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Caneca de Letras

28.08.20

 

Guardo-te nas minhas memórias onde sobrevive o teu cheiro, o teu olhar, a tua voz, tantos momentos que guardados em mim perpetuam cada parte de nós, intensamente nossos, perdidamente únicos.

Guardo em mim a saudade, ardente e insistente, guardo em mim o amor, intenso e imenso, guardo em mim o adeus, a cada instante, asfixiante.

Guardo tanto de ti, deste que te pertence, desse nós que só existe por tua decisão.

Sou gente porque o quiseste, sou alma porque o desejaste, sou eu...

Porque fui teu...

Sou teu.

As palavras que aprendi a tecer, foram-me dadas por ti, tecidas nesse amor soletrado em cada linha, em cada letra, de cada forma, em cada pozinho de perlimpimpim.

Não sei chorar sem esconder, respirar sem sofrer, esperar, esperar, esperar...

Esperar por esse tempo que não volta, esse ardor que ainda queima, esse desesperante adeus que persiste.

Deitada na cama de teu quarto, sem vida, recordo-me desse último olhar, meu sobre ti, num adeus que sabia seria o mais penoso em mim.

Nesse último instante, a sós, em nossa casa, tinha a certa certeza de que nada seria igual, nada o foi, de que jamais poderia sentir o mesmo bater do coração.

Meu amor...

Tenho saudades de não ter saudades, desse querer maior traduzido em teus olhos nesse navegar em minha direcção.

Nesse olhar descobri, sempre senti, o significado do incondicionalismo, num amar maior do que a vida...

Amo-te.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

27.08.20

 

Pé ante pé,

vou escavando a imensidão de sentimentos,

pequenos pedaços de fé,

cravados em tantos momentos,

submersos em mim...

 

Sussurrando soletradamente,

as surpreendentes angústias desgarradas,

pedaços de  estrelas cadentes,

que partem desamparadas...

 

E em cada retrato ao luar,

dessas partes esquecidas de nós,

vou repetindo sem parar,

esse adeus tão só...

 

Só e pestilento,

como só a crua tristeza sabe impor,

esse triste arrepio,

esse estranho torpor,

entorpecendo sombrio...

 

Pé  ante pé;

vou cantando bem baixinho,

cada letra do esquecido poeta

transformando água em vinho.

 

Pé ante pé...

 

até ao derradeiro entorpecer do querer.

 

 

 

 

 

26.08.20

 

 

 

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Parabéns Mr. Bond!

Sean Connery fez 90 anos, num intemporal registo de excelência e talento.

Tantos foram os filmes que protagonizou, Indiana Jones, A Liga dos Cavalheiros Extraordinários, Em Nome da Rosa, Os Intocáveis, O Rochedo, Robin Hood...

No entanto, nenhum sobreviverá no meu imaginário, se calhar no de todos nós, como 007.

Por mais que admire Roger Moore, Sean Connery é e sempre será James Bond, o mais famoso espião da história do cinema.

É para mim impossível olhar para Sean Connery sem me recordar daquelas extraordinárias horas passadas em frente ao televisor, em família, a devorar cada pedaço de trama, cada momento de sedução, cada instante de pancadaria.

Posso escrever sem temer:

O que sempre quis ser, em pequeno e talvez graúdo, foi o James Bond...

Ou seja, Sean Connery.

Observar o momento em que Sean Connery foi condecorado pela Rainha Isabel II com o título de Sir, ele que sempre foi um defensor da Independência da Escócia, vestido de Kilt, demonstra não só o seu carácter e rectidão, a sua coragem e dignidade, como também que não necessitamos de superficialidade para sermos reconhecidamente superiores.

Parabéns Mr. Bond...

O eterno James Bond.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

25.08.20



 

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Parece que está instalada a polémica entre o Primeiro-Ministro, a Ordem do Médicos, o Jornal Expresso e a costumeira barulheira em redor do fedorento sumo mediático.

António Costa deu uma entrevista ao Expresso, que não li, onde parece que atacou a Ordem dos Médicos, directa ou indirectamente, no entanto, o que parece ter ganho uma relevância indiscutível foram as declarações, em off, em que o Primeiro-Ministro acusa alguns médicos de Cobardes...

Grave?

Talvez...

Mas será menos grave que uma conversa em off possa ser libertada sem a autorização daquele que a proferiu?

Parece-me que não.

António Costa desiludiu-me neste quesito, pois estamos a falar de um político experiente habituado às andanças deste panorama mediático.

Confiar nos jornalistas que diante de si estavam, proferindo declarações como se estivesse entre pessoas de confiança...

Inacreditável.

