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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Uma Aventura Na Repartição De Finanças...

Filipe Vaz Correia, 29.07.20

 

 

 

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Nesta Segunda-Feira fui a uma repartição de Finanças, com a devida marcação para as 11 horas.

À porta um aglomerado de pessoas, gente que ali se encontrava, uns novos, outros velhos e outros assim assim...

Estou nesta última categoria.

Por incrível que possa parecer assisti a um momento absolutamente surreal, com uma "cavalgadura" a dar o seu espectáculo de boçalidade.

Um dos funcionários que vinha à porta chamar as pessoas, com um semblante carregado e pejado de uma gritante arrogância, ia destilando a sua ignorante empáfia.

Destratou uma Senhora que ali se encontrava para ser atendida, o que me deixou logo de cabelos em pé, depois foi a vez de dois indivíduos, Indianos ou Paquistaneses, e depois chegou a minha vez...

A minha vez de ser destratado.

Como tinha a marcação para as 11 horas, já passavam quase 30 minutos para lá dessa hora, resolvi questionar o dito "senhor" sobre esse facto...

Com um total desprezo me perguntou em que nome estava feita a marcação, algo que prontamente esclareci, para em seguida me advertir que nada constava dos seus papelinhos.

- Não tenho marcação? Questionei.

- Como assim? Insisti.

- Não tem nada marcado! - Tem de voltar a marcar e vir noutro dia! Retorquiu a besta quadrada sem sequer olhar para mim.

Claro está que me irritei, segurei a porta e expliquei com alguma paciência que não lhe admitia que me falasse naquele tom e muito menos com a arrogância bacoca com que estava a tratar toda a gente.

Ao insistir que tinha feito a marcação e pedir a sua identificação, aquela "cavalgadura" fechou a porta de vidro com toda a força para estupefacção de todos os que ali se encontravam, as pessoas do lado de fora e os colegas do lado de dentro.

Diante deste tipo de "gentuça" ressabiada, insurgi-me veementemente, vociferando que dali não sairia até ser atendido, explicando que aquela atitude era digna de um animal.

Admito que poderá ter saído de minha boca a palavra, Cavalo, e por isso quero me retratar diante de todos os Cavalos que possam ficar ofendidos com a absurda comparação...

Em especial a Incitatus e Bucéfalo, dois exemplares de excelência da nossa História.

Passado pouco tempo veio à porta uma senhora que me pediu para entrar, pedindo de imediato desculpa, explicando que me iria atender logo a seguir...

O Cavalo saiu, entretanto, bufando e gesticulando rua a fora.

Lá fui recebido, tratada a questão, com a simpatia da Senhora Dona Isabel, queridíssima, de uma competência exemplar.

Acompanharam-me à porta, a SRª Dª Isabel e um outro senhor que lá trabalha, pedindo uma vez mais desculpa pelo acontecimento, enquanto eu explicava que eles nada tinham a ver com a "cavalgadura" em questão.

Quando me estou a despedir, à entrada da porta, aparece a dita besta diante de mim...

E nesse instante, aproveitei para voltar a agradecer a simpatia e atenção daqueles funcionários, explicando à Srª Dª Isabel uma frase que a minha querida Mãe me havia ensinado deste a tenra infância:

- O Berço faz muita diferença!

Rematei:

- E a Srª Dª Isabel, ao contrário de alguns, tem!

Assim me despedi desta aventura, deixando para trás pessoas atenciosas, querendo ajudar a resolver a vida dos cidadãos, aliás é para isso que são pagos, entrelaçadas a um boçal que destila ódio e frustração.

De uma coisa fiquei certo...

Aquela cavalgadura, com um pedaço de poder e uma arma na mão, teria morto dois ou três sem qualquer problema.

Importa perceber a quem damos poder, mesmo que pequeno, pois alguns apenas o absorvem para sentir um pouco de adrenalina nas suas vidas frustradas.

Assim foi uma Aventura nas Finanças, por entre, uma Cavalgadura e pessoas de bem.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

Adeus... “Dia seguinte”!

Filipe Vaz Correia, 28.07.20

 

 

 

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A SIC Notícias acabou com o programa "O Dia Seguinte" num gesto de combate à toxicidade que envolviam estes debates.

Tenho pena...

Mas julgo que era necessário.

Sou da geração que cresceu com este tipo de programas, ou melhor, ainda sou da geração do Domingo Desportivo, caramba que estou velho, no entanto, não posso deixar de referir a minha "paixão", primeira, por este tipo de debates...

"O Jogo Falado".

Na RTP, moderado pelo Paulo Catarro, com Pedro Santana Lopes, Fernando Seara, meu professor em Ciência Política e Direito Constitucional, e Pôncio Monteiro...

Um programa de excelência, composto por gente educada, carregado de humor, sem receio de debater ou de trocar ideias, mesclado com a amizade que os unia.

De lá para cá tudo mudou, com o passar do tempo o nível das pessoas envolvidas neste tipo de debates baixou, tornando-se absolutamente execráveis.

De Dias Ferreira, Fernando Seara ou José Guilherme Aguiar, na versão original do programa "O Dia Seguinte", passámos para, neste e noutros programas similares, Sílvio Cervan, Pedro Guerra, Luís Filipe Menezes, Manuel Serrão, Rui Gomes da Silva ou André Ventura...

O que esperavam?

Infelizmente, com o fim deste programa, não irão terminar outros do mesmo género, noutros canais de televisão, como a CMTV, acabando por continuar a ser dado espaço a "palhaços" de plantão capazes de animar o folclore da Nação.

Mas enfim...

Acaba "O Dia Seguinte", um dos programas da minha juventude e por isso não posso deixar de o notar com um misto de nostalgia e compreensão.

Até Sempre.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

 

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