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Caneca de Letras

31.07.19

 

Arrepiei-me...

 

Arrepiando o caminho

Um caminho preenchidamente solitário

Numa solidão asfixiante

Asfixiando lentamente

Essa lenta forma de viver

Vivendo por entre a contradição

Contraditória forma de escrever

Escrevinhando sem parar

Sobre esse imenso sofrer

Que me impede de respirar

Que me entrelaça nesse amar.

 

Arrepiei-me...

 

 

31.07.19

 

Escrever no Caneca é uma espécie de busca pela minha interioridade, essa constância de sabores impregnados na alma, esse entrelaçar misterioso de pessoas e sentimentos.

Muitas vezes esta Caneca serve para, involuntariamente, viajar por entre memórias tão minhas, outras vezes por recordações que desconhecia me pertencerem, no entanto, sempre caminho nesta viagem Canequiana com a presente impressão de um percurso interior.

Evidentemente que opino e soletro, por entre, essa espuma dos dias, a actualidade que marca e fica, intensifica e sobressai mas são as letras soltas de uma poesia, de uma prosa desconcertada, que mais retratam a alma que em mim habita, as vozes que em mim sobrevivem, os retratos que dentro do meu coração se tornam telas pintadas, de histórias imaginadas, de amarras passadas.

Vivo liberto como Vinicius, inquieto como Pessoa, amarguradamente incerto como Cazuza, solitariamente desperto como Camões...

Será?

Enfim vivo como escrevo, nuns dias com tinta, noutros com lágrimas, nuns dias com alma, noutros vazio, numa espécie de desvario que se apodera da pena.

Nesta Caneca, vivo sem pontos ou vírgulas, acentos ou parêntesis, num mundo de letras que se completam em cada comentário desse outro lado, em cada abraço de quem se mostra Canequiano.

E porque ser Canequiano nada mais é do que um sentir constante, por vezes asfixiante, num misturado querer que se solta em busca de expressar o que, segredadamente, sussurra a desmedida alma.

Obrigado a todos os Canequianos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

30.07.19

 

Pedro Santana Lopes foi ao Podcast do Rui Unas, Maluco Beleza...

Ou seja nada mais apropriado, sendo o "enfant terrible" da política um grande "Maluco", com todo o respeito, assim como um grande apreciador da "beleza", com um respeito ainda maior.

Santana sentou-se durante quase duas horas naquele cenário, despido de receios ou artimanhas, respondendo ao seu interlocutor, assim como às perguntas do público, num encontro descontraído mas carregado de substância.

A vida pessoal, o percurso político, o novo partido ou até o "seu"  Sporting, tudo passou por aquele estúdio, por aquela agradável conversa.

Sinto ser minha obrigação fazer aqui um ponto de ordem, aliás julgo já o ter feito noutras páginas desta Caneca...

Sou de direita e durante a minha adolescência, aquele período Cavaquista que tanto me entusiasmou, era verdadeiramente Santana Lopes que me entusiasmava, movia parte da esperança dessa minha geração, num acreditar que me colava aos Congressos, às intervenções públicas carregadas de rebeldia e visão.

Era assim que me sentia, que crescia essa crença numa liderança Santanista.

Santana foi tanta coisa...

Presidente do"meu" Sporting, de Câmaras, comentador político e de futebol, tanto e tão pouco num turbilhão de emoções que acabariam por ditar as armadilhas de um destino que muitos auguravam brilhante.

Lentamente este jovem, que vos escreve, cresceu e a ingenuidade com aquele mundo Laranja se foi esboroando, com Cavaco, com aquele período e com o ídolo de outrora...

Pedro Santana Lopes!

A sua ida para o Governo, Primeiro-Ministro, a criança na incubadora, os familiares que queriam bater na mesma criança...

Enfim, tamanhos e entrelaçados erros acumulados ao longo do tempo e que acabaram por descredibilizar o político, sendo em grande medida, esses erros responsáveis pela imensa taxa de reprovação que ainda sustenta.

