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Caneca de Letras

29.05.20

 

Sou Sportinguista desde que me recordo de mim, desde as mais imberbes recordações de mim mesmo, nessa entrelaçada recordação que me descodifica, me caracteriza, me define.

A sentença que absolve Bruno de Carvalho dá um novo folgo às milícias Brunistas, uma esperança do ressurgir de um tempo tenebroso para os lados de Alvalade.

Não preciso de sentenças...

Não são necessárias proclamações para identificar Bruno de Carvalho como um "Mal" que consome o quotidiano Leonino, assente nas suas gentes, nos seus braços delinquentes. denominados de claques.

O Sporting não poderá estar dependente deste tipo de sentença para seguir em frente, antes pelo contrário, deve colher da experiência destas pessoas para jamais cair em tão medíocre realidade.

Que venha o futuro...

Sem ditadores, sem bouçais, sem gentalha...

Todos nós merecemos melhor.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

27.05.20

 

 

 

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Nada para mim tem tanto valor quanto a lealdade, esse sentir em desuso mas que nesta alma minha ganha cada vez mais força.

Foi assim que me construí, enquanto pessoa, nessa caminhada que se tornou vida.

Estou mais velho, cada vez mais velho, sendo que a idade no BI ainda me confere o estatuto de um velho jovem, ou seja, aquele que estando nos quarentas da vida ainda não tem direito a reclamar o epíteto de velho.

Fiz-me entender?

No meio deste looping de costumes e ideias, lá me fui adaptando, amarrado a ferramentas que recebi no berço e a outras que me foram dadas por estimados amigos...

E de tropeço em tropeço lá me fui adaptando, aprendendo, decorando.

Tantas são as vezes que me apetece dizer, no meu tempo, e tantas são as vezes que silencio essa vontade, em nome de um querer maior, esse entrelaçado tempo que não pára de caminhar.

Se fosse, hoje, o mesmo que fui há trinta anos se calhar votaria num qualquer Ventura que me aparecesse à frente, aplaudindo uma qualquer ideologia que gritasse aos ventos a revolta e a gaiola ideológica onde fui forjado.

Felizmente não sou essa pessoa...

Cresci.

Estarei a explicar-me bem?

Aprendi através de pessoas, de escritos ou vozes, que importa a latitude de mundo, a querença desbaratada do outro, mesmo que esse outro seja o mais diferente lado de uma moeda que nos arrepia.

Esse contraponto, desde que civilizado, não deve ser considerado algo de somenos, antes pelo contrário, deve ser visto como um pormaior no debate de ideias.

Não era assim que eu via o mundo, trancado nas entrelinhas ideológicas do meu casulo...

Mudei?

Mudei.

Mantendo muito do que bebi no berço, os traços do desenho original, atrevi-me a deixar entrar luz sobre a pintura, a arejar a mente e a decifrar, por mim mesmo, as cores e significados dessa aguarela que o destino me entregava.

Somente isso.

Em todos os aspectos, em todos eles, olho hoje para o mundo tentando observar nas suas cores a compreensão de tamanhas escolhas, sabendo de onde parti, por onde desejo ir mas buscando sempre um significado para tão precioso destino.

Com lealdade mas sem medo de questionar.

Grato a todos os que contribuíram para esta caminhada, minha, que percorro com este infindável desejo de saber...

Não será este o desígnio de todos nós?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

26.05.20

 

 

 

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Um blog, um conjunto de letras e palavras, desabafos pincelados na tela em branco, num desencontrado encontro de experiências e opiniões, entrelaçadas por esse mundo virtual que nos ampara.

Quando comecei a escrever, no Caneca, jamais poderia ter imaginado as pessoas que iria conhecer, mesmo que ao longe, aqueles com quem trocaria argumentos e as afinidades completadas em pequenos pedaços de frases soltas.

Um mundo diferente...

Entrei em viagens que desconhecia, percorri deliciosas receitas, aprofundei opiniões, abalei as incertas certezas que me alicerçam, escutei melodias e mergulhei em odes poéticas pelas mãos de outros.

Tanto em tantos momentos...

Sorri e soltei gargalhadas, emocionei-me com partidas e chegadas, voei em imaginativos contos e carpi os desgostos futebolísticos de um amor sem fim.

É nesta caminhada e através dela que me cabe expressar este obrigado por tamanha viagem, a todos sem excepção, pela forma educada e carinhosa com que quase todos aceitaram por aqui passar.

O que seria de uma Caneca de Letras, se essas Letras fossem apenas pinceladas por uma pessoa, somente por um olhar, sem esse enriquecimento vivido entre soltas prosas de gente diferente.

Mais de 1500 posts depois, mais de 130.000 visitas e a caminho das 250.000 visualizações, achei por bem deixar este pedaço de gratidão a todos vós.

Pois nunca é demais dizer obrigado para quem com tamanho carinho foi mergulhando nesta singela Caneca.

Obrigadíssimo.

A viagem continua...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

23.05.20

 

 

 

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Aos teus olhos somente fragilidade;

aos olhos de outros fortaleza,

aos meus olhos reciprocidade,

aos olhos de outrem aspereza.

 

Nesta batalha de tantas vidas;

se escondem amargas melodias,

marcas e feridas,

disfarçadas à luz do dia.

 

Mas no toque de uma mão;

baixinho continua o rádio a tocar,

vai soletrando a canção,

essa desesperada esperança de amar.

 

E mesmo que tudo corra mal;

no entrelaçado caminho,

no teu respirar, olhar, cheiro,

busco a certeza de não estar sozinho...

 

Mesmo que por vezes, efectivamente, possa estar.

 

 

22.05.20

 

 

 

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Estive a ver o Herman José na Grande Entrevista.

