Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

Caneca de Letras

Para Mim, Todos Os Dias São Dia Da Mãe...

Filipe Vaz Correia, 03.05.20

1707187D-B379-44E8-9554-7585C9663542.jpeg

 

 

Mãe...

Sentimento que busco no fundo de minha alma para descrever o que esta palavra me traz, o que resgata em mim.

Perdi, fisicamente a minha Mãe há 10 anos, num dia frio de inverno, no dia que marcou a chegada desse inferno.

Se por alguma razão tivesse que descrever a minha Mãe em uma palavra, essa seria certamente...

Incondicional.

Tão simples e singela escolha, sem hesitações ou timidez, somente esse amor tão desmesurado que sobra dentro de mim, que pulsa misturado com as saudades que não calam, se libertam, ofuscam a tristeza maior que subsiste em cada poro do meu corpo.

Amor...

Se fosse buscar a essência desta palavra, e para a descrever tivesse de encontrar uma imagem, seria a da tua mão ao encontro da minha, entrelaçando os dedos, apertando forte, tão forte como esse querer que ainda me faz chorar ao escrever, sorrir ao recordar, amar...

Amar...

Amar-te.

Mais do que nunca te agradeço por tudo, por esse tudo que me parece imenso, eterno, nosso.

Para os dias que correm, talvez esse teu amor fosse criticado, pelo incondicionalismo que sempre esteve presente, essa ligação que me fez voar através dos teus olhos, esse conforto maior que sempre buscaste para mim, essa palavra certa que me fazia sentir a pessoa mais importante do mundo.

Uns dirão mimo...

Eu direi amor, o teu amor que me construiu e me fez forte, determinadamente acreditando nessa certa, certeza, guardada nos teus poemas, na minha escrita esculpida nestas linhas carregadas de carinho.

Sabia que mesmo que o mundo estivesse ali do outro lado, contra mim, estarias a meu lado, sem questionar, de olhar meigo e confiante, enfrentando tudo e todos, à minha frente, por mim, sempre por mim...

Essa foi a diferença Mãe.

Esse foi o sentir maior que alguma vez invadiu minha alma, incondicionalmente.

Mesmo nesse fim, mesmo nos últimos instantes, as tuas palavras foram para me proteger, à tua maneira, ali firme, despedindo-te da vida e ao mesmo tempo tentando que esse jovem, homem, sofresse menos...

Mas como seria isso possível?

Nunca esquecerei...

Nada esquecerei.

Cazuza escreveu um dia:

"Quem não recebe o amor de Mãe fica "aleijado" para sempre..."

"E que só as Mães são felizes."

Não posso concordar com esta segunda parte...

Como filho, fizeste de mim o mais feliz de todos.

Obrigado meu amor...

Até ao dia do nosso reencontro.

Amo-te!

 

 

Filipe Vaz Correia