Mas não posso negar...

Santana esteve no Maluco Beleza como nos Congressos do PPD/PSD, aqueles Congressos do antigamente, com a mesma energia, a mesma desenvoltura, a mesma forma de nos amarrar à mensagem, seja ela política ou corriqueira, numa conversa que me trouxe momentos que pensava perdidos no passado.

Gostei...

Francamente foi um gosto imenso.

Este Santana poderá não vencer eleições, até por culpa própria, pela imagem de si construída, mas acrescenta à vida política, a essa Direita ausente do debate, da disputa pública.

Num mundo de Direita, preenchido por "eunucos", gente capaz de nada dizer sobre esse nada que os habita, Santana aporta um outro discurso, uma forma de agitar as águas sem receio de ir à luta.

Como ele mesmo definiu:

Este projecto, Aliança, é radicalmente moderado.

E assim caminha buscando ideias e gente nova, indo ao encontro das pessoas, as reais, que habitam para lá das paredes da Assembleia da República ou das "cortes" de Lisboa.

Gostei desmedidamente deste Maluco Beleza.

Perdão...

Deste, rejuvenescido, Pedro Santana Lopes.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

29.07.19

 

Amor...

Essa palavra, conjunto de letras inusitado, que parece simplista e desenhada, por vezes dormente ou silenciada, muitas vezes inquietantemente solitária num canto do quadro, num pequeno espaço da folha.

Tanta tinta escrita em seu motivo, gravada em lágrimas ou gargalhadas, em afagos ou desabafos, em sorrisos ou tristonhos retratos imprecisos.

Amor...

Esse sentir que por vezes magoa, destoa, amarra e abraça, outras vezes apenas se apresenta com aquela inevitabilidade própria dos momentos únicos que se impõem ao tempo, pelo tempo, através do tempo.

Como se pode explicar o tamanho sentimento que representa a pequena palavra?

Como soletrar para o papel cada espaço desta palavra, cada sentir de cada uma das letras que a compõem?

Questões soltas, tão desmedidamente soltas como amarradas à confusa tradução deste estranho sentir.

Respirar...

Respirar bem fundo, como se esse fundo não tivesse fim, como se o beijo, esse beijo, não se extinguisse no tocar dos lábios, no entrelaçar da saliva, no bater do coração.

Cada pedaço de amor, desse amor encadernado na imaginação dos poetas, escondido na virgindade das donzelas, no ardor corajoso dos valentes cavaleiros...

Cada pedaço desse amor arde infinitamente, soluça atrevidamente, sonha intemporalmente, como se jamais chegasse esse futuro que ameaça o imediatismo dos amantes, o querer romântico da prosa, o inquietante impulso da alma.

Amor!

Exclamação que nos define, indefinidamente nos completa, sem receio de gritar o que parece somente uma palavra, um pedaço desconexo de uma frase.

O Amor...

Ou simplesmente aquilo que mais importa.

Somente o que mais importará.

Que o tem nem sempre o reconhece e quem o perdeu...

Disfarçadamente sabe que dificilmente o voltará a sentir.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

29.07.19

 

O "meu" Sporting apresentou hoje a sua equipa de futebol aos sócios, no torneio Cinco Violinos, contra o Valência.

Mais uma derrota, tendo em conta que em nenhum jogo desta pré-época conseguimos vencer...

Enfim, não é o mais importante, se bem que pode servir de indicador sobre o rumo das coisas, essa imprescindível vontade de conquistar, há muito, afastada de Alvalade.

Sinceramente tentei, como venho fazendo, não influenciar a minha avaliação deste jogo com as dúvidas, crescentes em mim, sobre o treinador, a direcção, as contratações.

Vi este jogo como sempre faço, num misto de nervosismo e crença, de revolta e contentamento.

Em primeiro lugar, deixar aqui uma opinião para futuras direcções Leoninas:

Convidar árbitros estrangeiros para estes jogos amigáveis, em nossa Casa.

