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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Amor Traído

Filipe Vaz Correia, 28.12.20

 

 

 

Nunca perdoarei essa traição;

A frieza com que desprezaste o que sinto,

Nunca esquecerei no meu coração,

Esse imenso punhal,

Que atravessou a minha alma...

 

Nunca direi, o quanto te amei;

Nem mesmo para mim,

Sonharei com os beijos que te dei,

Nesses pedaços de memória,

Falseada nessa história,

Que insististe em reescrever...

 

Irei sempre renegar;

Este distante sentimento,

Essa força que me persegue,

Perseguindo o ferimento,

Que dentro do meu ser,

Habita...

 

Nunca te irei perdoar;

Essa vontade de matar,

Este amor a sofrer,

Nesse distante pulsar,

Da minha paixão...

 

Sempre que para ti, olhar;

Sempre que te encontrar,

Verei essa traição, nesse punhal,

Que não pára de me sangrar...

 

Sangrando eternamente, a minha desamparada alma!

 

 

Torre Bela: A Casa Dos Horrores...

Filipe Vaz Correia, 23.12.20

 

 

 

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A crueldade estupidifante ultrapassa a dimensão Humana, por vezes, se traduzindo na mais imbecil incapacidade de sentir.

As imagens da Herdade de Torre Bela, na Azambuja, revelam um massacre indescritível levado a cabo por 16 psicopatas, matando 540 Animais pelo singelo e arrepiante prazer de matar.

Só uma curiosa questão...

Sabem que parece ser o Dono da Herdade Torre Bela?

José Eduardo Dos Santos.

Essas imagens que brutalizam, ou deveriam brutalizar, o cidadão comum deixam a nu que por entre nós caminham "Seres Humanos" indignos desse nome.

Na minha família e amigos, conheço pessoas que toda a vida foram caçadores, aliás sendo eu Alentejano é fácil  perceber que desde cedo me vi rodeado dessa realidade...

Nunca me apaixonei por ela, a caça, nunca fez parte de mim esse gosto pela caçada, pela perseguição de um animal, no entanto, respeito e vejo essa parte da nossa tradição como um bailado intemporal entre o Homem e a sua presa.

Existe nessa dança uma beleza pura que inspirou Poetas, Pintores, Compositores ou antigos trovadores em tempos que não regressam...

O que importa, neste caso, é punir aqueles que participaram, organizaram ou foram coniventes com este massacre, matança, de uma forma irrepreensível, deixando claro para todos que este tipo de crime será moral e judicialmente recriminado.

Depois importa reforçar que este caso não define a caça, nem os caçadores, na sua generalidade pessoas que sendo apaixonadas por este tipo de tradição, são em muitos casos verdadeiros apaixonados por animais e pela natureza.

Tenho a certeza de que a maioria dos caçadores, pelo menos aqueles que conheço, se por alguma razão ali estivessem, encarando aquela espécie de matança, seriam os primeiros a disparar...

Contra os "animais" que de arma na mão, cobardemente satisfaziam a sua sede de sangue diante daquelas presas encurraladas numa herdade murada, sem qualquer espécie de fuga possível.

Para os criminosos, cobardes, que perpetraram este crime...

Apenas me sobra desprezo e revolta.

De uma coisa estou certo, este tipo de "psicopatas" são capazes de qualquer coisa, naquele lugar foram Veados, Javalis, noutro lugar, num outro momento, sabe Deus...

Estas pessoas não são caçadores, são matadores.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

Mãe, Mais Um Ano... Sem Ti!

Filipe Vaz Correia, 21.12.20

 

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Guardo-te nas minhas memórias onde sobrevive o teu cheiro, o teu olhar, a tua voz, tantos momentos que guardados em mim perpetuam cada parte de nós, intensamente nossos, perdidamente únicos.

Guardo em mim a saudade, ardente e insistente, guardo em mim o amor, intenso e imenso, guardo em mim o adeus, a cada instante, asfixiante.

Guardo tanto de ti, deste que te pertence, desse nós que só existe por tua decisão.

Sou gente porque o quiseste, sou alma porque o desejaste, sou eu...

Porque fui teu...

Sou teu.

As palavras que aprendi a tecer, foram-me dadas por ti, tecidas nesse amor soletrado em cada linha, em cada letra, de cada forma, em cada pozinho de perlimpimpim.

Não sei chorar sem esconder, respirar sem sofrer, esperar, esperar, esperar...

Esperar por esse tempo que não volta, esse ardor que ainda queima, esse desesperante adeus que persiste.

Deitada na cama de teu quarto, sem vida, recordo-me desse último olhar, meu sobre ti, num adeus que sabia seria o mais penoso em mim.

Nesse último instante, a sós, em nossa casa, tinha a certa certeza de que nada seria igual, nada o foi, de que jamais poderia sentir o mesmo bater do coração.

Meu amor...

Tenho saudades de não ter saudades, desse querer maior traduzido em teus olhos nesse navegar em minha direcção.

Nesse olhar descobri, sempre senti, o significado do incondicionalismo, num amar maior do que a vida...

Amo-te, Mãe.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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