21.10.17
Existem pessoas que acreditam que a Geringonça morreu, que o apregoam aos quatro ventos, dando o post mortem como certo...
Os desejos por vezes até podem ser confundidos com certezas, no entanto, muitas dessas vezes, não passam disso mesmo, desejos.
Será que a Geringonça saiu fragilizada desta semana horribilis, carregada de desastrosas declarações dos seus representantes?
Sem dúvida.
Nada será igual depois destes dias, no entanto, parecem-me extremamente exageradas, cegamente exageradas, as conclusões que alguns conseguem tirar neste momento.
Em primeiro lugar, é absolutamente necessária uma alternativa credível para poder fazer tremer a União de Esquerdas actualmente no poder, e essa alternativa não existe...
Ainda.
A alternativa a este Governo dependerá do PPD/ PSD e por essa razão será preciso dar tempo, para que a clarificação pós-Passos exista, e dê lugar a um novo rumo dentro do partido.
Para mim, esse rumo só poderá passar pela candidatura de Rui Rio.
Independentemente do PSD, importa entender que os passos agora dados pelo Governo de António Costa, irão também ter um papel importante, na avaliação das pessoas:
Na reconstrução do que foi devastado...
Costa ensaiará os trilhos da redenção, buscará por entre o vendaval que ele mesmo criou, recuperar a empatia perdida, o entrelaçado glamour da Geringonça.
Com o passar do tempo, se tudo correr bem ao plano de Costa, todos se aperceberão que esta tragédia é o reflexo de anos e anos de incúria, de décadas de incompetência, mas caso corra mal, resistirá a imagem insensível, a boçalidade da arrogância, a imagem desta derradeira desgraça.
Não tenho certezas mas uma coisa sei:
Este post mortem da Geringonça, parece-me extremamente precipitado.
Filipe Vaz Correia