24.06.20
De soslaio, no canto do olho, moram os radicais, aqueles que num pedaço de palavra encontram a desculpa perfeita para incendiar tudo à sua volta.
Aqueles que nas fracturas desenham o caos, encapotados pela carícia das suas prosas, disfarçadas nas entrelinhas do politicamente correcto.
Não vivemos tempos para disfarçes, muito menos para disfarçados discursos de conveniência, no entanto, importa medir o rumo, a melodia entrelaçada num mundo cada vez mais dividido.
Olho pela janela do meu quarto, para a rua despida de gente, no silêncio dos grilos e busco...
Vou buscando significado para a tamanha imbecilidade, para aqueles que copiam e se inspiram em Lenine, para os que recuperam Mussolini, para os que disfarçam o facto de terem se entusiasmado com Bolsonaro ou Trump.
Essa tralha de gente que insiste em caminhar pelas amargas entrelinhas da História, dela nada tendo retirado, a não ser a insistência nos seus erros...
Nem Deus ou o Diabo poderiam ter pincelado tamanha construção para o caos, tantos entrelaçamentos desenhados no desespero das gentes.
Boçais, possidónios, ressabiados, ingénuos ou simplesmente tontos, assim se constrói parte das massas que aglomeram estes que agora desfilam e que anteriormente seriam silenciados por um coro de sensatez.
Mas que nestes tempos reinam...
Por entre, Instagram. Twitter ou Facebook.
Da minha parte apenas obterão o desprezo, a gritante repugnância pelas suas ideias, pelo caminho...
Mas isso, solitariamente, chegará?
Temo que não...
Neste mundo carregado de idiotas, parece pulular a crença, daqueles que imbuídos no seu pensamento insistirão em redesenhar o comportamento Humano, por entre, os traços totalitaristas dos seus ideais.
Irá caber a todos nós, Sociedade, decidir o rumo de nossos destinos enquanto comunidade...
E como isso me deixa desconfortável?
É só revistar a, "nossa" , História...
Filipe Vaz Correia