Já nos basta aqueles jogos onde impreterivelmente somos obrigados a "levar" com os Godinhos da vida, para agora ainda os suportarmos neste tipo de desafios.

Recomendação feita!

Sobre o jogo, deixar um ou outro apontamento que sobressaiu ao olhar deste adepto Leonino...

Thierry Correia, para mim o melhor em campo.

Talento e vontade aliadas neste menino proveniente da formação Leonina, com pujança na recuperação defensiva e acerto no momento ofensivo.

Sei bem que desaparecerá quando o tal de Rosier recuperar, se recuperar, no entanto, não é demais referir o talento e a desenvoltura deste menino de verde e branco.

Gostei de Renan Ribeiro, que não sendo um Rui Patrício, demonstra sempre uma segurança que muito me apraz.

Bas Dost...

Um jogador desengonçado mas matador, lento mas eficaz, capaz de num instante dar asas ao que interessa, ou seja, o golo.

Porém expressar que este Sporting joga de forma anti-natura para as características do Holandês, mesmo sendo o seu treinador da mesma nacionalidade, obrigando o avançado Sportinguista a acções fora do seu meio habitat.

Dost vive neste Sporting sem cruzamentos, sem apoios, obrigado a correr como se fosse um avançado móvel.

Enfim... 

Para terminar referir um pormenor que para mim é um pormaior, a entrada, uma vez mais, de Miguel Luís e Daniel Bragança perto do minuto 90, aliada à ausência de Matheus Pereira da convocatória.

Pormenores que se tornam no novo ADN "Varandista" que se impõe para os lados de Alcochete.

Tristemente se impõe.

Depois não gritem com aqueles meninos que cedo preferem ir tentar a sua sorte para outros lados, em outros clubes.

Se o Miguel ou o Daniel tivessem um sobrenome, tipo Plata ou Doumbia, talvez esta direcção, este treinador, olhassem para eles de outra forma.

Viva o Sporting.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

28.07.19

 

Nada me preenche mais do que uma prosa entre amigos, esse tempo decorrido onde não se encontra o fim, onde não se entrelaça o início e apenas se busca a continuidade que parece interessar.

Por entre um olhar, uma palavra, um sorriso ou um gesto, se compreende todo um significado, um doce ou salgado entendimento de nós mesmos.

É assim que entendo a amizade, o sentir maior que não cala, mesmo no meio de silêncios, mesmo por entre ruidosos momentos que parecem silenciar cada pedaço de entendimento.

Foi assim o jantar de hoje, são assim os jantares de sempre.

Escolhemos o prato, decidimos a bebida, perdemos um infinito tempo entre sobremesas e digestivos...

Mas verdadeiramente nos perdemos por entre as conversas e memórias, graças e recordações.

Só assim faz sentido...

Só assim poderá fazer sentido.

Por mais palavras que se troquem, por melhores paladares que se encontrem, são as pessoas que contam, os sentimentos que somam, esse querer que se impõe.

Nada mais se sobrepõe, nada mais importa.

E hoje...

Foi apenas isso que aconteceu, um singelo momento entre amigos, por entre imprecisos instantes de um desmedido querer, maior do que nós, maior do que a memória que nos pertence...

Pertencerá.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

27.07.19

 

Parece que a Protecção Civil andou a distribuir Kits de Incêndio às populações...

Um Kit com golas de poliéster.

Uma substância altamente inflamável e que ao invés de proteger, irá pôr em maior risco aqueles que usarem o dito Kit.

Ora bem, logo se levantaram alguns para criticar o Governo e o respectivo Ministro Cabrita.

Que injustiça!

Então é o Ministro Cabrita que confeccionou as ditas golas ou as andou a distribuir?

O senhor Ministro, muito provavelmente, sujeito a um stress indescritível nesta altura do ano, está assim envolvido numa polémica sem qualquer tipo de razoabilidade, enfrentando as críticas de quem nada percebe sobre o tema.

