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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Estrada... De Deus

Filipe Vaz Correia, 30.12.19

 

A velha estrada;

Sempre a velha estrada,

Carregando pedaços de nada,

Traços e pinceladas,

De memórias passadas,

Imagens empoeiradas,

Que insistem em regressar...

 

A velha estrada;

Desfiladeiro de Deus,

Ousando a caminhada,

De um breve aDeus,

Indecifrável destino,

De "Zeus"...

 

A velha estrada;

Onde se escondem,

Amores e desamores,

Palavras e letras,

Rimas soltas e versos imprecisos,

Num rebuliço tão terno,

Como a brisa de um sorriso,

Que se estende de mão em mão,

Por entre o infinito...

 

A velha estrada;

A melodiosa vida,

Estrada inacabada,

De velhas feridas,

Cantadas em poemas,

Soletrados dilemas,

Que se perderão...

 

Em cada alma,

Em cada passagem,

Por essa estrada...

 

Estrada de Deus.

 

 

 

Nem Sempre...

Filipe Vaz Correia, 28.12.19

 

Nem sempre sei expressar o quanto te amo...

Nem sempre, por dor ou excesso de amor, consigo construir por palavras as imensas equações poéticas que se conjugam no teu olhar...

Nem sempre sei sorrir quando dói esse ardor, quando se despe sem pudor o ciúme, crescente temor de te perder...

Nem sempre...

Nem sempre, na palavra ausente está presente esse pedaço de querença que se apressa num abraço, pedaço de regaço que se expressa nesse suspender do tempo, quando te tenho...

Nem sempre, no toque de nossas mãos, no cerrar dos olhos, no entrelaçar dos dedos, conseguimos resumir o tudo desse todo, esse silencioso todo maior do que o conjunto de nadas que sobram para lá da janela do mundo...

Nem sempre, neste universo, em todos os universos paralelos, se pode garantir a felicidade, esse desespero transformado em instante, sufocante saudade do que foi vivido, do que ainda não foi vivido...

Contigo.

Nem sempre...

Mas a teu lado, esse sempre será eterno.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

Desejos De Um Feliz Natal!

Filipe Vaz Correia, 25.12.19

 

A todos um Feliz Natal...

O tempo passa e as palavras vão chegando em ritmo acelerado, por entre o alvoroço de cada momento, o corrupio dos dias.

Meus queridos amigos Canequianos, todos sem excepção, desejo-vos um Feliz Natal junto daqueles que mais gostam.

A vida é feita de imagens e pinceladas, de palavras e poemas, de aguarelas e melodias, todas elas entrelaçadas a memórias e histórias, pedaços de nós e dos nossos...

Por isso e sem mais delongas, aqui fica este abraço sincero a todos aqueles que durante todo o ano por aqui passam num generoso acto de partilha nesta Caneca repleta de Letras.

Mais uma vez...

Um Feliz Natal.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Poema De Um Filho (9 Anos De Saudade)

Filipe Vaz Correia, 21.12.19

 

Volta tempo...

 

Volta tempo para trás;

Buscando as palavras perdidas,

As dores sentidas,

Lágrimas escorridas,

Por entre palavras,

Abraços e regaços,

De histórias e memórias,

Que não regressam...

 

Tantas vezes no secreto resguardo da noite;

Peço que voltes...

 

E por vezes;

Escondida nas entrelinhas de um momento,

Te revejo,

Ao longe,

Desnudadamente sorrindo para mim...

 

E sempre volta a realidade;

Esventrando a esperança,

Misturada querença,

De um órfão...

 

Pois é assim que me sinto;

Há nove anos...

 

Nove anos sem ti...

 

Minha Mãe...

 

Meu eterno amor.

 

 

Escrever... Amor... Amar!

Filipe Vaz Correia, 20.12.19


Escrever...

Escrever sem parar, nessa incansável busca pela escrita perfeita, não ortograficamente, mas sim desse querer maior de uma insanável insanidade que se perde, por entre, a desesperança pueril de um conto.

Não tenho palavras nem amorfas melodias, somente desespero e sentimentos, nesse entrelaçar de letras, misturadamente sentidas até ao infinito, infinitamente curiosas.

Queria tanto contar o peso de cada palavra, as sentidas e as fingidas, as correctas e as politicamente incorrectas, mas que nesse alucinado debitar de pensamentos se perdem no peso de cada uma, de todas elas.

Nem sabedoria nem desconhecimento, somente uma folha em branco, desnudada como uma bela mulher, ali deitada, aguardando o seu amante, nesse amor que se promete sem palavras, sem amarras, sem promessas ou amanhãs...

Naquele instante, precioso instante de um amor em ferida, se sobrepõem os beijos, a pele, o bater da alma...

Assim como as palavras, as belas e entrelaçadas palavras que compõem um orgasmático poema, rebelde, livre, disperso no pensamento ou na forma.

O que importam as regras se o que sobra é a força desse querer desgarrado que se recorda, desse cheiro que fica e se mantém pelo tempo, no tempo, para sempre no tempo...

O cheiro da cama, do corpo, o sabor de cada partícula de um amor que não respeita nada para além do olhar, nosso, intemporal.

Escrever...

Escrever sem parar, de forma crua, desnuda, singelamente pura...

Como sempre, para sempre...

Teu.



Filipe Vaz Correia



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