19.04.19
Existem palavras pequenas que carregam consigo desmedidos pensamentos, outras gigantes que, mesmo assim, não conseguem medir a dimensão de um querer...
Existem frases curtas, intensamente envergonhadas, que entrelaçam vontades, sinceras saudades, sem tamanho.
Outras frases mais alongadas, carregadas de vírgulas, disfarçando, sem querer, o sentir tão preciso, ao mesmo tempo conciso, num longo abraço de querença ou desesperançada esperança.
Existem palavras silenciosas, timidamente perdidas, por entre, silêncios, palavras nunca ditas ecoando mais longe do que gritos anunciados...
Porém, existem outras palavras ruidosas, que vociferadas à distância, conseguem imensamente amarrar toda a expressão de um singelo instante.
Somente palavras, sempre palavras, numa enlaçada pintura...
Umas vezes quente, outras gélida, pincelando com beleza, porventura crueza, os destinos que nos constroem...
Numa desconstrução que insiste em desnudar o sentido das coisas.
Por vezes amar é simplesmente isso...
Uma espera ausente de palavras sentidas, num desencontrado querer que nos amarra.
Amo-te!
Está dito.
Filipe Vaz Correia