23.10.18
Cavaco Silva continua a sua cruzada contra o passado, uma espécie de ajuste de contas que permanece em sua alma.
Fui, nos meus imberbes anos, um Cavaquista convicto, um admirador confesso do então Primeiro-Ministro...
Como estou distante desses anos, da minha querida juventude.
Cavaco Silva apresentará a segunda parte do seu livro, carregado de inconfidências e considerações, de episódios e juízos de personalidade...
Este testemunho mais do que dizer algo, sobre aqueles que com ele privaram, durante o tempo em que foi Presidente da República, dirá, certamente, mais do Senhor Professor.
Cavaco é um homem "pequeno", cheio de si mesmo, empenhado em divulgar a sua imperiosa razão, "narrativa", por entre, dez desastrosos anos como figura maior da Nação.
Não me admira este buscar por um ajuste de contas, este não esquecer nem perdoar, daquele que " nunca se engana e raramente tem dúvidas"...
Cavaco observa-se num espelho fosco, sem qualquer noção de uma realidade que não se compadece, com a sua tamanha "grandeza".
Este velho "político" foi perdendo o seu prestigio, por entre, tricas e conluios, inconsciente da imensa distância que o separa daqueles que o julgarão e estarão muito longe de lhe prestar o tributo que julgará merecer.
Como vão distantes aqueles comícios na Fonte Luminosa.
Os dias da minha adolescência.
Mas enfim...
Cavaco continuará igual a si mesmo, ou seja, pequeno, um pedaço ressabiado, repleto desse "Boliqueime" que jamais sairá dentro de si.
Mas o tempo se encarregará de trazer à tona, o melhor e o pior, desta figura política, amarrada aos "pequenos" complexos do seu desencantado "planeta"...
O "planeta" Cavaco.
Filipe Vaz Correia