31.08.17
O que escrever neste último dia de Agosto, por entre mergulhos na piscina e o pensamento esvoaçante em mais um verão que teimou em se escapar, tão levemente como chegou...
Um dia espectacular para compensar aqueles primeiros dias da semana, tristonhos, desagradáveis.
De regresso a casa, nesta Lisboa intemporal, a este rebuliço constante, desfruto com gosto deste calor abrasador, abrasadoramente convidativo, entrelaçado a esta minha vontade de me perder, por entre a água retemperadora que parece olhar para mim...
Chamar-me...
Agosto chega ao fim, neste ano de 2017, deixando para trás as luzidias tardes, as noites claras, o sonho acordado até ao infinito entardecer.
Está a chegar o Outono e depois o Inverno, antecedendo a Primavera...
E depois, novamente, o Verão.
Não sei porquê, mas nunca deixei de sentir na chegada de Setembro, uma certa nostalgia, uma incerta vontade de despedida deste dolce far niente, inerente ao calor e à praia...
Pelo menos na minha mente, sempre assim foi.
Por todas estas razões, deixo aqui neste último dia de Agosto, este meu tributo ao mês, onde a luz parece não ter fim, os rostos parecem ter outra cor, as vozes parecem soar de outra maneira e os olhares desprendidos parecem ganhar expressão em cada pessoa...
Em cada um de nós.
Filipe Vaz Correia