Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

03.04.19

 

 

 

Peter Pan;

Onde estás?

 

Arrancado do coração;

Gritando a alma,

Numa espécie de oração,

Incógnita ilusão,

Num mundo de crescidos...

 

Peter pan;

Pudim flan,

Com pedaços de maçã,

Num inusitado poema,

Renascendo o eterno dilema,

Na memória infantil...

 

Já não podes ser criança;

Nesse renegar de esperança,

Esmagando a lembrança,

Ventania ou desesperança,

Que atormenta...

 

Já não podes ser criança;

Velho poeta...

 

Velho poeta;

Que te recusas a crescer...

 

Que poeticamente;

Te recusas a crescer.

 

Peter pan;

Onde estás?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

15.03.19

 

Dois dias...

Duas matanças.

Filmadas, divulgadas, publicitadas em meios de comunicação, esventrando um pedaço da condição Humana, que sendo nossa, parece se ausentar por momentos, deixando somente a tristeza soluçar dentro de nós, esse medo maior, de um dia nos depararmos com tamanha monstruosidade.

Imagens reais, como se estivéssemos num jogo de computador, intenso horror, por entre, gemidos e disparos, gritos e sangue, ódio...

Esse arrepiante ódio, sem qualquer explicação.

Tentei evitar ver aquelas imagens, mas não consegui...

Também eu cedi, abri os olhos e deixei-me levar por aqueles instantes de desespero, tragédia, carnificina.

Nada trará aquelas vidas perdidas, aqueles sonhos que ficaram por realizar, aquelas vidas por cumprir, os sorrisos perdidos dos que morreram ou dos que ficando, com eles emocionalmente partiram.

Pais, amigos, familiares...

Nada mais tenho a escrever, somente explanar nesta Caneca de Letras, o silêncio...

O silencioso silêncio da ausente esperança que me invade, me invadiu, me amarra sem fim.

Numa escola, numa mesquita ou em qualquer outro lugar...

Mais do que o som dos disparos, tentemos ouvir o silêncio que se segue, a esperança que dali se escapa, o amargo fim da essência Humana.

Pois é somente isso que dali resulta...

O desesperante falhanço da condição Humana.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

09.01.19

 

Era uma vez uma menina, de seu nome Esperança...

Carregada de brilho, enchia as salas mais vazias, reflectia com o seu olhar a alegria escondida em sua alma, numa mistura de querer e sentir, presa ao sentimento desmedido de um tempo.

Mas o tempo foi passando e com ele levando parte desse colorido do coração, amargurando cada pedaço de um quadro que se tornou cinzento, escurecido, com as agruras do que não chegou...

Do que chegando não bastou, nesse destino meio perdido, por vezes ferido e que não pára de arder.

A menina, pequenina, cresceu e saiu voando pelas planícies da serra, porém foi se esquecendo de sorrir, de como outrora sorria no meio da chuva, de como dançava no calor do verão...

De como se sentia no sopé da tristeza que, hoje, a invade.

Perdeu-se, esqueceu-se...

Desencontrou-se desses sonhos, não sabendo mais acreditar nesse voar que se escapou.

E nessa tela carregada de negros que percorre o seu olhar, continua a bater o mesmo coração, a mesma encantadora criança, esperando um dia reencontrar essa esperança que insiste em não regressar.

No bater da alma, se esconde a mesma menina, a mesma Esperança...

Que um dia ousou sorrir, sem temer, sem olhar para trás.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

30.12.18

 

 

 

Suspenso no ar;

Numa redoma de encantar,

Vai caminhando o menino,

Buscando esse destino,

Que desmesuradamente perdeu,

Quando a ternura desvaneceu,

E lhe sobrou a tristeza,

Pedaço de dor sem beleza,

Que é solitária e ardente,

Sufocando loucamente,

Como se um dia,

Se pudesse tornar poesia...

 

E perdido o menino se encontrou;

Por entre a mágoa que chegou,

Sorrindo disfarçado,

Num desabafo entrelaçado,

Olhando para trás no tempo,

Procurando aquele momento,

Que para sempre ficou marcado,

Como o dia amargurado...

 

De tua partida.

 

 

 

 

 

 

04.12.18

 

Que grande jogo do "meu" Sporting, em Vila do Conde.

Esperava esta partida para poder ter uma ideia mais realista, deste Sporting à Keiser...

E de verdade me espantou, me surpreendeu pela qualidade, pelo ideal por trás de cada jogada, pela esperança de um "Futebol Total".

Keiser parece ter dado um sentido ao jogo da equipa, ter encontrado um rumo para retirar o melhor de cada um.

Peseiro esteve sempre errado e Keiser está a demonstrar, Frederico Varandas esteve certo em despedir o primeiro, caso o bom trabalho do segundo continue.

Há muito que não via o Sporting jogar tão bem, talvez desde o primeiro ano de Jorge Jesus, se não me engano, mas mesmo ai não se encontrava esta acutilância, este projecto de "tiki-taka" que começa a entusiasmar.

Frederico Varandas correu riscos nesta aposta mas poderá a partir dela, começar a escrever as páginas do seu mandato.

O seu, a seu dono.

E se aqui o critiquei, aqui o rectificarei...

