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Caneca de Letras

11.12.18

 

Bernard Madoff cumpriu hoje dez anos de prisão, de uma pena de 150 anos...

Oliveira e Costa cumpriu Zero.

No meio da tamanha teia judicial em que se encontra Portugal, talvez a parte mais incompreensível seja a demora como se arrastam os processos, se prende o sentido justo da suposta Justiça.

Bernard Madoff foi detido e julgado em seis meses, no seu caso condenado, no entanto, a sentença é indiferente para o objectivo, pois a rapidez de julgamento defende não só a verdade, como também, o próprio réu.

Ao contrário, em Portugal arrastam-se os processos, sendo as pessoas julgadas indefinidamente na praça pública, na capa dos "Correios das Manhas", contribuindo assim, para uma popularização da Justiça que enlameia todos os que com ela se cruzam...

Culpados ou inocentes.

O caso BPN, está a ser julgado há quantos anos?

11anos?

Sócrates, Salgado, Vara, Ricardo Oliveira, o Senhor Joaquim, Manuel ou Francisco, não deveriam estar dependentes de um intemporal espectáculo de justiça mediática, entrelaçada com os "Ruas Seguras" da vida.

Seis meses.

Repito...

Seis meses, o tempo que mediou a detenção, o julgamento e a condenação de Bernard Madoff, demonstrando assim a Justiça Americana, um respeito pelos absolvidos, pelos condenados e acima de tudo pelas vitimas.

Um respeito asolutamente irrepreensível.

Por cá, continuaremos a jogar ao "Segredo de Justiça", sistematicamente violado na capa de alguns jornais, enquanto o circo mediático se alimenta desta espécie  de "palhaçada" a que chamamos de Justiça.

Daqui a uma década, quando Madoff cumprir os seus vinte anos de cárcere, saberemos se Sócrates é considerado culpado ou inocente, pelos "providenciais" tribunais...

Mas o que isso importa?

Infelizmente nada.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

11.12.18

 

A política é feita de expectativas e percepção, de convicções e caminhos, de esperança e decisões...

Ontem em Londres e Paris, dois "Líderes" agonizaram, duas figuras políticas se perderam, por entre, as teias da incoerência.

Theresa May, obrigada a adiar a votação ao acordo que trouxe de Bruxelas, admitindo assim, o fracasso do seu plano político.

A Senhora May, cada vez mais encurralada, empurra para a frente o seu destino, tentando ganhar tempo, buscando um "milagroso" momento, que na minha opinião, já não chegará.

Talvez um novo referendo, seguido de eleições legislativas, seja a única solução para um Reino Unido, traído por ideólogos populistas que deixaram, como seu legado, o Caos.

Do outro lado do Canal da Mancha, encontramos Emmanuel Macron, alguém que, num determinado momento, trouxe esperança e encantamento, sabendo potenciar com os seus discursos, a vontade de uma mudança capaz revitalizar a Sociedade Francesa, sem radicalismos.

A sua vitória trouxe acalmia e tranquilidade, afastando o cenário Le Pen do Eliseu, no entanto, como na altura escrevi, esta seria a última oportunidade dos Democratas Franceses e Europeus, afastarem Marine Le Pen do poder, se falhassem ou defraudassem as pessoas, nada mais restaria...

E de facto, Macron está a desiludir.

Está, em certa medida, a trilhar o mesmo rumo de Hollande, carregando consigo a mesma imagem de incapacidade e de plasticidade.

O seu discurso ao País, foi no mínimo desastroso, incompreensível, desgarrado e cobarde.

Depois deste discurso de Macron, será difícil não escrever, que o poder parece estar na "rua".

Promessas de aumento salarial, ao estilo "Venezuela", deixando no ar uma sensação atabalhoada e assustadora, numa das maiores economias Europeias, Mundiais.

E poderá ser esse sentimento de "anarquia" política e ideológica, a reforçar aqueles que fazem do autoritarismo demagogo a sua arma.

Cedendo, cedendo, cedendo....

Parece ser esta a palavra de ordem tanto no Reino Unido, como em França, num desesperado e derradeiro acto.

Enfim, um mesmo sentimento dos dois lados do Canal da Mancha...

Uma infinita e profunda desilusão.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

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