O Governo, que se aproxima de uma maioria absoluta, combate estas injustiças com a nobreza que se lhe reconhece, assacando culpas a outros, sejam Presidentes de Câmara ou empresas privadas, jornalistas ou afins...

E muito bem!

Era o que faltava se estas pessoas que nos representam, com tamanho sacrifício e incompetência, perdão competência, tivessem que assumir culpas ou responsabilidades.

Mais...

Sabemos lá se estas golas não terão sido fabricadas na China?

Se sim...

Já só faltava quererem criar uma polémica internacional.

Enfim...

Tenham pudor e respeito pelo Governo e pelo doto Ministro Cabrita, fazendo, se faz favor, silêncio sempre que estes fizerem asneira, por maior que seja, por mais imbecil que pareça.

Irresponsabilidades é que não!

Parafraseando o Excelentíssimo senhor Cabrita.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

26.07.19

 

Escrevi uma carta "desencartada"

Sem saber que seria incerta

Desnuda, desencantada

De sentimentos desabitada

Tão deserta e vazia

Como se nela fosse representada

Essa espuma de cada dia

Numa verdade desencontrada

Ausência desmedida

Soletrando esmagada

Cada palavra em demasia.

 

Sem querer soluçava

Nessa mistura de sentir

Sem saber se entregava

Ao eterno ferir

De um perdido querer.

 

Mas no final de cada rima

Da prometida poesia

Se encontrava a versada sina

Despida de alegria

Por entre a crueza de um destino.

 

 

 

 

 

 

 

 

25.07.19

 

Como posso dizer?

Escrevinhar sem soluçar, ou mesmo que soluçando, olhando de frente para o futuro sem me recordar daquela criança que brincava em seu quarto, esperançosamente esperando por esse amanhã.

Todos já fomos essa criança...

Não fomos?

Aquele mundo de exclamações e interrogações, de medos e certezas, de anseios e desejos.

Tanto tempo passou...

Tão pouco tempo decorreu.

A noção de tempo é um dos mistérios da existência Humana, desse decorrer de segundos e instantes que chegando se perdem, abraçando se extinguem, amarrando nos libertam.

Tanta gente que se perdeu pelo caminho, olhares que se apagaram, vidas que abandonaram o palco e vivem agora aprisionadas na minha memória.

Tenho tanto carinho por aquela criança, pelos seus sonhos cumpridos ou por cumprir, pela sua vontade de querer, simplesmente, existir.

Tenho saudades...

Saudades que vivem em mim, sem fim, por fim.

Em cada momento, por entre, caminhos e destinos, busco sempre, quase sempre, aquele sentir puro que habitava naqueles largos caracóis, naquelas expressões sorridentes, naquele tempo que parecia não passar.

Infelizmente passou...

Felizmente passou.

Tantas contradições, próprias de interrogações que chegam e que se entrelaçam com a vida de adulto.

Escrevendo este texto liberto um pouco desse tempo perdido nos escritos antigos, nas memórias presentes, recordando nesta Caneca um pouco mais de mim...

Um pouco mais dos meus.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

24.07.19

 

Aderi ao Instagram...

Isto para o comum dos cidadãos não é motivo de comemoração, no entanto, para este escrevinhador é um feito e tanto.

Aderi sozinho, publiquei sozinho e ainda hoje não sei como o fiz.

O meu primeiro amigo foi o inestimável Triptofano sempre presente, sempre imprescindívelmente simpático.

Se vos disser que ainda não percebi como o fiz, talvez não acreditem, no entanto é a pura verdade...

Puríssima.

Lá estão duas fotografias, com uma preciosa legenda, talvez não, sem hastag pois ainda não percebi como isso funciona.

Mas caminhando, lá vai o Caneca de Letras, inovando aos soluços, lutando com a inovação, os inovadores arrepios da tecnologia.

canecadeletras no Instagram...

Acho que é isto.

E assim continuo Canequiano, sem parar, buscando o próximo destino.

Talvez o Twitter...

Para Canequiar com o Senhor Donald Trump.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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