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Caneca de Letras

01.02.19

 

A sala de aula encolheu, as cadeiras minguaram e as janelas parecem agora da minha altura.

As  minhas professoras escaparam pelo tempo, ausentes do presente, vivendo nesse passado meu.

O barulho silencioso, os ruídos de imberbes vozes sussurrando o que lhes ditava a inconsciente infância, estão agora caladas para sempre, soterradas nos escombros da memória.

Naquela sala de aula, só eu pareço ter crescido...

Só eu cresci.

O quadro de lousa perdeu o seu imponente amedrontamento, aquele esmagar da alma com que nos esperava, nos questionava, nos desnudava perante todos.

Aquele quadro de lousa...

Tornou-se até enternecedor.

Tudo mudou...

Talvez o cheiro, esse pedaço inteiro de intuição, possa me transportar para aquele tempo e secretamente me voltar a encolher, redimensionando e resgatando os meus sorrisos, as minhas lágrimas , sem medo de voltar a ser criança.

Talvez até, sem medo voar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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