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Caneca de Letras

19.04.19

 

Existem palavras pequenas que carregam consigo desmedidos pensamentos, outras gigantes que, mesmo assim, não conseguem medir a dimensão de um querer...

Existem frases curtas, intensamente envergonhadas, que entrelaçam vontades, sinceras saudades, sem tamanho.

Outras frases mais alongadas, carregadas de vírgulas, disfarçando, sem querer, o sentir tão preciso, ao mesmo tempo conciso, num longo abraço de querença ou desesperançada esperança.

Existem palavras silenciosas, timidamente perdidas, por entre, silêncios, palavras nunca ditas ecoando mais longe do que gritos anunciados...

Porém, existem outras palavras ruidosas, que vociferadas à distância, conseguem imensamente amarrar toda a expressão de um singelo instante.

Somente palavras, sempre palavras, numa enlaçada pintura...

Umas vezes quente, outras gélida, pincelando com beleza, porventura crueza, os destinos que nos constroem...

Numa desconstrução que insiste em desnudar o sentido das coisas.

Por vezes amar é simplesmente isso...

Uma espera ausente de palavras sentidas, num desencontrado querer que nos amarra.

Amo-te!

Está dito.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

18.04.19

 

 

 

Isto de ser mãe

 

A minha filha mais velha sempre adorou o mar. De tal maneira que cheguei a pensar que teria sido sereia noutra encarnação.

Mal se segurava em pé e já entrava na água como se fosse o seu mundo. Simplesmente avançava...

Um dia, em vez de a agarrar, coloquei-me atrás e deixei-a ir (quem conhece a Lagoa de Albufeira sabe que são águas paradas, sem perigo). Ela foi caminhando, segura e serena, e nem mesmo quando a água lhe tapou a boca e o nariz, quis recuar. Eu só a levantei quando sentiu a aflição de não conseguir respirar.

Não sei se aprendeu a lição mas eu aprendi.

Aprendi que ser mãe não é antecipar os perigos ou impedir certos percursos. Não vale a pena!

É deixar que decidam e que avancem, em busca daquilo que querem.

É permitir que errem em águas serenas.

É estar atrás, pronta a agarrar quando já não há caminho.

 

Talvez por isso, ganharam confiança e aprenderam a voar atrás dos sonhos.

Embora eu, passadas quase duas décadas, continue apenas um passo atrás, em estado de prontidão. Afinal, a vida dos jovens quase que se resume a escolhas incessantes e nem sempre os trilhos conduzem ao melhor destino.

 

Ainda não tenho a certeza se é isto que é suposto ser mãe.

Mas pelo resultado, parece que não me saí lá muito mal.

 

3ª Face

 

 

 

 

17.04.19

 

Quem passa pelos postos de abastecimento de gasolina, em Lisboa, presumo que seja igual no resto do País, observa um cenário de corrida desenfreada às últimas gotas de gasolina.

Uma espécie de racionamento de combustível, num crescente receio invadindo os cidadãos.

Sinceramente não consigo compreender esta fragilidade evidente, que coloca à mercê de uns quantos, o "destino" de tantos.

Alertas do Governo, notícias alarmantes nos meios de comunicação social, pedidos de prioridade por parte dos meios de socorro.

Um cenário, ridiculamente, preocupante.

A Greve dos motoristas de substâncias perigosas, deixa desnudada, uma vez mais, a incapacidade das Sociedades actuais, para responderem num cenário de chantagem, como este exemplo torna claro.

Uma corporação ameaçando paralisar o País, em virtude das suas reivindicações...

Justas?

Talvez.

Mas absolutamente repugnantes, na forma como se fazem valer.

Sou, sempre o escrevi, contra Greves, desde a minha tenra existência, numa convicção sustentada nestes actos selvagens que acabam por capturar a vida de todos nós.

Enfermeiros que obrigam a anular cirurgias, professores que ameaçam impedir exames, transportes que bloqueiam o quotidiano, por si só sofrido, de passageiros obrigatoriamente reféns desse meio de locomoção para sobreviverem.

Este tipo de gestos, greves, chantagem, como melhor vos aprouver designar, faz crescer em mim, a certeza de que num próximo tempo, as populações se virarão contra aqueles que ameaçam cercear esse destino colectivo.

Por momentos, por entre notícias, num singelo segundo, julguei que tinha sido tele-transportado para a Venezuela, num dia de racionamento petrolífero...

Mas não, estava em Lisboa.

Enfim...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

16.04.19

 

 

 

Vales e montes encantados, bosques escondidos e entrelaçados, campos floridos e desencontrados, florestas de pedra, gélida pedra por derreter.

Caminhos e estradas, construções renegadas, por entre, letras sofridas de querença, de uma esperançada querença que se atreve a gritar.

Sonhos que se repetem, vozes que se agigantam, gentes e rostos que se amarram no olhar de quem habita na alma...

