81% dos Catalães saíram à rua e foram votar, número recorde na História Democrática da Catalunha, num grito ensurdecedor, de orgulho Independentista, que traz novamente para o jogo político a vontade desmedida de um povo...
Líderes presos, outros fugidos, palavras proibidas, frases censuradas, trouxeram drama a estas eleições, aportaram tragédia a este dia, esperado, ansiosamente aguardando, como se de uma definição se tratasse.
Estes resultados, parecem dar a vitória ao Ciudadanos de Inês Arrimadas, 37 dos 135 lugares, no entanto, se somarmos todas as forças parlamentares, percebemos que 75 lugares desse mesmo parlamento, pertencerão aos partidos, que concorrendo sozinhos defendem o mesmo ideal:
A Independência!
Este resultado de maioria absoluta para os Independentistas, leva para um outro patamar, este problema Catalão...
Sempre considerei que a forma como Madrid e o seu aparelho político e judicial, tratava esta questão Catalã, não só legitimava a causa dos Independentistas, como também, diminuía a legitimidade daqueles que defendendo a unidade Espanhola, estariam sempre aprisionados, ao fantasma Franquista.
Estes resultados não só confirmam estes meus receios, como reforçam o impasse que marcará o futuro, não só da Catalunha, como de uma Espanha cada vez mais fragilizada, a partir deste assomo de orgulho Catalão.
Mais de 50% dos Catalães, disseram presente, gritaram não queremos mais Espanha, apesar das empresas que saíram da região, das que ameaçam sair, dos avisos lançados pela União Europeia ou outras organizações, num desafio corajoso, desbravado, sem temor.
Resta agora saber o que irá fazer o Governo central?
Quem irão prender?
Que palavras estarão agora banidas?
Como demonstrarão o seu poder?
Felipe, Rajoy, Sanchez ou Rivera, poderão continuar a esbracejar, a ameaçar, no entanto, o que daqui poderemos retirar...
É que aqueles que desejam a Independência Catalã, não se vergarão, perante ameaças centralistas, ou prisões aleatórias.
Talvez o que daqui resulte, seja o Caos...
Um Caos numa Catalunha, que parece mais próxima do abismo, do que de se vergar, aos intentos de uma união Espanhola.
Filipe Vaz Correia