23.07.20
Como o mundo mudou, como mudaste...
Olhando para trás, para aquele menino cheio de certezas, quadradas certezas, embrenhado num rectângulo empedernido, sinto que os pequenos passos valeram a pena.
Essa intrínseca querença de ousar escutar uma nova melodia, sem receio de queimar as asas, como Ícaro, me permitiriam abraçar o mundo global e vislumbrar novos horizontes.
Como mudei...
Como ousei mudar.
Nesta entrelaçada parte de escrevinhança, que alguns chamariam de carta, voo mais além, abro as minhas asas e agradeço a todos os que permitiram que eu pudesse evoluir...
Como olho para mim, na certeza do bem que me fez a incerteza de tudo, essas dúvidas crescentes desse mesmo todo, esse traço impreciso impresso nas mundanas questões que se impõem.
Nesse destemperado questionário que abalou crenças, sobrou o mesmo carácter, as inolvidáveis memórias e a mais importante lição de todas...
A liberdade de pensamento.
Esse desejo maior de amarrar em mim Cazuza e Neruda, Pessoa e Vinicius, Hitchens ou Salazar, Reagan e Clinton, Mao ou Pinochet, admirar Dali e Picasso...
Querer voar com D. João II ou Alexandre, O Grande, sem que isso diminua Colombo ou Greta Thunberg.
Será difícil amarrar todos no mesmo navio e navegar por entre as ondas, com cada parte, de cada um?
O bom e o mau, o melhor e o pior...
Ou como escreveria Aaron Seabra:
A dor, o prazer.
Que viagem...
Por entre os sonhos e a imaginação que sempre te caracterizaram.
E sempre que te esqueceres...
Nunca tenhas medo de voar.
Filipe Vaz correia