O Tempo E As Nossas Certezas...
Porque sim...
Porque não...
Porque a única razão para tamanho e misterioso sentimento é a busca incessante de aprendizagem.
Um alargar de pensamento na liberdade intensa, um amarrar de conhecimento no olhar dos outros, um abraço perfeito em cada pôr do sol.
Nesse desenho de traço carregado se escondem as leves pinturas que pincelam a tela e reescrevem as histórias de cada um de nós...
Os erros, os acertos, os arrependimentos, pequenos esquecimentos que não se repetem.
Linhas e palavras, escravas palavras de aparentes cumprimentos, estranhos momentos, desmedidamente temperados.
Porque sim...
Porque não...
Decisões que se tomam, rumos que se escolhem, trilhos que se apresentam, caminhos que nos fazem definir uma vida.
Assim...
Pessoas entram e saem, amores se despedaçam, amizades se entrelaçam ou inversamente se reescrevem.
Nas contínuas equações vai sobrando esse talvez, o tal talvez que pouco aparece num mundo carregado de certezas, num constante viajar sem tempo ou espaço para o pequeno duvidar.
Talvez...
Talvez valha a pena na incerta certeza desse tresloucado querer, respirar fundo, sorrir imensamente e num gigantesco passo acreditar que não somos nós que temos tempo...
É o tempo que, no seu infinito reinado, nos tem.
Por que sim...
Porque não...
Filipe Vaz Correia