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Caneca de Letras

13.05.20

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As creches, as crianças e os seus trabalhadores...

Importará a este Governo saber como se sentirão essas pessoas?

Como se prepararão as educadoras para enfrentar este nível de pesadelo, atiradas para uma linha da frente sem que exista uma rede que as possa tranquilizar?

Será possível pedir a crianças, em idade de infantário, que se consigam manter a dois metros umas das outras ou não partilhem os seus brinquedos, sem que isso pareça uma profunda utopia?

Pedir a estas educadoras que não dêem colo a meninos de 2 anos quando estes começarem a chorar, ao se despedirem de seus Pais, é somente mais um retrato carregado de hipocrisia.

Assim, fica claro que este sector é atravessado por uma realidade própria, por dinâmicas diferentes, carecendo de um pensamento distinto em tempo de "desconfinamento".

Sei bem que para os Pais poderem ir trabalhar, a tão importante Economia, será necessário que possam ter com quem deixar os seus filhos, daí reconhecer a importância deste tipo de estabelecimentos, no entanto, importa reconhecer que estes necessitarão de um tempo diferente, de um apoio maior e melhor...

Não só de apoio mas também de um plano exacto e preciso que possa tranquilizar todos os que dele dependem e a ele pertencem.

Pais, crianças e profissionais.

Basta imaginar as Educadoras vestidas de astronautas, com receio de apanhar Covid ou Kawasaki, para depreendermos que este quadro não irá contribuir nem para a saúde mental da crianças, nem para a tranquilidade dos Pais que ali as deixarão.

Enfim...

Urge pensar sobre este sector, sem demagogias, percebendo que existe uma gigantesca diferença entre uma sapataria e uma creche.

Ouvir os receios de uma querida amiga educadora, sabendo o seu amor pela profissão mas entendendo também a angustia e temor que sente neste avançar dos tempos, fez-me reflectir sobre a importância de tão específico sector.

Importa não esquecer que nas creches de todo o País reside o desejado futuro desse amanhã que ansiamos, alicerçado nessas Educadoras que amparam os seus primeiros passos, que sustentam as "nossas" primeiras memórias, por isso é importante criar as condições e cautelas para que todos possam sentir o conforto desta nova realidade.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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