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Caneca de Letras

16.06.20




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Nas entrelinhas das estrelas

voam soltas

pequenas partes da memória

vagabundeando sem cerca

aperto ou ferida

os laços de uma história

soterrada na vontade

de cada um...


na desapegada saudade

sobrevivem recordações

de tempos idos

palavras desaparecidas

amores perdidos

almas esquecidas...


e voltando atrás

escreveria novamente a mesma carta

partindo rumo ao destino

sabendo que ao chegar

vazio estaria o lugar

do prometido mar que jamais chegou...


mas o que fazer

se o coração não aprende

a soletrar cada letra dessa sorte

desespero ou morte

no ferido desapego

da infinita liberdade

de amar.


09.06.20

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Mário Centeno demitiu-se do Governo, algo anunciado, infelizmente anunciado.

Para somar a esta triste notícia, assistimos à despedida do mesmo Centeno, por entre, uma conferência de imprensa com o Primeiro-Ministro, o futuro Ministro das Finanças e onde também se falou de hipermercados, Estados de Calamidade ou Covid-19...

Mário Centeno merecia mais. 

Em Fevereiro de 2017 escrevi um texto, Centeno Ou Sem Tino, onde analisava o Ministro das Finanças e onde deixava algumas dúvidas sobre o futuro político de Mário Centeno.

Desde essa altura que fui apreciando o seu papel, a sua capacidade para gerir o dinheiro público e o responsável pelo primeiro superávit da História democrática.

Mário Centeno foi Ministro durante 1664 dias e Presidente do Eurogrupo quase 1000 dias, com os resultados que todos conhecem, tanto internamente como a nível Europeu.

Num tempo onde a acção do Ministério das Finanças será absolutamente fundamental, não é estranho o País trocar de titular dessa pasta?

Que razão poderá ter levado Centeno a este bater de porta?

Mário Centeno aparentava, há muito, incompatibilidades com diversos sectores do Governo, a ala mais à esquerda encabeçada por Pedro Nuno Santos e Graça Fonseca e nos últimos tempos até com o Primeiro-ministro António Costa.

Com a chegada dos Milhões de Milhões vindos da União Europeia, talvez a veia Socialista tenha crescido dentro do Conselho de Ministros, com a sede despesista que sempre marcou os Governos de esquerda e que foi contrariada ao longo da anterior legislatura precisamente pelo próprio Centeno.

Por esta razão, não só por essa, lastimo a saída de Mário Centeno, um Ministro das Finanças que muito me surpreendeu pela positiva.

Sendo um eleitor de Direita, não posso deixar de expressar o quão apreciei a obsessão de Mário Centeno pelas contas certas e o esforço que deve ter sido necessário para justificar essa decisão dentro de uma Geringonça apoiada pela esquerda radical.

Com esta saída do Ministro das Finanças, duas coisas poderemos ter, quase, como certas...

Mário Centeno deverá ser próximo Governador do Banco de Portugal, tem mais do que competência para o ser, e este Governo ficará fragilizado com esta saída do Terreiro do Paço.

Atenção que as noticias que nos chegam alertam para a saída do Secretário de Estado Mourinho Félix, aquele que verdadeiramente foi o homem de confiança de Mário Centeno, durante estes 5 anos de mandato.

Para terminar deixar um pedaço de adivinhação, nesse futuro carregado de imaginação...

Será que Mário Centeno busca a Governação do Banco de Portugal para mais tarde ser candidato à Presidência do Banco Central Europeu?

Daqui a alguns anos saberemos a resposta.

Por agora...

Obrigado e um abraço, Sr. Ministro Centeno!

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

09.06.20

 

 

 

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A Seara de Arroios deve ser vista como um acto de solidariedade, sem dúvida, uma solução encontrada por alguns activistas para responder ao desespero de pessoas que durante a Pandemia perderam o seu tecto.

Percebo o lado Humano do acto, deste gesto que toca e se traduz no olhar das pessoas...

Durante a tarde a PSP teve de ser chamada a intervir para retirar dali aquelas pessoas, situação que criou revolta, contestação, desagrado.

Independentemente da angústia daqueles que viam naquele local o seu mais certo aconchego, não restou outra hipótese à Polícia nem aos proprietários do Prédio ocupado.

Este pormenor não pode ser visto como algo de somenos, este espaço é privado, com proprietários que sem aviso viram a sua propriedade ocupada indevidamente...

Mas o prédio estava devoluto?

E então...

É uma propriedade privada!

Para além deste pormenor, que não pode ser ignorado, ainda sobressai o facto do dito prédio estar em clara degradação, com problemas estruturais, existindo risco para a integridade de todos aqueles que, indevidamente, o ocupavam.

Por muito que custe condenar um gesto de solidariedade, não podemos compactuar com actos ilegais, atitudes à margem da lei que em nome do bem comum atropelam os direitos fundamentais da nossa Sociedade.

O fim não justifica os meios!

A intervenção realizada por uma empresa de segurança privada, durante a madrugada, é o único ponto onde divirjo dos proprietários...  

Esse acto poderia ter provocado confrontos e problemas acrescidos a uma situação já de si complicada, por entre, o desespero e revolta daquelas pessoas que ali se encontravam.

Recorrer à Policia, mesmo que tardiamente, foi a melhor opção.

Quanto ao projecto Seara e o seu trajecto neste apoio aos mais necessitados, aconselho a que busquem soluções junto da Câmara Municipal de Lisboa, do Governo, da Santa Casa da Misericórdia  ou de alguns Mecenas que os possam ajudar a encontrar um local onde possam construir esse sonho solidário que tanto ambicionam.

