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Caneca de Letras

26.11.20

 

 

 

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Morreu Diego Armando Maradona, El Pibe D'Ouro...

Estou triste, demasiadamente triste, numa entrelaçada busca por mim mesmo, pelas marcas da minha infância, pelos sonhos reencontrados da criança que um dia fui.

Sempre ouvi dizer que Deus é eterno, senhor de uma imortalidade própria de um Ser Divino, pertencente a esse Olimpo celestial.

Afinal, um Deus também morre.

Como explicar o que sinto, essa tristeza que chega e arrebata, que esventra cada espaço marcante na memória, que faz soluçar a imberbe idade que não regressa.

Maradona não era um jogador de futebol, esse titulo de melhor futebolista pode ser discutido pelos Péles, Ronaldos, Messis da vida, deslumbrantes, fantásticos futebolistas que marcarão o seu tempo, farão parte da história do futebol...

Maradona era outro patamar, era o próprio futebol, a essência de nossas almas transportada para um rectângulo de relva, onde todos os sonhos poderiam ganhar vida.

Maradona era Dali, Neruda ou Vinicius, era Lennon, Shakespeare ou Camões...

Maradona era a beleza artística na sua mais pura forma de esplendor, tinha a pena nos pés, de onde poderiam resultar os mais belos poemas, a tinta em cada finta, pincelando as mais hipnotizantes telas nas malhas de cada rede, tornava infinito cada finito momento de um jogo de futebol.

Vi Maradona pela primeira vez no Campeonato do Mundo de 1986 e tudo mudou, pela primeira vez percebi que existia mais para além da própria magnificência de uma partida de futebol...

Existia Maradona.

De lá para cá, vezes sem conta, me revi no velho Estádio de Alvalade em 1989, com 12 anos, vibrando com aquele número 16 que fintava um e outro jogador do meu Sporting...

Pela primeira vez na vida os meus olhos seguiam uma camisola azul em pleno relvado de Alvalade, o meu coração batia por outro que não um leão, a minha alma suspirava pelo meu eterno ídolo.

Hoje milhões de crianças renascerão, crianças grandes, amarradas às memórias de há tanto tempo, uns com 40 anos, outros com 50, outros ainda com 60...

Mas todos "órfãos" de Maradona.

Obrigado Diego...

Por tudo!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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