Na soletrada alma de um texto, numa prosa construída nas entrelinhas da imaginação, na desgarrada acentuação, como um desenhar geométrico, compassadamente descompassado, perigosamente desenhado.

Ventos e montes encantados...

Tantas e tantos momentos para escrever, formas de escrever, pinceladamente encobertas pelo, silencioso, silêncio de uma eternidade de papel.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

15.04.19




Está a arder a Catedral de Notre-Dame...

Nesse fogo que a consome, ardem séculos de História, de histórias, memórias, memória Nossa.

Quantas almas ali, outrora, se esconderam ou se perderam, quantos segredos ali se eternizaram, olhares se cruzaram, palavras silenciadas por entre o vento, no tempo...

Quanto tempo, contará o tempo, sobre o tempo deste singelo monumento que vai desabando diante de nós, ardendo entre chamas, nessas chamas que queimam a alma de todos os Franceses, de todos Europeus...

Enfim, de todos nós.

Estive ali, naquela Catedral de Notre-Dame, em 1995, pequeno, imberbe adolescente...

Fui rever fotografias, recuperar sensações, tentando resgatar emoções, que se vão esfumando naquelas paredes, por aquelas paredes, nesse trágico cenário que se mantém na minha Televisão.

Continua a arder...

Oito séculos de História a arder.



Filipe Vaz Correia





15.04.19

 

 

 

O Professor Cavaco Silva prevê que, lá para 2050, a idade da reforma deva ser aumentada para os 80 anos.

Talvez?

De facto, até pode fazer sentido pois o Professor Aníbal está para aí com uns 150 anos e continua a brindar o País com os seus doutos conselhos.

Mais do que discutir a veracidade dos seus estudos e cálculos, importa também registar a falta de tacto, a falta de capacidade para comunicar desta ilustre personagem.

Até aos 80 anos?

Estará o Professor a contar que a esperança média de vida seja de 100 anos?

Na verdade, ao Ser Humano, importa sonhar e de cada vez que ouvimos Cavaco Silva, somente pesadelos nos assombram, numa cascata de perdigotos e sussurradas palavras.

Por falar em reformas...

Como tenho pena que o Sr. Professor não se tenha reformado da política aos 60 anos, pois tinha poupado todos nós, a dez medíocres anos em Belém, assim como, destas continuadas e opinativas intervenções.

Tenhamos condescendência, para com as amarguradas previsões Cavaquistas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

15.04.19

 

 

 

De cada vez que dói;

De cada vez que magoa,

De cada vez que destrói,

Cada vez em que se esboroa...

 

De cada vez que se torna ardente;

De cada vez que é imenso,

De cada vez em que cresce incandescente,

Cada vez mais intenso...

 

De cada vez que parecendo derradeira;

Se torna primeira,

Nascendo inteira,

Da mesma maneira,

Secretamente cimeira...

 

De cada uma dessas vezes;

Volto a ti,

Amando-te,

Sempre assim.

 

 

 

15.04.19

 

 

 

Começa esta madrugada a última temporada de The Game Of Thrones...

Quase dois anos de espera, uma espera carregada de ilusão, perdida na imaginação de um conto sem igual.

Tenho saudades de personagens e cenários, de momentos e segredos, de tanto do que sabendo, ainda desconheço.

É isto que simboliza esta série, um entrelaçado mundo de batalhas, por entre, a essência Humana e a falta dela...

A procura imaginária por um mundo melhor.

O Syfy estreará em Portugal, ao mesmo tempo que nos Estados Unidos, o que significa que terei de esperar pelas 2 horas da manhã para poder amarrar em mim, cada segundo desta estreia, cada pormenor desta nova temporada.

Até lá vou revendo todos os episódios anteriores, como se cada pedaço esquecido, estivesse apenas adormecido, à espera de ser recordado.

Este é o ansiado regresso do The Game Of Thrones...

O inimaginável regresso de uma série sem igual.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

13.04.19

 

 

 

Cada minha cicatriz;

Marca uma história,

Como um traço de giz,

Num quadro de memória...

 

Cada intemporal arranhão;

Ardendo eternamente,

Vai lembrando o coração,

Desse ferir desmedidamente...

 

Cada solitária palavra;

Libertada em verso,

Vai contando silenciosamente,

Os caminhos inusitados,

De um quadro desencantado,

Carregado de uma desesperante,

Saudade sufocante...

 

Cada parte de nada;

Nessa parte de tudo,

Agita a alma cansada,

Cansada do mundo...

 

Cansada e sem mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

13.04.19

 

 

 

Já voei tantas vezes nas asas de um sonho;

Tantas que não posso contar,

Por entre medos medonhos,

Leve imaginar,

Nesse abraço risonho,

Que se sente eternizar...

 

Já chorei e sorri;

De cada vez que vivi;

Buscando em cada momento,

Essa parte de mim,

Que faz parte de ti...

 

Já voei tantas vezes nas asas de um sonho...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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