06.08.19
Está na ordem do dia esta discussão em torno da Greve dos motoristas de matérias perigosas e as suas reivindicações.
Ameaças de paralisação do País e das suas estruturas produtivas, fazem parte do rol com que somos brindados pelo advogado do sindicato, o Dr. Pardal.
Há dias, ouvi o Ministro da Economia, Siza Vieira, expressar a sua vontade de mexer na lei da Greve, tentando ajustar essa lei aos tempos actuais, dando a certa medida de defesa ao Estado para lidar com chantagens e medidas desproporcionadas que acontecem em muitos casos.
Logo um coro de criticas se levantou, da esquerda até a alguns sectores do centro direita, numa expressão pequena do bem comum.
Aqui, nesta Caneca, já expressei que sou contra a existência de Greves, sou por principio contra, sem desmerecer a opinião de muitos amigos “Canequianos” que me demonstraram, através das suas opiniões, o mérito de um pensamento contrário, para defesa daqueles que necessitam de reivindicar os seus direitos.
Respeito esse ponto de vista mas continuo sem ver, nessa forma de manifestação, a bondade que muitos amigos relatam.
Antes pelo contrário, vejo nas Greves de transportes uma forma de chantagear o Governo, através do desespero daqueles que necessitam desses mesmos transportes para se movimentar, para ganhar os seus salários.
Greves pontuais em hora de ponta, naqueles horários que sabem criar mais mossa na vida do cidadão comum...
Médicos e Enfermeiros usando a vida de cidadãos como moeda de troca para regalias, certamente merecidas, ou mesmo Professores guardiões dessas mentes do futuro e que as usam como escudo para se fazerem ouvir.
Dir-me-ão que é a única forma de fazerem ouvir as suas vozes...
Então não gritem, escrevam.
Nos dias de folga encham o País de alto a baixo, telefonem para as televisões, boicotem congressos partidários, paralisem a Assembleia da República, isso se calhar não é necessário pois os Deputados são especialistas nesse requisito, façam o que quiserem...
No fim de semana, nos dias de folga, nos dias de férias mas não usurpem o dia a dia do cidadão comum, nem adensem as “nossas” quotidianas preocupações.
Assim, sou favorável a que se altere a lei da Greve, não a exterminando do mapa, como aconselharia a minha opinião, mais radical neste tema, mas para um novo reestruturamento dessa balança que impossibilite chantagens ou arruaças, exageros ou cartelizações, demagogias ou as sempre “normais” pontes.
Por tudo isto...
Façam Greve às Greves!
O País agradece.
Filipe Vaz correia