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Caneca de Letras

04.10.21

 

 

 

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Olho para o páteo do recreio e estou só;

nada sobrou

ninguém voltou

tantos partiram

sem regresso.

 

Desapareceram aqueles que nunca tiveram importância;

aqueles que nunca me recordarei

os que sempre odiei

os que porventura amei

e até tu...

 

Partiram tantas partes de todos nós;

pedaços ilusórios sem voz

na solidão desse recreio vazio

abandonado num deserto de almas...

 

Já lá não mora ninguém;

nem correrias nem sofrimentos

nem dramas nem tormentos

nem jovens almas nem velhas esperanças...

 

Tornei-me um homem;

despeço-me daquela criança

nessa espécie de desesperança

buscando em cada pedaço de vento

a promessa que fizemos...

 

Que um dia aqui voltaríamos juntos;

num abraço imortal.

 

 

 

 

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