27.08.20
Pé ante pé,
vou escavando a imensidão de sentimentos,
pequenos pedaços de fé,
cravados em tantos momentos,
submersos em mim...
Sussurrando soletradamente,
as surpreendentes angústias desgarradas,
pedaços de estrelas cadentes,
que partem desamparadas...
E em cada retrato ao luar,
dessas partes esquecidas de nós,
vou repetindo sem parar,
esse adeus tão só...
Só e pestilento,
como só a crua tristeza sabe impor,
esse triste arrepio,
esse estranho torpor,
entorpecendo sombrio...
Pé ante pé;
vou cantando bem baixinho,
cada letra do esquecido poeta
transformando água em vinho.
Pé ante pé...
até ao derradeiro entorpecer do querer.