20.08.20
Quando me sento para escrever;
para desabafar...
Tento escutar as entranhas minhas;
as vozes de poetas que sussurram ao longe,
palavras essas que se alvoroçam,
desbravadamente se inquietam na dimensão obliqua do desmedido prazer.
Mudei-me, assim, para bem longe;
numa intrínseca latitude que não consigo descrever,
Imbuído desse medo que se agiganta,
nestes tempos que se apresentam,
num desabitado palco.
Por entre fugas;
vai escapando esse querer maior,
sobrando a temerária incerteza,
de que não será a última vez...
E mesmo que o seja;
essa última vez descrita na melodia,
trauteada na voz trémula de uma poesia,
sobrevive a crença de que resistirá o sonho,
nesse pedaço de amar esperado,
desenhado na desesperada vontade de um solitário amor.
E se assim for;
que seja eterno,
nas soletradas palavras que importa escrever.