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Caneca de Letras

25.03.19

 

Esta noite estive a assistir a mais um "Gente Que Não Sabe Estar" com o Ricardo Araújo Pereira, na TVI.

Não vou aqui discutir a qualidade do programa, no entanto, existem coisas que me tiram do sério, me irritam imensamente e me levam ao limite da exasperação.

Talvez o que mais me cause este tipo de reacções, sejam a mentira e a bacoca aldrabice...

E foi assim que me senti, ontem à noite, sujeito a uma tenebrosa mentira.

Na parte final do programa Ricardo Araújo Pereira chamou ao palco, para contracenar consigo, o José Diogo Quintela numa rábula género Tinder, neste caso um Ratinder, sediado no Largo do Rato.

Até aqui tudo bem...

Piadas repletas de sentido, gargalhadas entrelaçadas, risos e sorrisos ecoando desenfreadamente, inundando a plateia e os telespectadores, porém, tudo mudou num singelo e constrangedor momento que não posso deixar passar, em nome da decência e da verdade.

Então não é que o caríssimo José Diogo Quintela não conseguiu ler as mensagens que passavam no ecrã do televisor, descrevendo as "badalhocas" conversas entre os vários dirigentes Socialistas...

Não conseguiu ler!!!

Compreendem?

Perguntam-me os meus caros amigos...

Ele sabe ler?

Pois parece que sim.

Então o problema só pode ser dos óculos...

Os óculos da Multiópticas?

Os Óculos da Multiópticas!

Os vastíssimos anúncios de televisão, a chamar velhotes e pequenotes, os descontos gigantescos, os incentivos e conselhos do "jovem"José Diogo Quintela acautelando os nossos "olhinhos"...

E agora descobrimos, num Domingo à noite, que tudo não passa de um embuste.

Assim se compreende melhor esses descontos gigantescos, pois se até o embaixador da marca continua pitosga, é porque aquelas lentes devem ser mesmo muito "baratinhas".

Isto francamente, já não se pode confiar em ninguém...

Nem no senhor da Multiópticas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

24.03.19

 

 

 

Gritos e desvarios;

Numa caminhada constante,

Olhares imprecisos,

Saudades angustiantes,

Amargurando cada pegada,

Na ausente lembrança,

Da antiga estrada,

Guardada no velho caderno,

Do poeta...

 

E assim, timidamente;

Foram escorrendo as lágrimas,

As mesmas lágrimas que levemente,

Sussurravam discretamente,

O ardente ardor,

De uma canção...

 

Ao longe;

Tão longínquo como presente,

Foi se diluindo esse querer,

Sobrando somente,

O ténue rascunho,

Deste desgarrado poema.

 

 

23.03.19

 

Sabia que não seria eterno, como nada é...

Sabia que desapareceria, enfim como tudo desvanece, por entre, as vozes tão singelas, os olhares tão imberbes, os toques tão breves, as palavras tão secretas.

Sabia que os dragões desapareceriam, os cavalos cederiam, as cores se desgastariam, os ogres tombariam, os castelos desmoronariam...

Sabia tudo isso.

E tudo isso sabia, no entanto, nada sabia do que julgava saber, mesmo enfrentando monstros e medos desde a mais tenra infância, voando por entre os mais temidos céus deste mundo encantado, desencantado, imaginado...

Imaginando o que se tornaria impossível de imaginar.

Sabia tanto e tão pouco, perdido em cada mão, a cada aceno do outro lado do oceano, sem conseguir subir a montanha, meio castanha, estranheza tamanha e desmedida.

Mesmo esvoaçando pelas páginas de papel, desse papel animado, carregado de almas e desenlaces, jamais imaginaria saber que poderia me perder, somente, num breve sentir.

Pois ninguém sente como pareço sentir nesse querer fugir que me abraça.

Ninguém pode saltar dezenas de páginas ao encontro daquele desencontro desconhecido, mesmo que num outro livro possa estar descrito, esse desejo interdito, meio escrevinhado, rabiscado, entrelaçado.

Mesmo assim desconhecia...

Mas o que importa?

Acordei!

E pareço ter esquecido o que anteriormente soube, revivendo sem saber tudo outra vez, de uma só vez.

