30.03.19
Francamente já não há pachorra para isto...
Sempre ouvi dizer que nada é mais importante do que a família, aqueles com quem podemos sempre contar.
Se bem que essa ideia parece estar cada vez mais ultrapassada, basta vermos a página criminal do Correio da Manha.
Mas enfim...
Por estes dias deparei-me com esse alarido, sem tamanho, à volta da Geringonça, com gritos e vociferias inundando jornais, telejornais, Internet e afins...
Mas o que se passou?
Afinal, tamanha confusão por causa de tanto amor Governativo...
Numa época onde os Maridos e as Mulheres se divorciam e traem, como nunca, o Ministro Pedro Nuno Santos declarou-se para todo o mundo ouvir, ler, num acto romântico de Marido/Camarada, contemplando sem vergonhas este seu, "competente", amor.
Numa época onde pais matam filhos, onde netos esquartejam avós, nesta Geringonça temos estes a trabalharem lado a lado, abraçados, decidindo a vida de todos nós.
E ainda são criticados?
Numa Era onde se discute o valor da família tradicional, tal como a víamos, que melhor exemplo poderíamos pedir do que esta entrelaçada forma de poder.
Num tempo onde se desvanecem os laços intemporais da fraterna família, critica-se aqueles que lutam, pugnam, por recuperar a pureza desse lado sanguíneo, familiar, do que verdadeiramente é importante.
Pais e filhos, maridos e mulheres, primos e irmãos, talvez até padrastos e enteadas.
Se fosse possível imaginar toda esta beleza, num singelo quadro, teríamos de o imaginar pejado de aguarelas, carregado de cor de rosa, de rosas, de amor...
Uma pintura representando uma melodiosa dose de populismo, com uma pitada de endogamia, um pedacinho de comédia e acima de tudo...
Uma imensa promiscuidade.
Haja vergonha.
Filipe Vaz Correia