28.07.19
Nada me preenche mais do que uma prosa entre amigos, esse tempo decorrido onde não se encontra o fim, onde não se entrelaça o início e apenas se busca a continuidade que parece interessar.
Por entre um olhar, uma palavra, um sorriso ou um gesto, se compreende todo um significado, um doce ou salgado entendimento de nós mesmos.
É assim que entendo a amizade, o sentir maior que não cala, mesmo no meio de silêncios, mesmo por entre ruidosos momentos que parecem silenciar cada pedaço de entendimento.
Foi assim o jantar de hoje, são assim os jantares de sempre.
Escolhemos o prato, decidimos a bebida, perdemos um infinito tempo entre sobremesas e digestivos...
Mas verdadeiramente nos perdemos por entre as conversas e memórias, graças e recordações.
Só assim faz sentido...
Só assim poderá fazer sentido.
Por mais palavras que se troquem, por melhores paladares que se encontrem, são as pessoas que contam, os sentimentos que somam, esse querer que se impõe.
Nada mais se sobrepõe, nada mais importa.
E hoje...
Foi apenas isso que aconteceu, um singelo momento entre amigos, por entre imprecisos instantes de um desmedido querer, maior do que nós, maior do que a memória que nos pertence...
Pertencerá.
Filipe Vaz Correia