Boa decisão, senhor Presidente.

Vamos esperar para concretizar o entusiasmo "Sportinguista" mas está difícil controlar tamanha esperança...

Tamanha crença.

Viva o Sporting

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

30.11.18

 

 

 

Dou-te a mão;

Uma vez mais,

E uma vez mais,

Parece pouco tempo...

 

Num intervalo estrelar;

Inebriada vontade,

Amarrado olhar,

Carregada saudade...

 

Dou-te a mão;

Sem hesitar,

E volto a me perder,

Em ti...

 

Pois é amor;

O que sinto;

Intenso ardor,

Faminto...

 

É nesse mundo paralelo;

Que se esconde tamanha beleza,

Nesse quadro tão belo,

Que se entrelaça a certeza...

 

Dou-te a mão;

E a alma,

O secreto coração,

Que sendo meu...

 

Só a ti pertence.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

05.01.18

 

A mesquinhez humana sempre me atormentou, me deixou desconfortável...

Gente capaz de passar por cima de qualquer tipo de valores para se dar bem na vida, capazes de buscar na miséria alheia, um propósito para se sentirem melhor, com esse vazio instalado, que por vezes parece ser a única coisa que lhes sobra.

Gente assim passa pela vida em movimento, de um lado para o outro, provavelmente dando-se bem com esta forma de estar.

Não sou assim...

Não consigo gostar de gente assim.

Estava eu nos meus pensamentos, pensando sobre um ou outro caso que fui sabendo, deste exemplar de canalhice, quando uma noticia me chamou a atenção...

Uma imagem, um destemperado raio de esperança, no meio de alguns obscuros calhordas...

No México, um jovem toureiro, de seu nome Francisco Martinez, de 21 anos, ficou inconsciente depois da investida de um Touro, ficando inanimado na arena à mercê do animal.

O seu irmão Felipe, que assistia à lide de Francisco, num gesto heróico e irreflectido, saltou para a arena, protegendo o corpo de seu irmão com o seu, deitado sobre ele, servindo-lhe de escudo.

Depois de tudo isto, Felipe ficou com um dedo da mão partido e umas costelas magoadas, enquanto Francisco recuperado e com apenas alguns traumatismos, conseguiu terminar a corrida.

Este exemplo, pejado de beleza, carrega consigo a dimensão Humana, a nobreza inerente ao sentir, à força de um leal sentimento, puro, maior do que os medos e receios.

Depois de ler a reportagem deste caso, no Jornal A Marca, voltei a pensar no contraste entre um gesto de nobreza e um singelo calhorda...

Continuo a ter esperança que a nobreza, possa sempre vencer.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

05.09.17

 

O silêncio da noite entra pela janela da sala, baixinho, silenciosamente discreto, parecendo querer sentar-se perto de mim, sem ser notado...

Esse silêncio que acompanha os meus pensamentos, os anseios reflectidos em meus olhos, meio desabafo da alma, diante da agitação plasmada em cada noticia, a cada ameaça que parece irromper por esse mundo fora.

Crise nuclear ou atrevimento da loucura, fogo e chamas ou esgotamento de um País, protestos e greves ou simplesmente a gritaria sindical...

Tantas e tantas vozes, relatos de angústias e horrores, de receios e temores, de intrigas e suspeitas, tantas e tantas inusitadas ameaças, anunciadas.

E o silêncio da noite, esse silencioso desejo que seduz, que convida a alma a serenar...

Cedo a esse desejo e desligo a televisão, deixando a China e Trump do outro lado da tela mágica, deixo os políticos e os debates calados, mudos.

Serenamente, volto a escrever, desabafar num momento meu, apenas meu, ou seja, tentar reencontrar nesse silêncio um pedaço de esperança.

Porque é apenas isso, que a todos nos resta...

A esperança bem escondida, no silêncio de uma noite qualquer.

Pois é essa esperança que nos torna, Humanos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

09.06.17

 

 

 

Estranhas as linhas da tua mão;

Que se cruzam para além do tempo,

Com o bater deste meu coração,

Inebriante sentimento...

 

Estranha vontade de voar;

Por entre a imensidão deste mundo,

Descobrindo sem parar,

Toda a beleza num segundo...

 

Estranha querença imperfeita;

Imperfeição verdadeira,

Uma lágrima desfeita,

Aguardando a inteira,

Esperança de viver...

 

Estranha incerteza;

Na gigantesca certeza,

Do meu amor,

Por ti!

 

 

 

27.05.17

 

 

 

Não fiques triste;

Só porque a tristeza insiste,

Em te mostrar que existe,

Essa dor que não desiste,

De te magoar...

 

Não penses que eternamente;

Essa desilusão que sentes,

Te irá penosamente,

Aprisionar para sempre,

Só porque esse destino não era eterno...

 

Não deixes que a escuridão;

Reaparecida na imensidão,

Deslumbrante ilusão,

Te roube do coração,

A esperança...

 

E de mansinho, devagar;

Com a noite a entrar,

Talvez possas voltar a acreditar,

Que aquele cintilante luar,

Refletido no teu olhar...

 

É o teu futuro a chegar!

 

 

 

 

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub