Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

28.02.19

 

Hoje a Bimby já cozinha por nós, nos EUA os carros já conduzem sozinhos, a Amazon já tem lojas sem funcionários em Seattle, nos telemóveis conseguimos fazer tudo e mais alguma coisa (pagamentos, compras, consultas de tudo e mais alguma coisa) e o RPA (Robitic Process Automation) é a nova galinha dos ovos de ouro das empresas (já se vêem no Linkedin anúncios específicos para esse software aqui em Portugal).

A robotização que hoje em dia está  presente na maior parte das nossas tarefas, é a continuação do desafio com que há muitos anos nos vemos confrontados. Diria que desde a Revolução Industrial, com o apogeu na popularização do computador, que a velocidade da tecnologia é um desafio para o Homem.

Esta está a avançar muito rápido e é inevitável perguntar:

Estamos preparados para isso?

Acho que a resposta é temos de nos adaptar.

O tempo que perderíamos na cozinha atrás de um fogão permite-nos fazer outras coisas e a probabilidade de torrar ou ficar insosso sai mitigada. Conseguimos ter melhor qualidade de vida. Mas tem o reverso da medalha:

Ficamos dependentes da máquina.

Se não soubermos cozinhar, passamos fome.

Este exercício pode ser extrapolado para o resto:

O trabalho manual é substituído, ganha-se tempo, eficiência (fazer mais com menos recursos - tempo, dinheiro), mas ficamos muito dependentes da máquina. Se ela falha, a vida não evolui e é preciso saber progamá-la. Além disso, as pessoas que fazem esse trabalho, ao serem substituídas vão fazer o quê?

Por outro lado, surgem novas oportunidades. Hoje em dia, chovem anúncios para programadores de informática e o trabalhador comum começa a constatar que mais do que não existir emprego para a vida, pode não existir profissão para a vida.

E este é um caminho sem retrocesso.

 

 

O Último Fecha A Porta

 

 

27.02.19

 

Nenhum prato me faz recordar tanto de minha Mãe, como as suas maravilhosas Favas...

De certa forma, durante muito tempo, não gostava deste prato, para grande infelicidade de minha Mãe, que como boa Alentejana se orgulhava muito das suas Favas com Chouriço e Toucinho frito.

Parece que ainda consigo sentir o cheiro das Favas esvoaçando pela cozinha da nossa casa de Lisboa ou mesmo daqueles corredores no nosso Monte em Santa Luzia...

Parece que foi ontem.

Depois de sua morte, dediquei-me a pôr em prática as belas Favas à Alentejana, num estilo mais light, mas tentando resgatar o "velho" sabor.

 

IMG-20190221-WA0003.jpg

 

Ingredientes:

 

. 1Kg de Favas

. Chouriço

. Linguiça

. Toucinho Entremeado

. Malagueta

. Coentros

. Orégãos

. Azeite

. Vinho Branco

. Sal

. Folha de Louro

. Alho

 

Num tacho com água a ferver, colocar as Favas e deixar cozer um pouco, depois reservar essa água.

Numa frigideira aquecer o Azeite, para fritar o Toucinho entremeado à parte.

No tacho colocar uma Folha de louro com Azeite e Alho, acrescentar Sal e Orégãos, sem esquecer dos Coentros picados...

Após uns minutos, misturar o Chouriço e a Linguiça fatiada, deixando que os ingredientes se envolvam.

Misturar as favas, assim como, o Toucinho Frito e acrescentar o Vinho branco, envolvendo tudo com mais um pouco de Coentros...

Mexer bem e colocar a água reservada da cozedura das favas, criando assim um molho que envolva todos os sabores.

Tapar e deixar cozinhar.

Corrigir sabores e aguardar até que as Favas tenham uma consistência de acordo com o pretendido.

Por fim, acrescentar o resto dos Coentros, a Malagueta e Orégãos, para que sobressaia o seu sabor.

Experimentem mais uma receita da Caneca de Sabores, numa viagem pela Memória Alentejana de Minha Mãe.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

27.02.19

 

Um ano é muito tempo, mesmo que por vezes pareça pouco, quase ontem...

Ontem quando nos recordamos das histórias, dessas recordações que trazem o Tio até nós, cada um de nós, desses momentos que sendo eternos, enriqueceram e enriquecem, cada um daqueles que o guardam junto ao coração.

O mesmo tempo que se agiganta quando olhando para esta data, se apercebe a imberbe alma que o tempo não pára, como dizia Cazuza, na letra intemporal da canção.

E a saudade, essa que acalenta em tantas conversas, a mesma que entristece um pedaço, sempre que se materializa esse fim, carregado de tristeza, da inevitável despedida.

Meu querido Tio Jaime...

Tantos dias tem um ano, mas poucos poderão descrever o quão marcante foi para mim, num conjunto de memórias que guardarei para sempre, com o carinho que lhe tenho.

E de que é feito o afecto, senão dessa mágica palavra que nos molda e constrói...

Memória.

Um ano depois...

Fica a saudade e a eterna gratidão, por tudo e por tanto.

Com carinho, do seu sobrinho...

Pipo

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

26.02.19

 

As luzes do palco ligadas...

A sala cheia, repleta de gente, olhares, sussurros quase murros desnudando a solitária alma de um artista.

E o sorriso, o meu, como escudo da terna e frágil criança, que se esconde temendo a tamanha voracidade, desse desconhecido desconhecer.

As luzes ligadas, a sala repleta de pessoas e eu...

Caminhando de um lado para o outro desse palco, contando os momentos, cada momento, em que o sofredor sentimento pudesse se libertar, numa mistura de batimentos que aceleram o coração.

Cada passo, entrelaçado, vai fazendo disparar o raciocínio, que sendo meu se agiganta, ultrapassa o sonho e se imortaliza num gigantesco abraço com a recordação...

Mesmo se perdendo, desvanecendo, desaparecendo, sem retorno.

Já não existem "papões" escondidos debaixo da cama, nem buracos negros no tecto, apenas desencantamento no olhar, num desencantar que melodiosamente permanece, se entranha, se amarra.

As luzes do palco...

Apagaram as luzes do palco...

Sobrando o silêncio, o vazio, aquele abraçar que só a imaginação te pode dar.

Ninguém como companhia, e o sorriso de partida, como capa despida, mostrando no escuro a leve ferida que perdura.

Sem luzes, sem gente, adormece a dormente esperança de um poema declamado, de um beijo salgado, de um futuro já passado, de tudo o que um dia imaginei...

Ou que imaginava, imaginar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

25.02.19

 

A Igreja Católica realizou uma cimeira sobre Abusos Sexuais, dentro da Instituição.

Um tema tabu durante muitos anos, escondido, abafado, manipulado pelas mais altas instâncias do Vaticano.

Sempre fui Católico, sem dúvidas na imberbe infância e adolescência, carregado delas na vida adulta, sem deixar de buscar na essência da alma, essa esperança do querer que ainda pulsa, bate, se amarra ao devoto sentido de acreditar.

Sou Católico...

Carregado de perguntas, dúvidas, interrogações, mas crente, querendo querer, no que para lá do entendimento se encontra.

Nada resgata a ligação da Igreja com o seu "rebanho", como esta atitude próxima, Humana, umbilical, que tem caracterizado o Papado de Francisco...

Um tempo, onde se desmistifica a imagem impoluta da "Santa" Igreja, onde se encontra lugar para a verdade, mesmo que essa verdade desnude os segredos escondidos, por entre, os pecados de tantos que em nome de Deus, actuavam criminosamente.

Esta nova atitude da Igreja, plasmada nesta Cimeira sobre Abusos Sexuais, resgata de uma poeirenta forma de estar, o propósito da fé, desse querer maior, que dá sentido a uma Religião.

O tempo de Francisco, marca uma nova esperança, um novo sentir de novas Gerações, sem medo de gritar ao vento, com o vento, as fraquezas e fragilidades que pincelaram, através de vários momentos, a História da Igreja Católica,

E só assim...

Expurgando sem esconderijos, todos os pecados da "Santa" Igreja, se poderá, novamente, construir uma relação de confiança, entre aqueles que acreditam e aqueles que deveriam ser os guardiões da sagrada fé.

Expiando os pecados da Igreja Católica, o Papa Francisco poderá ter dado um passo decisivo, para a salvação dessa Instituição que tantos Milhões representa.

Num novo tempo...

Repleto de uma esperançosa vontade.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

24.02.19

 

Poderia contar aos sonhos, nos sonhos, risonhos, os pedaços de arrepios que acompanham a vida, receios medonhos que invadem o querer, desarmando, sem temer, cada parte poética de mim.

Poderia viajar, a cada momento, por cada momento, sem barulho, nos silêncios cravados na alma, imberbe, pequenina...

Poderia tanta coisa e tanta coisa poderia, descrevendo soletradamente o que no passado ficou.

Tantas e tantas noites receando que chegasse o inverno, que um dia chegou, que se escondesse o sol, que um dia findou, que se calasse a voz que, outrora, alimentou a minha terna imaginação.

E voar...

Como tenho saudades de voar, de querer voar através dessa imaginação guardada em mim.

Tanto tempo passou, tempo que não regressa mais, numa enigmática constatação dessa cobrança desmedida, por vezes, descrita de vida.

Nesse entretanto, temporal, foi doendo e ardendo o coração, sorrindo e pulando de ilusão, começando e recomeçando sem parar...

Vezes sem conta, sem parar.

Mas no fundo da alma, bem no fundo...

Foi sabendo a doce esperança que um dia, se perderia, o que deveria ter sido eterno.

Como se para sempre, num instante, se perdesse infinitamente...

Numa infinitude, simplesmente finita.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

23.02.19

 

 

 

Nunca te pedi nada;

Ó tempo,

Mas se pudesse pedir,

Por um momento,

Iria sugerir,

Que me trouxesses com o vento,

Esse breve sorrir,

Que virou tormento,

O livre sentir,

Que se tornou sofrimento,

O insistente fugir,

Que me persegue...

 

Se te pudesse pedir;

Pedia em silêncio,

Respeitando esse querer,

Sem esquecer,

Que ao vento se entrelaçam,

Os sonhos e as memórias,

Desse passado,

Que ainda ontem futuro foi...

 

Ai se eu pudesse.

 

 

 

 

22.02.19


Nem sempre o que grita o espelho, no reluzente reflexo do olhar, consegue convencer o coração a seguir em frente, a deixar para trás todo o carinho reservado no tamanho querer de um amor.

Mas o que fazer?

Se no fim da linha, nesse molhar os pés no mar, se apercebe o coração desse caminho sem volta, que sufoca desmedidamente.

Devagarinho...

Sem pressa, se entrelaça o querer ao desejo, se amarra todo o sentimento numa imensa tristeza, caminhando mar adentro.

Sempre mar adentro.

Num mergulho...

Num mergulho nesse mar intemporal, misturamos as nossas lágrimas nessa água salgada, somente sussurrando, discretamente, todo o ardor da intensa dor.

Mergulhamos uma e outra vez...

Uma e outra vez.

E numa esperança sem fim, deixamos para trás, esse pedaço que já não nos pertence, se algum dia pertenceu, sabendo a alma, nossa, que jamais desaparecerá a ferida, revivida em cada parte de nós.

Mas adormecerá, permitindo ao tempo, um novo tempo para amar.

E talvez um dia, longínquo, possamos olhar para trás e nesse olhar, outrora valioso, sentirmos apenas uma leve sensação de desconhecimento.

Um desconhecido sentido de indiferença.

Uma calorosa indiferença que alimentará um adeus sem fim...

Por fim.



Filipe Vaz Correia




21.02.19

 

Viva a vida plenamente, hoje!

 

"Deveriam contar-nos, logo no início das nossas vidas, que estamos a morrer.

Assim, poderíamos viver a vida ao máximo, a cada minuto de cada dia. Faça isso! O que quer que deseje fazer, faça-o agora! Temos uma quantidade limitada de amanhãs."

                                                                                                           Michael Landon

 

 

Muitas pessoas adiam a alegria e a felicidade durante toda a vida.

Muitas pessoas fixam objetivos, e só depois de os alcançarem, serão capazes de desfrutar da vida em toda a sua plenitude.

É muito importante fixar objetivos, ajudam-nos a ter um sentido de direção e de foco, mas temos de nos empenhar constantemente para viver cada dia, gozando toda a alegria que pudermos, a cada momento.

A verdade é que se decidirmos sermos felizes agora, alcançaremos, automaticamente mais coisas.

 

Experimente tudo!

Seja excêntrico!

Saia e viva até não poder mais!

Conheça mais lugares!

Cheire as rosas pelo caminho!

Divirta-se!

 

Cuide de si!

Cuide dos seus amigos!

Cuide dos seus familiares!

Ame-os!

 

Ouse cometer mais erros!

Seja mais relaxado!

Seja mais flexível!

Seja mais apaixonado!

Seja mais espontâneo!

Seja mais criança!

Seja um excelente exemplo de Ser Humano!

 

Não leve as coisas tão a sério!

Acredite em milagres!

Tenha expectativas!

Permita-se ser imperfeito!

Não viva tantos anos à frente de cada dia!

 

Viva a vida plenamente, hoje, enquanto está aqui!

 

 

Agradeço ao meu querido amigo Filipe Vaz Correia o privilégio que me deu ao convidar-me a escrever na sua Caneca de Letras.

                                                       

                                    Luísa de Sousa

 

 

 

20.02.19

 

Nesta Caneca de Sabores, chegou a hora do Hamburger...

Num destes dias ousei inventar mais uma receita, numa mistura de sabores "Canequiana".

Como não quis arriscar demasiado, optei por acompanhar o dito Hamburger com as batatinhas assadas que sempre resultam.

Nada me apraz tanto como misturar ingredientes, imaginar o prato finalizado e o agrado daqueles que o provam.

Comparo a sensação à de uma poesia, o entrelaçar das letras, o amarrar das frases, o gesto de sedução das palavras, numa combinação imperfeita de perfeição.

 

Ingredientes:

. Hamburger do talho

. Pimenta

. Tomate

. Farinheira

. Coentros

. Alecrim

. Queijo Mozzarella

. Batatinhas para assar

. Limão

. Malagueta

. Azeite

 

 

IMG_20190206_214711.jpg

 

Colocar num tacho, com água a ferver, as batatinhas cortadas ao meio.

Deixar cozer um pedaço e depois retirar as mesmas...

Num tabuleiro, dispor as batatinhas e levar ao forno, temperadas com alecrim e sal, pimenta e muito azeite.

Enquanto isso, temperar o Hamburger com sal, coentros, malagueta e raspas de Limão...

Regar com azeite e reservar para ganhar gosto.

Numa frigideira, misturar a farinheira com o tomate cortado às fatias, envolvendo tudo com um fio de azeite e malagueta.

A seguir...

Retirar o tabuleiro do forno, encaixar o Hamburger no meio das batatinhas, como se fosse um copo e no seu interior acondicionar o recheio de farinheira, com o tomate.

Cobrir os Hamburgers com a Mozzarella e levar ao forno a 200 Graus, mais 15 minutos.

Servir e apreciar com um bom vinho tinto.

Espero que gostem.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pág. 1/4

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub