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Caneca de Letras

Caneca de Letras

O Que Mudou Na História Do HIV... “Ao Som De Cazuza”

Filipe Vaz Correia, 31.10.19

 

Estive no Blog do Triptofano, um estimado amigo deste mundo “Sapiano”, onde muitas vezes encontramos humor à solta, “repastos” de tirar o folgo ou as mais inusitadas histórias do quotidiano.

O “nosso” Triptofano é farmacêutico, o que lhe permite andar sempre muito bem informado sobre todas as novidades...

Desta vez escreveu-nos sobre o auto-exame do HIV em farmácia.

Incrível!

Um pequeno teste, vinte minutos de espera et voilá...

Ali se desnudam dúvidas e medos, viagens por entre pesadelos imaginados, saltos e ressaltos desta vida louca.

Parece impossível como em 20/30 anos tudo mudou, tudo se transformou num retrato diferente, menos pincelado de preto e escuridão, com mais verde e esperança.

A Sida deixou de ser uma sentença de morte no mundo ocidental, embora continue a matar, carregando ainda consigo estigmas e preconceitos por esse mundo a fora.

No entanto, não pude deixar de me recordar de um dos poetas que mais me marcaram, um dos que mais gostei de ler, de sentir, de escutar...

Cazuza!

Como tudo mudou...

O que teria ainda escrito Cazuza se fosse vivo?

Que palavras escapariam da sua alma para o papel, invadindo as estrelas cantadas nas mais variadas melodias?

 Os Ignorantes serão mais felizes, eles não sabem quando vão morrer, eu não!

Eu sei que tenho um encontro marcado.

As pessoas esquecem o que precisam fazer, eu não posso me dar a esse luxo.

Faço tudo caber nos meus próximos poucos dias.

Todas as ideias que eu teria, as pessoas que eu conheceria, o que ainda fosse cantar...

Estou grávido mas não posso esperar!

O tempo não pára e a gente ainda passa correndo, eu fiquei aqui tentando agarrar o que eu puder...

Ando fraco, tem um mundo ao redor que a gente nem percebe.

Tô ficando magro e pequeno para as minhas roupas, sinto que estou reunindo as minhas coisinhas, me concentrando...

Se eu pudesse guardava tudo dentro de uma garrafa e bebia tudo de uma vez!

Penso no que vai ficar de mim.... Eu, só sei insistir!

Cazuza

Tanto tempo, tão pouco tempo, entrelaçado tempo que separa estas palavras, que se distancia desta sentença de morte arrancada de uma desmesurada desventura.

Uma carta de despedida, tão intensa como frágil, tão grandiosa como singelamente ferida de timidez, nesse entrelaçar de palavras poéticas.

A Sida levou o poeta mas jamais conseguiu apagar a dimensão das suas palavras, da sua poesia.

Até sempre, Poeta...

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

Quem Matou Marielle Franco?

Filipe Vaz Correia, 31.10.19

 

Quem mandou matar Marielle Franco?

Esta será a pergunta do século no Brasil...

O que escreverão nos livros de História?

A rede Globo emitiu uma reportagem que aprofunda a investigação sobre este crime, assinalando as coincidências, as parecenças, as ligações perigosas que cercam Jair Bolsonaro.

O depoimento do porteiro que trabalha no “seu” condomínio, onde mora Bolsonaro e o assassino de Marielle, trazendo pormenores incómodos para o poder vigente.

Bolsonaro reagiu desde o Médio Oriente, num desbravado fervor, "xingando" os autores da reportagem e a emissora Globo.

Este caminho de ameaça e cerceamento ao maior grupo de comunicação do País, caracteriza o Presidente Brasileiro, desnuda a boçalidade perigosa deste personagem.

Existe uma ironia gritante que leva Bolsonaro a trilhar o mesmo caminho percorrido por Chavez...

Hugo Chavez diante das denúncias efectuadas pela maior cadeia de televisão Venezuelana, sobre o seu tirano regime, optou por encerrar esse veículo de informação, o mesmo trilho que Bolsonaro vocifera poder seguir.

Essa ironia traduz o carácter que toca sempre os extremos, ou seja, os extremismos e as suas lideranças.

Bolsonaro poderá tentar fazer isso com a Globo, no entanto, a dimensão e importância do canal "plim, plim" na sociedade Brasileira, tornará esta sua decisão suicida.

Matar a TV Globo não será tão fácil como os milhares de homicídios que se concretizam, diariamente, por terras de Vera Cruz.

Assim caminha o Brasil, entrelaçado em dogmas e preconceitos, em pobreza e corrupção, em populismos e aprendizes de "tiranete".

Quanto à TV Globo...

Que continue a fazer jornalismo, nada mais ou nada menos do que isso.

Sem receio do poder.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

Os “Cocaínados” Da Joana

Filipe Vaz Correia, 30.10.19

 

A “nossa” queridíssima Joana Latino afirmou, num qualquer programa de televisão, que não faltam “Cocaínados” nos corredores da SIC.

Uma afirmação, certamente, carregada de sabedoria por parte da estimadíssima Joana, visto que muitas das suas reportagens ou opiniões parecem bastante “particulares”.

Estranho, sinceramente, um silêncio por parte da Brigada Anti-Drogas da Policia Judiciária que, após a confissão da repórter Latino, poderia preparar uma intervenção lá para os lados de Paço de Arcos.

Claro que ficam perguntas:

Aqueles gritos da mediática Cristina, logo pela manhã, serão normais?

E a agitação daqueles painéis dos programas desportivos, onde frequentemente se ofendem enquanto espumam da boca, estará ligado a este tipo de afirmação?

Estes casados de fresco ou à primeira vista...

Estarão estas pessoas no seu estado normal?

Mais factos que podem ajudar a corroborar a afirmação da querida Joana Latino...

A contratação de Manuela Moura Guedes terá sido um acto de gestão ou uma alucinação momentânea proveniente deste tipo de produto?

E aqueles programas, pela noite dentro, onde oferecem dinheiro em troca da resolução de enigmas, atraindo assim noctívagos solitários a gastarem os seus parcos tostões?

Esperem lá...

Acho que isso é na TVI.

Será?

Alguém deve perguntar à repórter Latino, quais são os seus conhecimentos sobre os corredores da TVI...

Se bem que dizem que a Média Capital vai vender a TVI ao grupo Cofina, da CMTV.

Se calhar...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

E Esta, Hein? Somos Todos Primos...

Filipe Vaz Correia, 29.10.19

 

Há muito que cientistas concluíram que o Homem moderno havia nascido em África faltando, no entanto, aprofundar o local exacto para essa afirmação.

Pois bem, chegou esse tempo.

Então não é que se descobriu que o berço da Humanidade fica ali para os lados da Namíbia, quase a chegar ao Zimbabué, nas margens do Rio Zambeze.

As coisas que descobrem...

Um estudo publicado na revista científica Nature, afirma que conseguiram isolar o gene descodificador do berço da Humanidade, desnudando assim a razão para tamanhas “históricas”  desavenças.

Descobriram que somos todos “Família”.

Parece, segundo o mesmo estudo, que descobriram o gene fundador de todos nós, proveniente de marcadores genéticos maternos do tempo dos Homo Sapiens Sapiens, 200 mil anos, e que regista um antepassado comum a todos os Homens, de uma tribo denominada Khoisan.

Devido às alterações climáticas, já nesse tempo, tiveram que iniciar deslocações, actualmente denominado de refugiados, buscando novas terras e uma nova vida.

"E esta hein?" Citando o queridíssimo Fernando Pessa.

Somos todos primos?

Parece que sim...

