03.06.19
Não escolhi ruas, apenas por elas ando;
Como um fantasma desencantado,
Perseguido pelos pesadelos,
Outrora animados,
Pelas gentes que partiram,
Pelos que ficando se silenciaram,
Por tantos momentos que desapareceram nas asas do vento.
Suspiro intensamente;
Levemente de uma vez,
Sustendo a querença que grita ao virar da esquina,
Nesses escritos marcados nos murais dos prédios,
Desassombrada expressão,
De desmedido tédio.
E assim procuro neste lento divagar;
Vozes e rostos,
Marcadamente meus,
Ilusórios desgostos,
Cravados em cada adeus,
Que me acompanha.
Caminho por entre ruas,
Sem olhar para trás.