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Caneca de Letras

07.10.18

 

A primeira volta Brasileira confirmou dois cenários...

O primeiro: 

A vantagem cada vez mais crescente de Jair Bolsonaro, o que devo expressar espanta os neurónios que dentro de mim habitam.

Em segundo:

A continuidade no processo eleitoral do PT com Fernando Haddad.

Este é verdadeiramente o cenário mais arrepiante para o futuro do Brasil, entre um PT repleto de corrupção, submerso nesse passado de "ladrões"  profissionais que usaram a política para criar uma estrutura de "cunhas" e "compadrios" que levou o País a esta espécie de beco sem saída onde se encontra e um populista xenófobo, misógino, violento, homofóbico.

Bolsonaro é um pouco o reflexo de tudo isso, o desabafo "democrático", perdoem-me a ironia, de um povo cansado de tamanha violência e  pouca vergonha.

Não é caso virgem...

Se atentarmos à História, nada mais do que o desespero, aquilo que levou Alemães a apoiarem Adolf Hitler ou Russos a suportarem essa desesperante esperança que foi a Revolução Russa.

As Gentes diante desse momento, o desespero, voltam-se para onde lhes aponta a revolta, para onde lhes surge a vontade maior de dizer não.

Bolsonaro aporta na sua candidatura, não só os populistas radicais mas sobretudo os anti-PTistas, gente imensamente determinada em rejeitar o PT de Lula, de Dilma, enfim desse passado carregado de Mensalão, de Petrobrás e de muito mais...

Não sei em que acreditar, temendo que o futuro desse Brasil sem a "Ideologia" de que tanto Cazuza poetizava, possa ser o abismo.

E recordando novamente Cazuza...

"O tempo não pára"...

Não pára não.

E esse será o preço a pagar, quer ganhe um corrupto ou um populista.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

05.10.18

 

É nestes momentos que a alguns lhes "salta a tampa"...

Perdoem-me a expressão mas é a melhor forma que encontrei para denominar o gesto medíocre do "pequeno" Dentinho, de seu nome:

Paulo.

O Director de Informação da RTP, resolveu publicar e depois apagar, um pedaço de cobardia carregada de arrependimento, um post onde descarrega parte do seu ressabianço, julgando e sentenciando o caso que envolve Cristiano Ronaldo.

Ele sabe que existem violações de primeira, de segunda e até de terceira, o que a julgar pela linguagem escolhida por si naquele inenarrável texto, deverá ter aprendido em algum bordel.

Ou talvez seja a linguagem inerente ao seu carácter, essa mesma com que nos resolveu presentear nessa sua reles sentença.

O que pedir a um Director de Informação?

Ao Senhor Dentinho já não lhe pediria educação, recato ou dimensão para se aperceber do cargo que ocupa...

Somente lhe pediria imparcialidade, pelo menos a necessária para que não nos apercebêssemos da sua imensa raiva incontida, em relação à figura do "Herói Nacional", segundo as suas singelas palavras.

Não sei se Ronaldo violou a dita Senhora, no entanto, atendendo ao que até agora foi provado, é tão legitimo defender essa tese como a de que tudo aconteceu de forma consentida...

Senão estamos em presença de uma questão de crença ou de fé, o que estará longe de se confundir com Justiça, por isso convirá ter a frieza e a seriedade para esperar por um veredicto baseado em provas.

Repito...

Provas!

Seria isso que esperaria de um Director de Informação e até de qualquer cidadão razoável mas na verdade não é essa a prática corrente nestes dias mediáticos que marcam a agenda pública.

E de Dentinho em Dentinho se vai revelando a triste insanidade com que se fazem julgamentos em praça pública.

No tempo da inquisição, as fogueiras acesas também tinham na assistência um sem número de Dentinhos, de dedo em riste, esperando por um sinal para começarem a vociferar, como de Juízes se tratassem.

Digno seria, o próprio, pedir a demissão de Director de Informação mas talvez a sua dignidade tenha sido apagada num qualquer post de internet.

Por tudo isto, uma simples recomendação para a redacção da RTP...

Um dentista!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.10.18

 

Sempre que te deixar cair...

Te pedirei perdão, meu coração.

Nessa ilusória estrada, caminho repleto de despojadas lembranças, várias foram as vezes que se coleccionaram as quedas, tristes e desgostosos reencontros com a amargurada realidade.

Nesse rumo, destinadamente complexo, vários foram os tropeços, esse gatinhar antes dos primeiros passos.

Mas sempre te agarrei com carinho, te protegi após cada surpreendente cadafalso.

E sempre insisti...

Sempre destemidamente te disse que valeria a pena errar, sorrindo sem receio de que possa novamente acontecer.

Pela mesma estrada, sempre pela mesma, sob o mesmo sol, o mesmo céu, nessa busca constante do que sempre habitou dentro de ti.

Parecia que nenhum outro lugar, nenhum outro dia, seria tão perfeito como aquele que acabava de nascer, repetidamente perfeito depois de mais uma noite de desilusão, repleta de feridas, impregnada de mágoas...

Mas sempre irrompia um novo dia.

Uma nova querença, esperança desse novo querer.

E repetia-se...

Renovava-se esse intenso amor, essa imensa vontade de amarrar a saudade infinitamente.

Infinitamente, como se o infinito fosse apenas uma pequena parte de ti.

Sempre que te deixar cair...

Sempre que isso acontecer...

Te pedirei perdão, meu coração.