Nesta polémica gostei da postura de Rui Rio, recusando-se a comentar declarações proferidas em off, demonstrando um carácter que ultimamente parecia esquecido nas suas últimas declarações.

Mas existirão sempre aqueles que não se importarão com esse pormenor de princípio para agitar as águas, aproveitando um pedaço de pulhice para cavalgar a onda.

Enfim...

É o que mais temos.

Agora é só esperar pelos próximos episódios...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

22.08.20

 

 

 

Porque sim...

Porque não...

Porque a única razão para tamanho e misterioso sentimento é a busca incessante de aprendizagem.

Um alargar de pensamento na liberdade intensa, um amarrar de conhecimento no olhar dos outros, um abraço perfeito em cada pôr do sol.

Nesse desenho de traço carregado se escondem as leves pinturas que pincelam a tela e reescrevem as histórias de cada um de nós...

Os erros, os acertos, os arrependimentos, pequenos esquecimentos que não se repetem.

Linhas e palavras, escravas palavras de aparentes cumprimentos, estranhos momentos, desmedidamente temperados.

Porque sim...

Porque não...

Decisões que se tomam, rumos que se escolhem, trilhos que se apresentam, caminhos que nos fazem definir uma vida.

Assim...

Pessoas entram e saem, amores se despedaçam, amizades se entrelaçam ou inversamente se reescrevem.

Nas contínuas equações vai sobrando esse talvez, o tal talvez que pouco aparece num mundo carregado de certezas, num constante viajar sem tempo ou espaço para o pequeno duvidar.

Talvez...

Talvez valha a pena na incerta certeza desse tresloucado querer, respirar fundo, sorrir imensamente e num gigantesco passo acreditar que não somos nós que temos tempo...

É o tempo que, no seu infinito reinado, nos tem.

Por que sim...

Porque não...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

21.08.20

 

 

 

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"Aleksandr Lukashenko e Vladimir Putin"

Um retrato de dois líderes que amam a democracia e abraçam as liberdades

 

 

 

As coincidências existem...

É preciso ser muito maldoso para, mais uma vez, imputar a Vladimir Putin a morte de um seu opositor.

Francamente...

Depois de Alexander Litvinienko envenenado, de Anna Politkovskaia ou Boris Nemtsov assassinados a tiro e Boris Berezovsky "suicídio", é agora a vez de Alexei Navalny poder entrar para este rol de calúnias contra o Czar Russo dos tempos modernos.

Parece que Navalny, várias vezes preso por ser a voz mais incómoda ao actual establishment do Kremlin, se sentiu mal a bordo de um avião, depois de ter bebido um chá preto e entrou em coma.

Mas quantas vezes não escutámos casos similares no dia a dia?

Um chá preto estragado e surgem logo rumores de envenenamento?

E ainda por cima, neste caso, o opositor ainda está vivo...

É preciso má vontade!

Claro que escrevo estas linhas porque me encontro a milhares de quilómetros de Moscovo, pois apesar de alinhado com o Kremlin, FSB e SVR, estar a dar importância a um assunto que certamente não existe já poderia ser sinónimo de oposição corajosa e quero deixar bem claro que não me sinto, neste caso, nem opositor nem corajoso.

Não quero ter encontros com intoxicações alimentares ou com misteriosos tiros que passeiam discretamente pelas ruas.

Assim...

Apenas me sobra deixar nestas linhas o meu apoio a Vladimir Putin pelo massacre constante a que este é sujeito devido a rumores e calúnias sofridas ao longo de anos.

"Avante" Camarada Vladimir Putin...

E Viva a "Democracia Russa" em todo o seu esplendor e liberdade.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

20.08.20

 

 

 

Quando me sento para escrever;

para desabafar...

 

Tento escutar as entranhas minhas;

as vozes de poetas que sussurram ao longe,

palavras essas que se alvoroçam,

desbravadamente se inquietam na dimensão obliqua do desmedido prazer.

 

Mudei-me, assim, para bem longe;

numa intrínseca latitude que não consigo descrever,

Imbuído desse medo que se agiganta,

nestes tempos que se apresentam,

num desabitado palco.

 

Por entre fugas;

vai escapando esse querer maior,

sobrando a temerária incerteza,

de que não será a última vez...

 

E mesmo que o seja;

essa última vez descrita na melodia,

trauteada na voz trémula de uma poesia,

sobrevive a crença de que resistirá o sonho,

nesse pedaço de amar esperado, 

desenhado na desesperada vontade de um solitário amor.

 

E se assim for;

que seja eterno,

nas soletradas palavras que importa escrever.

 

 

 

 

 

 

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