhes e por isso privilegia, vezes sem conta, o aparelho em detrimento de independentes, no entanto, esperava que se pudessem encontrar, neste “novo” Governo, nomes que emprestassem uma diferente dimensão a este elenco Governativo.
Gostei essencialmente da manutenção de Mário Centeno, o nome que importa, de Augusto Santos Silva na pasta dos Negócios Estrangeiros e de Francisca Van Dunen na pasta da Justiça.
Tenho de confessar que sorri ao observar Brandão Rodrigues na pasta da Educação, não por admirar o seu trabalho, mas pelo “descabelar” da Fenprof ao se aperceber de tal facto.
Já se esperava a continuidade de Mariana Vieira da Silva, a sombra de Costa, assim como, de Pedro Siza Vieira que passa para número 2 do Governo, ganhado uma relevância inesperada.
De vários Ministérios saíram Secretários de Estado, promovidos a Ministros, num recrutamento interno que demonstra a miopia política deste novo Governo, fechando-se num circulo “virtuoso” de plena confiança.
Uma curiosidade...
Para quem dizia não se importar com o caso FamilyGate, não será de somenos reparar que todos os laços familiares desapareceram deste actual Governo.
José Vieira da Silva e Ana Paula Vitorino, respectivamente pai e mulher de Ministros, abandonaram o Concelho de Ministros, num abafar de um caso que parecia nada importar.
Por fim...
Pedro Nuno Santos, o delfim de Costa, o Jovem Turco radical que se mantém no Governo mas bem longe do protagonismo e importância de uma Mariana Vieira da Silva...
Inesperadamente revelador.
Duas ausências de peso...
Ana Catarina Mendes e Carlos César.
Aguardemos o processo legislativo e as batalhas que se aproximam, nacionais e internacionais, para compreender como se comportam os Ministros de António Costa.
Filipe Vaz Correia