Sabia que não seria eterno, como nada é...

Só não sabia que seria inesquecívelmente fugaz.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

22.03.19

 

Michel Temer foi preso...

Já era coisa de se "temer".

Sinceramente nada me surpreende na política Brasileira, muito menos alegações de corrupção, políticos envolvidos em maracutaias, próprias de máfias organizadas e que há muito dominam os meandros do poder, naquele País.

Rumores de jogos de poder, tráfico de influência ou enriquecimento ilícito à força das balas, pululam pelas esquinas das ruas Brasileiras, num misto de insatisfação e revolta.

Por tudo isto, cada notícia que chega de uma detenção, não espanta a alma mais atenta, o observador mais curioso.

No entanto, convenhamos que prender um Antigo Presidente da República, não é coisa de somenos, mesmo para os dias que correm.

Depois de Lula, chegou a vez de Temer, num processo que ameaça tornar-se num "Status Quo" no pós Planalto.

Se estivesse no lugar de Jair Bolsonaro, tratava de mudar a Lei do cárcere Presidencial, legislando para que qualquer antigo Presidente pudesse cumprir a sua pena em Casa...

Obrigatoriamente em Casa.

Depois tratava de comprar uma Casa espaçosa, com piscina e campos de futebol, pois provavelmente será onde irá passar grande parte da sua aposentadoria.

Mas é só uma ideia.

Enfim, em qualquer dos casos, não me escandaliza, Lula e Temer provêem do mesmo terreno, sendo de Partidos ideologicamente diferentes, ambos "chafurdaram" no mesmo terreno político, na mesma corrupção que corroeu o panorama político Brasileiro.

Antes deles, já Collor de Mello havia experimentado a mesma sensação, um Ex-Presidente detido e caçado, por entre, os pecados de sua governação.

Só Fernando Henrique Cardoso escapa, por entre, a lamacenta e bacoca aliança entre corruptos e poder, dinheiro e favores.

Sendo assim fica a pergunta:

Presidência do Brasil...

Curriculum ou Cadastro?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

22.03.19

 

É com lástima que assisto aos desmedidos ataques desferidos contra o Adolfo Mesquita Nunes, por entre, a mediocridade bacoca e a ignorância habitual, própria deste Lusitano mundo político.

Da Esquerda à Direita não faltaram os moralistas da política, gente habituada a crescer e a sobreviver à custa dos Partidos, intra Partidos, levantando o dedo para criticar a atitude do, até há pouco tempo, Vice-Presidente do CDS.

Uns apontam o dedo pelo abandono da vida partidária, outros pelo que chamam de cedência ao grande Capital...

Enfim, na maioria dos casos, falamos de gente habituada a sobreviver nos meandros das Juventudes Partidárias, ratinhos de laboratório criados para serem Deputados, Secretários de Estado ou Ministros.

Este tipo de pessoas, nunca seriam convidados para a administração não executiva ou executiva de nenhuma grande empresa privada, por evidente ausência de intelecto e de mundo.

Adolfo Mesquita Nunes teve o cuidado, talvez por saber como é medíocre o planeta político Português, de apresentar a sua demissão dos cargos que ocupava no CDS, tentando evitar os demagogos de plantão, sempre preparados para este tipo de debate que afasta, vezes sem conta, os mais preparados.

A certeza que fica no meio de tamanho burburinho, é a de que com este tipo de mentalidade, só nos sobrarão na política os Duarte Marques, os Galambas ou os Hugo Soares da vida, sempre amarrados à política, ao seu Partido e ao bolso dos Portugueses...

Pois só isso lhes sobra, serem rostos repetidos, legislatura após legislatura, nas cadernetas do Parlamento, num bafiento jogo de cadeiras que me causa absoluta repulsa.

Adolfo Mesquita Nunes tem o mérito de ser diferente, de ter valor, de ter qualidade e por isso não limitar os seus horizontes aos lugares arranjados, nas artimanhas mesquinhas dos bastidores.

Muito bem...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

21.03.19

 

Nós… os obnóxios!

“…mais vale sonhar a vida que vivê-la, mesmo que vivê-la seja sonhá-la..."

