27.05.19
A noite eleitoral chegou e com ela trouxe algumas vitórias reais, outras imaginárias, meio disfarçadas por entre derrotas descaradas.
O PS clamou vitória, onde há cinco anos Costa exclamava "poucochinho", com uma diferença de apenas 2%.
O PSD gritou para Rio seguir em frente pois aquela era a sua gente, só que nunca foram tão poucas as gentes, tão solitariamente poucas.
O PCP taciturno, de rosto fechado, quase que vislumbrando nesse futuro "legislativo" uma tragédia anunciada, uma caminhada consistente rumo a um emagrecimento institucional.
Parece evidente que esta "Geringonça" tem prejudicado, essencialmente, os Comunistas numa correlação de forças que importa salientar.
O CDS assegura a vergonha alucinada...
A derrota do CDS é a derrota do lado mais populista da política, numa rendição aos costumes do seu cabeça de lista, aliado ao histerismo militante da "líder" do Partido.
Cristas é vítima desse mesmo populismo com que decidiu abordar a política, coadjuvada desta vez por um cata vento agressivo como Nuno Melo.
O Bloco venceu claramente...
Não foi para mim o vencedor da noite mas pode, evidentemente, receber os louros por tamanho feito eleitoral.
O Bloco atinge quase os 10% demonstrando que esta Geringonça tem trazido benefícios para o Partido.
Ao contrário do PCP, o Bloco tem conseguido fazer passar a sua mensagem, amarrando a si grande parte dos que gostando desta coligação, não desejam votar PS.
Para mim o grande vencedor da noite foi o PAN...
O Partido das Pessoas, Animais e Natureza cresce desmesuradamente, conseguindo ficar a somente um ponto percentual do CDS...
André Silva e o seu PAN ganharam não só a noite como ameaçam se tornar num peão central deste panorama político.
O PAN faz política de forma diferente, ficando por saber se não estará aqui a resposta para o dilema maior de António Costa...
Com quem me irei coligar se não tiver Maioria Absoluta?
Talvez com o PAN...
Talvez.
Filipe Vaz Correia