Te pedirei repetidamente perdão, sem deixar esmorecer esse acreditar num novo amanhecer.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

03.10.18

 

Este é de facto um tema absolutamente complexo de ser analisado, no entanto, as suas conclusões terão de ser simplicíssimas...

Se Ronaldo for culpado deve ser exemplarmente condenado, sem apelo nem agravo.

Se por outro lado, toda esta situação tiver servido para um aproveitamento do seu nome, a mesma condenação deve ser exigida por quem agora grita contra o Internacional Português.

Pensei imenso em escrever ou não escrever este texto...

Não por temer dar a minha opinião, mas pelo horror amarrado a tal palavra:

Violação.

Nada deve ser mais humilhante, doloroso, destruidor para um Ser Humano do que este tipo de trauma, esta espécie de arrancar da alma, sem retorno...

Sem regresso.

Infelizmente assistimos nos dias que correm, carregados de mediatismo, a casos sem fim, muitos deles esmagadores exemplos de crueldade, em contraponto com alguns outros de duvidosa credibilidade e que dirigidos a figuras públicas se envolvem de um carácter condenatório, antes de qualquer prova, de qualquer confirmação.

Este pormenor não é de somenos importância quando estamos perante pessoas, com tudo o que isso significa e implica.

Já ouvi diversas versões sobre essa "louca" noite de Ronaldo...

Sobre se a jovem em questão anuiu ou não a ter sexo com Ronaldo, se aceitou algumas coisas e se recusou a fazer outras, se ele insistiu ou não, se a forçou ou não, se estava acompanhada por uma amiga que nada ouviu ou simplesmente estava sozinha.

Tantas e tantas versões...

Ainda sobra uma questão:

Ronaldo pagou o seu silêncio?

Se sim, porquê?

Para silenciar uma noite de sexo consentida ou para silenciar um abuso que lhe poderia destruir a carreira?

Muito honestamente e tratando-se de um dos crimes mais abjectos que podem ser cometidos importa, na verdade, não esquecer os dois lados dessa justa Justiça...

Alguém aqui merece uma esmagadora condenação, só me parece injusto decidir que parte estará submersa nessa precisa mentira, sem aguardar pelo apuramento da verdade, mesmo que essa verdade tenha sido há uma década atrás.

Por mim, espero que a verdade de Ronaldo seja confirmada, pelo carinho que nutro pela sua história e até pelo lado Lusitano da alma, mas do dano reputacional já não se livrará...

Quer seja verdade ou seja mentira.

E isto também deveria dar que pensar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

02.10.18

 

O líder da IURD deu o seu apoio a Jair Messias Bolsonaro...

Messias?

Só mesmo assim para Edir Macedo se sentir perto de algum Messias.

Perdoai-me Meu Deus por tamanha blasfémia mas não pude evitar tão previsível graçola.

No entanto, não podemos deixar de registar este apoio dado pelo líder desta poderosa Seita, perdão Igreja, com os seus Milhões de fiéis.

Mas o que poderíamos esperar de alguém que se entreteve durante décadas, a raptar criancinhas para as entregar à sua família e bispos, numa espécie de "brincadeira" de Papás e Mamãs.

Bolsonaro é detentor de ideias e frases pouco condizentes com a palavra do "Senhor", se quisermos entrar pelo lado litúrgico da coisa, como por exemplo:

" A esterilização dos pobres."

" Tive quatro filhos e ao quinto fraquejei, nasceu a minha filha."

" Só não estupro você, pois a Senhora Deputada é feia e não merece."

" O erro da Ditadura foi torturar em vez de matar."

"  É preferível um filho meu morrer num desastre do que entrar em casa com um bigodudo."

Pérolas recheadas de preconceito, boçalidade e discriminação que certamente se afiguram coadunantes com a mensagem de "Deus"...

Mais uma vez penitencio-me.

É neste lamaçal de corrupção, crápulas, pseudos Messias e vendedores da banha da cobra que está submerso esse imenso Brasil, o mesmo cantado por Cazuza ou Caetano, por Roberto Carlos ou Elis Regina, nos pés de Péle ou Garincha, nas letras de Drummond de Andrade ou Vinicius de Moraes, na pena desenhada de Óscar Niemeyer.

É esse mesmo Brasil que sorri a cada graça de Jô Soares ou da genialidade da Porta dos Fundos...

Esse mesmo Brasil que tantos, como eu, aprenderam a amar.

Nesta mistura repleta de degredo Humano ou político, resta-nos esperar que ganhe o mal menor...

E esse não será, certamente, Jair Bolsonaro.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

01.10.18

 

Busquei o mesmo rumo de ontem, o mesmo rumo de hoje, o mesmo rumo que anteriormente se poderia fazer sentir, sentindo nessa estrada de caminhos imperfeitos, as imperfeições que esmagam a consciência, como se a consciência fosse arquivada, salpicada com esse tempero que não se esconde mais. Mas como poderia escrever um texto compassado se o que dentro de mim habita se descompassa, perdendo-se infinitamente. Desejo espaçar as linhas, sorrir intensamente mas não páram de surgir palavras compulsivamente, descontroladas na imensidão de letras e ideias. Quero mudar de linha, num texto que se agiganta, se mistura, se entrelaça sem fim, como se esse fim fosse menor do que o parágrafo de uma historia. Denso imaginar, como se a imaginação compactuasse com rótulos ou qualificações, grilhos ou prisões. E esvoaçando, por entre, repito, este desconexo texto, sobra em mim a certa incerteza de que neste conjunto de palavras...

 

Me Reencontro.

 

 

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