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Caneca de Letras

26.10.17

 

O Parlamento Europeu decidiu entregar o Prémio Sakharov deste ano à Oposição Venezuelana, num gesto de grande dignidade e reconhecimento, que só fica bem a toda a Instituição Europeia, e a todos nós, seus representados.

Soube da noticia e fiquei feliz, basta darem uma vista de olhos aqui pelo Caneca, para facilmente perceberem o que penso sobre o Regime, e sobre a principal personagem que o dirige...

Só mais tarde me apercebi do triste espectáculo interpretado por uma parte da Esquerda Europeia, com o PCP incluído.

Para além de ser uma gigantesca falta de educação, a interrupção do discurso do Presidente do Parlamento Europeu, demonstra essencialmente um desrespeito pelo exercício democrático que levou àquele resultado, àquela nomeação.

O PCP é um Partido profundamente anti-Democrático, disfarçadamente ressabiado pelo frustrante e fracassado destino, que não lhes trouxe a Revolução Marxista sonhada...

Só assim se compreende que o PCP apoie um ditador como Nicolas Maduro, que seja conivente com as prisões, com os mortos, com a fome, com a tragédia suportada por um Povo, às mãos de um miserável déspota e seus corruptos.

O que diria o PCP, se Nicolas Maduro fosse de um Partido de Direita?

Fico extremamente feliz com esta entrega do Prémio Sakharov...

No entanto, fico também com uma vergonha imensa de um Partido Português, que ainda está moralmente comprometido com o seu legado Estalinista.

Para o bem de todos nós, são uma minoria.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

14.10.17

 

O Orçamento de Estado foi apresentado, entregue na Assembleia da República, desenhado e traçado em linhas gerais, segundo oiço, por um aumento da despesa...

Tenho uma excelente impressão de Mário Centeno, da sua execução como Ministro das Finanças nos anteriores Orçamentos de Estado, no entanto, as noticias que vão saindo, deixam-me ligeiramente desconfiado.

Aumento de todas as pensões abaixo de 588 Euros, sensivelmente, em 10 Euros...

Bem.

Descongelamento das carreiras na administração pública...

Excelente.

Redução do IRS, com a criação de dois novos escalões...

Muito Bem.

Contratação de mais de 3000 novos professores...

Fantástico.

Actualização de salários na função pública...

Impressionante.

Todas estas medidas são de saudar, principalmente, depois de anos marcados por cortes e congelamentos salariais, devido a uma desajustada austeridade, que acentuou uma depressão causada pela derrocada económica nacional...

Todavia, o que mais me preocupa neste Orçamento é o facto de toda esta despesa ser feita ao mesmo tempo, aumentando consideravelmente o esforço Orçamental, e com isso elevando a probabilidade de derrapagem.

Uma cedência ao desaire eleitoral da CDU?

Ou aos gritos do BE?

Sei que por outro lado, Centeno anuncia uma redução da divida pública no próximo ano para 123,5% do PIB, um défice de 1,4% para este ano e de 1% para 2018, um decréscimo do desemprego para níveis de 8,6% e um crescimento para 2018 de 2,2%...

Sei tudo isso, porém, com tamanho aumento da despesa, feito num só ano, aumenta exponencialmente a dificuldade em cumprir os pressupostos assumidos, neste exercício Orçamental.

Espero estar enganado, pois preferia a continuidade do alivio económico na vida das pessoas, porém, mais faseado, feito de maneira moderada...

Se Mário Centeno conseguir cumprir, então, talvez não estejamos perante uma Geringonça, mas sim de um milagre.

E aqui estarei, como ateu de Direita, para cumprimentar o milagreiro.

Não menos importante, tive  a esperança que este atraso na apresentação do Orçamento, fosse para evitar a entrega do mesmo, neste dia...

Sexta-Feira 13.

As horas passaram e acreditei mesmo que seria entregue depois da meia-noite, mas não, às 23h15 lá estava o Ministro e a sua comitiva a entrar na Assembleia da República...

Não me pareceu boa ideia.

E não é, que seguia a comitiva alegremente orgulhosa, Centeno, Pedro Nuno Santos e restantes Secretários de Estado, quando uma Senhora, Secretária de Estado, se esbardalha em pleno Parlamento, de joelhos ao chão, de carteira exposta, ali diante de todos...

Não sei, mas acredito que seria melhor, terem esperado mais 45 minutos.

Mas isso sou eu, que como já perceberam, sou um pedacinho supersticioso.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

27.04.17

 

Foi com estupefação que vislumbrei durante o dia, as criticas em relação à tolerância dada pelo Governo no dia 12 de maio.

Admito que não tenho muitas expectativas em relação a alguns sectores mais radicais da esquerda Portuguesa e que se encontram enraizados não só no Bloco ou no PCP, mas também neste novo PS...

Ao ouvir Isabel Moreira, filha de um dos políticos que mais admiro, falar sobre a tolerância de ponto dada pelo Governo, para que as pessoas se possam preparar e deslocar a Fátima, nas comemorações do centenário das aparições, descubro em cada uma das suas palavras uma intolerância própria de um extremismo quase Chavista.

O zurzir de criticas que se levantaram, aquando desta decisão, invocando a laicidade do estado, vem comprovar que por vezes mesmo aqueles que se intitulam de tolerantes, escondem ódios e assomos de intolerância que emergem quando menos se espera.

Esta decisão governamental foi classificada de excessiva, inexplicável e imatura, pela mesma deputada, coisa que me parece não ter feito, aquando da mesma decisão na altura do Carnaval, festa pagã mais apropriada a este tipo de pensamento anárquico...

Costa fez bem, julgou melhor ainda, permitindo que um país laico mas com uma maioria esmagadora da sua população Católica, assim como, a sua história quase milenar que se confunde com a fé Católica, pudesse numa data tão especial usufruir da boa vontade do Estado, para que todos aqueles que desejem participar nestas comemorações o possam fazer de maneira confortável.

Ignorar o peso da Igreja na nossa sociedade é um erro tão grande, como ignorar o pensamento daqueles que hoje se opõem, hipocritamente, a esta decisão...

Mais, o discurso humanista do Papa Francisco, que estará pela primeira vez em Fátima para a canonização dos Pastorinhos, Jacinta e Francisco, recomendaria prudência a esta esquerda tão desejosa de apregoar o seu ímpeto solidário e humano, no entanto, o preconceito incutido nestes encapotados extremistas, não os liberta destes laivos de radicalismo.

Para bem do país, António Costa é muito mais um homem de centro, do que aqueles que circunstancialmente o suportam e isso materializa-se na forma como governa e em muitas das decisões que toma, apesar das cedências que certamente continuará a fazer nesta legislatura.

Assim que se cumpram as tradições, que se respeitem as convicções e acima de tudo nunca nos esqueçamos da história deste nosso País...

E quando menos se esperava, uma tolerância de ponto, dividiu a geringonça.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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