Um desejo sincero de boa sorte para a Seara de Arroios...

Sem ocupações e dentro da legalidade.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

06.06.20

 

 

 

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Tenho as mãos ardentes de um sentir

pedaços de um intenso hesitar

sonhos que insistem em fugir

e vozes que persisto em calar...

 

Viajo de olhar fixo lá fora

busco cada parte desse infinito querer

medos e memórias de outrora 

que outrora ansiava viver...

 

Já me perdi em teu cheiro

vezes sem conta

entrelaçado e derradeiro 

vezes sem conta

e de todas essas vezes

como da primeira vez...

 

Sei que o tempo passa

esmaga e avança

mas se o pudesse parar

por um segundo

discreto e profundo

seria em teus braços que me quereria encontrar...

 

Eu nos teus braços,

Tu nos meus abraços

e Nós entrelaçados...

 

Num amor que sobrevive pela eternidade.

 

 

 

03.06.20

 

 

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No sub-solo do Covid-19 se esconde um terramoto anunciado, uma espécie de devastação encoberta por medidas de teletrabalho e Lay-Off.

A Economia, sempre ela, acabará por surgir como tema central, lá mais para a frente, quando os sinais da Pandemia estiverem definitivamente controlados e observarmos o País com metade das empresas, micro e médias, que existiam antes deste tempo confinamento.

Restaurantes, Hotéis, empresas de retalho ou outro tipo de negócios estão a ser postos à prova numa dura competição que arrastará para a pobreza milhares de famílias.

Este plano da U.E., que se prepara para injectar Biliões de Euros na Economia Europeia, se este plano for aprovado pelo Parlamento Europeu, poderá ser a única esperança para evitar uma tragédia de proporções Bíblicas.

Por isso urge ter a noção da responsabilidade e do rigor que será necessário, não só na distribuição destes recursos, mas também na explicação do plano que o Governo irá desenhar para poder ajudar a reconstruir a nossa Economia.

O esforço que está a ser pedido a empresários e trabalhadores não irá terminar com o suposto regresso à normalidade, pois é de antemão sabido que as pessoas, logo o consumo interno, não irá responder, como antigamente acontecia aos estímulos consumistas que serviam de base, ano após ano, ao aumento do PIB nacional...

Mesmo no campo das exportações, onde entrava o sector do Turismo, deveremos demorar pelo menos um a dois anos a recuperar as taxas anteriores ao Covid.

Neste caso específico, o Turismo, talvez agora todos possam compreender a importância deste sector numa Economia com pouca produção Nacional e que assentou a sua transformação Económica, desde os anos 90, no sector dos serviços, abandonando sectores tradicionais e que agora poderiam ser de importância capital.

Não sei se será através da contratação de um Gestor fora do Governo, medida um pouco estranha, porém tudo estará dependente dos resultados das medidas e dos parâmetros Económicos que destas decisões derivem.

De uma coisa estou convicto, viveremos tempos de desafio e neles estará presente o perigo inerente à demagógica vontade de alguns...

Se falharmos no plano de recuperação para o País, se não lhe conferirmos seriedade e rigor, estaremos sempre mais perto do populismo inerente ao desespero das pessoas.

O bem estar e progresso dos cidadãos, enquanto sociedade,  é o que confere valor ao ideal Democrático, sendo que esse caminho só poderá ser realizado com crescimento Económico e perspectivas de futuro.

Por estas razões, importa olhar para este tempo compreendendo o anseio das pessoas, buscando sempre a credibilização das nossas Instituições.

Só assim poderemos pensar o País com optimismo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

02.06.20

 

 

 

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"Nenhuma outra imagem nos poderia representar tão bem"

 

Minha querida Mãe, mais um dia 2 de Junho longe de ti, não tão perto, nesta década que se completa onde a tua partida vai sussurrando essas saudades que se eternizam.

Palavras soltas que nos ligam, num amor sempre presente, nunca menor, intensamente marcado em nosso olhar.

Incondicional, incondicionalmente marcado nesse cordão umbilical nunca cortado, no toque das mãos, no colo presente, na voz que acalmava a minha desmedida rebeldia.

Nesse conforto aconchegante me senti em casa, nos teus braços, no regaço cantado por ti em meus imberbes dias, em todos os momentos, tão nossos...

As saudades que me invadem, todos os dias, não diminuem essa falta que sempre saltará de mim, em cada partilhar de recordação de minha alma.

Farias 85 anos...

Como estou mais velho querida Mãe, sendo que ao espelho, nesse espelho da memória, ainda se encontra o teu menino, esse que vias independentemente da idade.

Essa sensação de musicalidade na expressão, sempre buscando um caminho que me permitisse o sorriso, mesmo que nele contido pouco siso, mesmo que o mundo voasse em sentido contrário.

Foste tu que me ensinaste a amar, a sentir sem receio cada parte intensa de mim mesmo, sabendo que nesse pequeno eterno instante se poderia extinguir a imortalidade.

Um dia chegou...

A tua partida chegou e o céu se cobriu de cinzento, o mar revolto se acalmou, a brisa deu lugar a esse nada que se instalou.

Meu amor...

Parabéns.

Olharei para os teus retratos espalhados em minha casa e neles buscarei, como faço sempre, esse sorriso que tantas vezes me resgatou de tristezas, de contraditórias inquietações, desse caminhar da vida carregada de ilusões.

Obrigado por tudo...

Amor de minha vida.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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