13.11.18
A justiça comporta-se como uma "prostituta", sem venda, com uma câmara de televisão, em vez, de uma balança.
É assim que vejo a Justiça mediática que nos rege.
Ao saber das sentenças do caso BPN, não posso deixar de reflectir sobre as palavras de Saragoça da Matta, que viu o seu cliente ser absolvido de todos os crimes de que foi acusado.
" Esta absolvição não retira anos de capas de jornais ou títulos caluniosos."
Tem toda a razão.
O que me chocou no dia de ontem, nesta prisão de Bruno de Carvalho, foi esta espécie de circo mediático que atropela tudo e todos, sem respeitar os princípios básicos de um cidadão ou dos seus familiares.
Como é possível uma televisão ser avisada de buscas em casa de um arguido, filmar o seu prédio, a rua, o número da porta...
Enfim, tornar pública a morada do dito cidadão e da sua família.
Como é possivel que o seu advogado e seus familiares, sejam massacrados por uma matilha de jornalistas, preparados para devorar cada gota de tragédia, cada inquietamento, cada pedaço de amargura.
Como?
É nesta mistura de indecência e justicialismo que se encontra a minha incredibilidade com esta Justiça, "Reality Show", que tanto satisfaz os ressabiados de plantão...
Repugna-me esta mediocridade.
Por fim...
E antes que para aqui venham os caciques do momento, leiam o que penso sobre a personagem, o que sempre pensei e como nunca me inibi de escrever sobre o que este representava.
Mas isso não me permite prostituir os valores que sempre defendi, em nome de uma satisfação bacoca, dos que se contentam com a desgraça alheia.
Somente isso...
E isso, não é de somenos.
Filipe Vaz Correia