A minha relação com o maior Humorista de todos os tempos, na minha modesta opinião, é umbilical, tão intensa como o respirar da alma.

Aprendi a rir, nessa consciência pueril, com ele, com o Esteves, o Serafim Saudade ou o Tony Silva...

Assim, desnudadamente concreto, simplesmente verdadeiro.

Nestes 40 anos de viagem, muitos foram os momentos desse Artista que me marcaram, que até moldaram a forma de encarar a graça ou a desventura.

Cresci com o Herman, faço parte da geração Herman, com todas as suas características, virtudes e defeitos.

Este Herman, quase nos 70 anos, que se apresentou para esta entrevista revela todo o trajecto que lhe serviu de rumo, que aprendemos a observar ao longo do tempo.

Estive com o Herman duas vezes na vida, uma delas na adolescência e outra já na fase adulta e das duas vezes apenas posso testemunhar o seu profissionalismo, a sua educação, a sua afabilidade e numa dessas vezes a sua paciência para buscar uma comunicação com aquele jovem carregado de timidez.

Temos mais em comum:

Somos peixes e fazemos anos no mesmo dia.

Há muito aprendi que as pessoas são feitas de um entrelaçado conjunto de coisas, uma espécie de prédio com várias camadas, vários apartamentos onde se guardam momentos bons e outros maus...

Ninguém é só uma coisa.

Recordo-me do génio, daquele que criou o Tal Canal, o Hermanias, o Casino Royal ou o Herman Enciclopédia, daquele que aparece no seu Instagram com sua Mãe dando largas a uma relação que embevece o mais empedernido dos críticos...

Mas também o "possidónio" que ostentava gratuitamente, num exercício que, estou certo, motivou parte dos problemas que lhe surgiram durante a sua magnifica carreira.

Adoro o Herman!

Este adorar, sem esquecer a Humanidade presente nos seus defeitos, permite que o olhe com a incerta certeza da sua falibilidade, essa fragilidade que não lhe permitiu dar, nesta entrevista, a Bruno Nogueira o protagonismo merecido...

Pelo menos foi o que me pareceu.

De uma coisa estou certo, por mais anos que viva, guardarei sempre de Herman José uma memória de genialidade amarrada à minha vida, a esse primeiro esboçar de espanto que senti ao vê-lo.

Senti isso com Maradona no futebol, com Erol Flynn no cinema, com Ivan Lendl no ténis, Nelson Piquet na fórmula 1, com Elvis Presley na música e Ronald Reagan na política...

Ou com o meu Pai em tudo o que fazia ou dizia.

Com a minha querida Mãe nada tinha a ver com genialidade, apesar da reacção ser a mesma, era somente amor...

Um deslumbrante e incondicional amor.

Talvez, também, isso nos una.

Obrigado Herman José...

O Maior dos Maiores.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

21.05.20

 

 

 

Canal do YouTube: So Art Deco

 

Sinto o vazio desesperante, uma mistura fina e crocante no olhar, um sabor agridoce na boca, uma esperança trémula no banco de um jardim.

Nos teus braços, meus abraços, escreveu Tim Bernardes em Só Nós Dois, numa entrelaçada desesperança que se amarra ao mar, que se perde por entre nuvens, alcança a aurora que tarda em chegar.

Sonhar...

Há quanto tempo não sonho?

Há quanto tempo não me recordo desses sonhos que almejo sonhar, que devo sonhar, que pareço ter me esquecido de sonhar?

Mas não será assim cada pegada de passo que marca a vida, esse pedaço de nós que sobressai ao longe mas que insiste em se manter timidamente silenciado...

Na vitrola o som de uma música, uma desnudada música que descreve o impensável, a inimaginável busca por mim mesmo, pelas entrelinhas de uma história desalinhada, tecida em recortes de tristeza, em telas de alegria, rompantes de alucinação em contraditória explicação.

A voz repetida, nos versos soltos, as lágrimas envergonhadas, risos perdidos, memórias tão minhas...

Não sei soletrar, não reencontro nesse lugar os momentos meus, nossos, que escaparam sobrando à alma a certeza desse amor, desamor, que se conta ao vento com o receio desse soltar.

Olho para trás, nesse tempo que não regressa, para a frente, nesse futuro que não chega, neste presente ausente, prometidamente ansioso, sabendo que voltará a ser real, o que realmente importa.

Nos teus braços, meus abraços...

O que verdadeiramente importa.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

20.05.20

 

 

 

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Sabemos que ultrapassámos todos os limites quando a CMTV estabelece que fomos além dos seus valores e princípios.

Esse é o chamado patamar de indigência.

A CMTV aceita mortos e seus vizinhos, senta-se ao lado de casa de violadores e assaltantes, filma cenários dantescos para a aceitabilidade de alguém de bem...

Quando dizem basta, esse será o pormenor mais pormaior que se poderia imaginar.

Pois bem...

Aconteceu.

André Ventura foi dispensado pela direcção dessa empresa pelo singelo facto de se terem ultrapassado algumas linhas vermelhas.

"Foi uma decisão editorial. Considero que foram ultrapassadas algumas linhas vermelhas. Não se trata de censura, mas chegou uma altura em que considerámos que as suas posições colocavam em causa direitos previstos na Constituição, como o direito à vida e a igualdade dos cidadãos perante a lei."

Foram estas as palavras do Director Octávio Ribeiro.

Inacreditável!

Até o Correio da Manha, CMTV, concluiu que entre os seus quadros, e que quadros, não poderia residir tão execrável figura, nesse seu misto de populismo bacoco e vocação Neo-Nazi.

Até tu, CMTV?

Parece que sim.

De facto está aos olhos de todos, explanado em cada intervenção, a cada pedaço de demagogia em seu discurso...

Só não vê quem não quer ver.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

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