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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Por Vezes...

Filipe Vaz Correia, 28.11.20

 

 

 

Por vezes temo o teu olhar;

A falta de expressão,

Ou aquele ignorar,

Intensa confusão,

Que invade o meu sentir,

Diante desse amor,

Que não cabe em mim...

 

Por vezes quero-te abraçar;

Sem saber como o fazer,

Quero-te beijar,

Sem soletrar ou escrever,

Querendo eternamente te amar,

Sem temer,

O incógnito julgamento...

 

Por vezes quero apenas libertar;

Esse imenso sentimento,

Que não consigo interditar,

Interditando o pensamento,

Preso no meu respirar,

Eterno sofrimento,

Neste coração solitário...

 

Por vezes, escondido;

Medo arrependido,

Num desejo perdido,

Num choro querido,

Que já não sei descodificar...

 

Por vezes quero apenas dizer;

Que não saberei viver,

Que não saberei morrer,

Sem esse imenso querer...

 

Que por vezes me parece acometer...

Nesse desejo de te amar!

 

 

 

 

A Coerência De Rui Rio: Nos Açores Com O Chega, No Continente Com O Bloco De Esquerda!

Filipe Vaz Correia, 27.11.20

 

 

 

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Sorrio...
Essa mistura de só e Rio, de desespero e contradição.
Rui Rio e o seu PSD, tem de ser só seu, votou o projecto de lei do BE para inviabilizar injecções de capital no Novo Banco.
Ora esta medida por si só agradará a toda a gente, talvez por essa razão Rio terá pensado em votar a favor dela, quando digo toda a gente direi a maioria daqueles que agindo por impulso navegam pelos cabeçalhos dos jornais.
Numa semana ao lado do Chega...
Na outra a votar com o BE.
Querem melhor exemplo de oportunismo político, de populismo?
Certamente alguns me dirão que André Ventura desmarcou um Congresso que nunca esteve marcado...
Ok!
Que Ventura, e o seu Chega, começou por votar esta proposta do BE com um voto contra, a meio da tarde já se abstinha e por fim, julgo, que votou a favor...
Mas será Ventura o barómetro do PSD, de Rui Rio?
Talvez seja...
O PSD aprendeu alguma coisa com o caso dos Professores?
Não!
Rio navega entre populistas, os de Esquerda, os de Direita...
Podemos estar todos contra a injecção de dinheiro no Novo Banco mas o que fazer se o contrato assinado com a Lone Star assim o prevê?
Que se lixe o contrato...
Parece que é a estratégia.
Enfim...
Uns dias os ciganos, outros dias o Novo Banco, assim vai o líder da oposição, de Centro Direita, de braço dado entre o BE e o Chega.
Que tristeza!
 
 
 
Filipe Vaz Correia
 
 
 
 

Diego Maradona: Morreu O Deus Do Futebol!

Filipe Vaz Correia, 26.11.20

 

 

 

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Morreu Diego Armando Maradona, El Pibe D'Ouro...

Estou triste, demasiadamente triste, numa entrelaçada busca por mim mesmo, pelas marcas da minha infância, pelos sonhos reencontrados da criança que um dia fui.

Sempre ouvi dizer que Deus é eterno, senhor de uma imortalidade própria de um Ser Divino, pertencente a esse Olimpo celestial.

Afinal, um Deus também morre.

Como explicar o que sinto, essa tristeza que chega e arrebata, que esventra cada espaço marcante na memória, que faz soluçar a imberbe idade que não regressa.

Maradona não era um jogador de futebol, esse titulo de melhor futebolista pode ser discutido pelos Péles, Ronaldos, Messis da vida, deslumbrantes, fantásticos futebolistas que marcarão o seu tempo, farão parte da história do futebol...

Maradona era outro patamar, era o próprio futebol, a essência de nossas almas transportada para um rectângulo de relva, onde todos os sonhos poderiam ganhar vida.

Maradona era Dali, Neruda ou Vinicius, era Lennon, Shakespeare ou Camões...

Maradona era a beleza artística na sua mais pura forma de esplendor, tinha a pena nos pés, de onde poderiam resultar os mais belos poemas, a tinta em cada finta, pincelando as mais hipnotizantes telas nas malhas de cada rede, tornava infinito cada finito momento de um jogo de futebol.

Vi Maradona pela primeira vez no Campeonato do Mundo de 1986 e tudo mudou, pela primeira vez percebi que existia mais para além da própria magnificência de uma partida de futebol...

Existia Maradona.

De lá para cá, vezes sem conta, me revi no velho Estádio de Alvalade em 1989, com 12 anos, vibrando com aquele número 16 que fintava um e outro jogador do meu Sporting...

Pela primeira vez na vida os meus olhos seguiam uma camisola azul em pleno relvado de Alvalade, o meu coração batia por outro que não um leão, a minha alma suspirava pelo meu eterno ídolo.

Hoje milhões de crianças renascerão, crianças grandes, amarradas às memórias de há tanto tempo, uns com 40 anos, outros com 50, outros ainda com 60...

Mas todos "órfãos" de Maradona.

Obrigado Diego...

Por tudo!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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