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Caneca de Letras

22.02.22



 

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O PCP veio esta sexta-feira emitir uma opinião sobre o conflito na Ucrânia.

O Partido mostra a sua solidariedade para com as populações Russófonas de Donbass e alerta para o perigo de confrontação perpetrado pela Nato e os EUA contra Moscovo.

Observando atentamente este comunicado Comunista poderemos retirar dele que o PCP não percebeu mesmo o tempo onde se encontra, nem o significado dos seus contínuos fracassos eleitorais, de Autárquicas a Europeias, passando pelas Legislativas ou Presidenciais.

Um partido retrógrado, amarrado a tempos de Guerra Fria, julgando uma fidelidade canina a um ideal e um império que não existe.

Putin está mais perto hoje do Nacionalismo de Extrema-Direita do que dos preceitos de Karl Marx...

Mas vivendo a fantasia dos amanhãs que cantam, talvez seja tempo de se perceber que se calhar não vai mesmo haver ninguém para os acordar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

16.02.22



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O meu Sporting perdeu com o Manchester City, em Alvalade, por 0-5.

O início prometedor, o olhar expresso no rosto de quem via o jogo a meu lado, a esperança a se desvanecer segundos após o começo da partida.

A inexperiência, a cultura de Champions, a sorte...

Tanta coisa.

O Sporting perdeu mas o Sporting ganhou...

Ganhou pelos adeptos que como nunca amarraram a equipe à sua voz, ao seu amor, ao seu esperançado querer, num desígnio extraordinário que recupera este Sporting para um destino singular.

O olhar dos jogadores, de Amorim e até de Guardiola mostravam que aquele momento era singular, um estádio inteiro apoiando uma equipe que havia perdido, não apenas perdido sendo goleada, mostrando a gratidão por aquilo que estava por trás de uma triste derrota...

Ou seja, a memória da nossa recente História.

Arrisco-me dizer que recuperámos a equipe num abraço maior do que um estádio, tão grande como o rugido do Leão.

Para mim, importa expressar a Rúben Amorim e seus jogadores o meu carinho e amor, o mesmo de sempre, e acima de tudo gritar bem alto que apesar de tudo:

 

"Somos da raça que nunca se vergará."

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

15.02.22



Tenho faltado a este espaço de escrita, a este pedaço de desabafo que tantas vezes me pareceu um pequeno recanto de mim, mundo meu.

Falta de tempo e de imaginação, tamanha vontade de silenciar o que guardo nas entrelinhas do ser, dessa querença minha calada, sofrença tão imprecisa.

Quero poetizar como aqueles que aprendi a ler, escrevinhar e voar como Cazuza no Arpoador, soletrar como Vinicius em Copacabana, como Pessoa no Martinho...

Encontrar desencontradamente cada parte de uma pequena lembrança, reencontrar o menino que fui para lhe afagar o rosto e expressar essa pressa em amar aqueles que um dia partiram, partirão, cada intensa recordação.

Esse querer que se estende no olhar, que se entrelaça na dimensão maior do desconhecido, desconhecimento maior das palavras.

Tenho medos e vontades, expectativas e realidades, todas elas na mesma e inquebrantável curiosidade dos amanhãs que se apressam a correr...

Dias que passam, noites que se libertam com o caminhar do tempo nesse acelerado passo de dança.

Venham então as palavras, as lágrimas e os sorrisos, sinais de pouco siso numa certeza constante:

Só os tolos permanecem sãos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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