Ora isto fará de si, meu caro leitor, primo ou prima do Cristiano Ronaldo, assim como, de Donald Trump ou do Pablo Escobar, da belíssima Sara Sampaio ou de José Sócrates...

Credo!

Bem...

Assim fica, também, provado que nem tudo é mau mas nada é exactamente perfeito.

Nunca uma conversa em família teve tanta propriedade como após esta esplendorosa descoberta...

Afinal todas as conversas são em família.

Um bem haja.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

As “Claques” Que O Deixaram De Ser...

Filipe Vaz Correia, 28.10.19

 

Nasci em 1977, um ano depois da fundação da Juventude Leonina, o que faz com que não conheça outro rosto do “velho” Leão, a não ser aquele marcadamente representado por aqueles jovens que acompanhavam a equipa para todo o lado.

Não me recordo do “meu” Sporting sem a Juve Leo, nem um jogo sem o calor dos seus gritos, o ecoar das suas canções, melodias essas que saltavam do campo, pulavam o estádio, ultrapassavam qualquer limite, para tomarem conta do pensamento no dia a dia, no mais profundo sonho de um eterno Leão.

Desde a minha tenra idade habituei-me a olhar para a Juventude Leonina com tremendo carinho e admiração...

Mas tudo mudou!

E não sejamos hipócritas, não mudou há um ano, nem dois, nem com um ou dois Presidentes...

A Juve Leo mudou há muito tempo atrás.

A claque, outrora a alma que puxava pela equipa, transformou-se num grupo de arruaceiros, jovens de péssimo aspecto envolvidos em tráfico de droga, roubos ou outra espécie de crime e que muitas vezes serviam de brigada armada do clube, ao serviço de interesses, capazes de atormentar, ameaçar e chantagear todos aqueles que não cumprissem com as suas vontades e desejos.

Fizeram reféns Presidentes e direcções, treinadores e jogadores, até adeptos receosos de confrontar este tipo de “Gang”.

Esta é a mais pura das verdades.

Ainda me recordo quando no final de uma partida, João Moutinho e Miguel Veloso se aproximaram da bancada sul para entregar as suas camisolas, provocando uma reacção indescritível por parte daqueles bouçais que se intitulavam de “claque”...

Cuspiram-lhes em cima, atiraram as camisolas para o fosso, enquanto, gritavam os mais aberrantes impropérios.

Naquele momento, dois pensamentos invadiram a minha alma:

O primeiro foi que no lugar daqueles rapazes, sendo Sportinguista desde o dia em que nasci, teria me ido embora do clube na hora...

Sem olhar para trás.

E o segundo pensamento foi o de perceber o quanto o Miguel Veloso “amava” o seu Sporting.

Veloso desceu as escadas do relvado e ao invés de ir para o balneário, dirigiu-se ao fosso, mesmo por de baixo daqueles animais que se entretinham a cuspir para cima de si, num gesto que me emocionou e constrangeu...

Tudo isso “somente” para resgatar a sua camisola.

Não deixou ali caída, abandonada, a camisola do SCP que tinha entregue àqueles animais.

Meus caros amigos, guardo da Juve Leo e do seu papel no apoio ao Sporting Clube de Portugal, a melhor das memórias, alguns dos melhores momentos de minha vida, em que sorri, chorei ou sonhei com as suas musicas, através dos seus gritos, amarrado às suas vozes que se tornavam nas vozes de todos nós, no entanto, a Juve que aqui descrevi já não existe, há muito, sucumbida às mãos de meliantes e criminosos, parasitas e drogados.

Não me representam...

Não representam o meu Sporting Clube de Portugal, nem os valores que o fundaram.

Assim acompanho, com o maior dos gostos, o Presidente Frederico Varandas neste gesto de coragem e bravura, de decência e sabedoria, mesmo que os ventos o derrubem ou que esta medida possa não ser a que lhe fosse mais aconselhada.

Por uma vez teríamos de concordar...

Caro Frederico, fico feliz que tenha sido desta.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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