Marcel Proust

 

Quando folheio as longas páginas das minhas memórias fico sempre com aquela sensação de que a determinada altura optei por veredas ínvias, arriscadas mas altamente estimulantes, em vez de ter escolhido um caminho mais aberto, quiçá menos perigoso, todavia sem grande interesse.

Estamos invariavelmente reféns das opções tomadas no passado, numa espécie de condenação perpétua e para a qual não há qualquer recurso. No fundo a maior parte da nossa vida resume-se às decisões que optámos, tenham sido elas fantásticas ou profundamente desastrosas.

Contudo cada vez vejo mais pessoas a desculparem as suas opções com os erros dos outros… Então na política e no desporto… é demasiado frequente!

Sempre que abrimos as televisões lá escutamos as já cansadas desculpas de uma (má) decisão de um qualquer governante com a célebre expressão “herança do passado”.

Então que dizer à boa herança recebida e que por opção política se desbaratou durante a vigência de um governo?

Reparo, cada vez mais, que a nossa classe política está cansada, sem ideias, sem fulgor e onde as caras são quase sempre as mesmas. A bipolarização governativa que vamos aceitando sem grandes ondas, não obstante alguns recentes e estranhos exercícios de colagens, é o exemplo perfeito de como convém nunca mexer no “status quo ” estabelecido por alguns iluminados lusos. Sejam de esquerda trauliteira ou moderada e de direita obtusa e incoerente.

O desporto sofre outrossim do mesmo problema da política. Os dirigentes de clubes, federações, SAD’s ou mesmo treinadores desculpam-se na maioria das vezes dos maus resultados invocando gestões anteriores. Detestam, por assim dizer, assumir a sua quota-parte nos insucessos!

É assente nesta triste e reles postura de fuga às responsabilidades, plasmada numa anormal impunidade que os portugueses têm vivido no último meio século. A liberdade custa-nos muito, mas muito dinheiro!

Retorno às minhas memórias para evocar uma expressão que um professor certa vez me disse: errar é humano mas permanecer no erro é estupidez!

Ora, pegando nesta última ideia concluo que das duas uma: ou os portugueses são estúpidos pois continuam a insistir no mesmo erro durante todos estes anos ou são burros pois nem têm inteligência para perceberem onde está o erro!

 

 

LadosAB

 

 

20.03.19

IMG_20190319_203716.jpg

 

Adoro massa...

No Natal, a queridissima Ritinha, deu-me um livro de receitas de Esparguete, ou seja, mil e uma maneiras de cozinhar essa "pasta" Italiana.

Claro que quem acompanha o Caneca de Sabores, sabe que não consigo passar sem inventar, sem acrescentar algo que seja meu...

Assim o fiz.

 

 

Ingredientes:

 

. 500 gr de Esparguete

. 100 ml de Vinagre Balsâmico

. 150 gr de Nozes picadas

. 200 gr de Folhas de Espinafres Bebé

. 200 gr de Queijo Gorgonzola, desfeito

. Orégãos, Sal, Pimenta e Azeite

 

Coloque uma panela grande de água com sal a ferver, em lume alto.

Coza o Esparguete na água a ferver até ficaral dente.

Enquanto a massa coze, aqueça o Vinagre Balsâmico, uma pitada de azeite e as Nozes num tacho médio em lume brando, durante um ou dois minutos.

Escorra bem a massa e volte a colocá-la na panela.

Deite a mistura do Vinagre Balsâmico e das Nozes sobre o Esparguete, adicione os Espinafres, Orégãos, Pimenta e o Queijo. Envolva e sirva quente.

A acompanhar um Bom Vinho Tinto.

Experimentem e apreciem.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

19.03.19

 

O tempo voa, passa num pequeno pestanejar, como se fosse areia numa mão, vento por entre um momento, um singelo momento intemporal.

Cada ano que passa vamos perdendo pessoas, deixando para trás memórias, histórias, laços que se quebram, sem retorno.

Parece que se acalma silenciosamente a impulsiva vontade de correr, de viver intensamente sem parar, sem esperar, desesperando nesse receio desencontrado por um outro sentir.

O tempo passa, voa, entrelaça a alma pueril à sua idade real, à descoberta desse caminhar das nuvens por entre o céu, do viajar da água por entre o rio, do ondular das ondas no mar.

Caminhando sempre no mesmo sentido, sem regressar...

Como tenho saudades, de mim e dos meus, daqueles que hoje não se encontram a meu lado, nesse abraço perdido, que jamais voltarei a sentir.

Como tenho saudades dos cheiros, desses mesmos cheiros que um dia me pertenceram...

Como tenho saudades do escuro da manhã, de mãos dadas com minha Mãe a caminho do colégio.

Como tenho saudades das viagens para o Alentejo, das vozes carregadas de alma em cada ruela de Santa Luzia.

Como tenho Saudades de correr por entre os corredores da minha escola, sem temer o tempo, desconhecendo que cada pequeno instante, seria importante para mim.

O tempo passa, voa...

Por entre as vitórias e perdas de um destino.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

18.03.19

 

 

 

Fecho os olhos;

Revendo imagens,

Pequenos pedaços de mim,

Imensas partes de nada...

 

Fecho os olhos;

Buscando aquilo que se perdeu,

Tentando vislumbrar,

O que se escondeu,

Para lá do triste horizonte...

 

Fecho os olhos;

Querendo reencontrar,

As palavras e os sons,

Que outrora ousei adivinhar,

As melodias e os tons,

Que agora não ouso soletrar...

 

Abro os olhos;

De uma vez...

 

E de uma só vez;

Sei que perdida se encontra,

A velha história na memória,

Um dia guardada nesse coração,

Pedaço de cada emoção,

Desse terno olhar...

 

 Tão meu.

 

 

 

 

 

17.03.19

 

O Fenómeno dos Coletes Amarelos, há muito, invadiu as ruas de França, até de outras partes do mundo...

No entanto, em nenhum outro local com esta dimensão que se regista por terras Gaulesas.

As "manifestações" deste fim de semana em Paris, trazem uma vez mais ao de cima, uma questão inquietante...

Manifestantes ou Criminosos?

Mais de 10 mil pessoas saíram de suas casas inundando as ruas de Paris, sendo estimado que cerca de 1500 radicais possam ter conseguido se infiltrar, agitando e incitando os actos de vandalismo, retratados nas várias reportagens espalhadas pelo mundo.

Palavras de ordem como Morte aos Ricos, assim como, a devastação de vários locais conotados com as classes mais abastadas, revelam a intenção de generalizar o Caos, apontando alvos e buscando cisões "antigas".

Não é cenário virgem, esta espécie de anarquia revolucionária, junto de movimentos descontrolados, muitas vezes buscando o confronto como meio de gerar novas formas de organização de uma Sociedade.

Nessa demagogia encapotada, se escondem traumas e revoltas, labirintos pincelados em Sociedades cansadas e esgotadas, incapazes de responder aos anseios dos seus cidadãos.

O que os Governantes devem compreender, ao se deparar com cenários destes, é a fragilidade da sua actuação, sendo imperioso uma absoluta firmeza e astúcia,  para não se perder o poder democrático, às mãos de um caldeirão violento e repleto de raiva.

Macron, neste caso, deve compreender o que move, parte destes manifestantes...

Por um lado, compreender e responder às pessoas que genuinamente quiseram gritar a sua condição menor, por outro lado, deve punir firmemente os que se aproveitam deste tipo de manifestações, para promover a desordem e a violência.

As duas medidas são inseparáveis para a construção de uma sólida manutenção de um regime democrático.

Respeitando quem se manifesta, Castigando quem comete estes crimes.

Convém não esquecer que esta ideia ancestral de uma exterminação dos Ricos, nunca levou a um enriquecimento dos Pobres.

Antes pelo contrário, vários são os exemplos ao longo da História, onde este tipo de ideal, surtiu um efeito devastador para as Sociedades que o testaram, como referência...

A China, a URSS, Cuba ou até a Venezuela, em diferentes momentos da sua existência, buscaram nos Ricos e na divisão de suas Sociedades, a razão para criar e sustentar as clivagens que justificariam as suas revoluções.

Nunca resultou.

Tentemos aprender com o "nosso" passado, para descodificar os perigos do presente.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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