Infelizmente é sempre assim...
A prisão e constituição como arguido de Bruno Jacinto, funcionário do Sporting Clube de Portugal, com a função de ligação aos adeptos, entre outras, traz o caso das rescisões de contrato, por parte dos jogadores do Clube, para um patamar muito diferente.
Se conseguirem provar que funcionários do Sporting estavam a par e tiverem uma qualquer cumplicidade neste acto aberrante...
Então a possibilidade de existir justa causa ganha proporções alarmantes.
Mais ainda se por alguma razão, se verificar a participação de Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting à data dos factos.
O que espantaria?
Detesto o acéfalo vociferar, aquele que ganha dimensão através da "carneirada", habituada a repetir as palavras de ordem que são soletradas pela maioria ou pelos seus lideres.
Nunca fui assim...
Detesto pessoas assim.
Admiro quem pensa pela sua cabeça, argumenta sem receios de dar a sua opinião construtiva, baseada em factos e valores...
Foi o que sempre tentei fazer desde o dia em que vi ser eleito para presidente do "meu" Clube, um homem impreparado, boçal, com sinais de autoritarismo e trauliteiro.
Muitos dos que hoje o criticam ferozmente, foram seus discípulos fervorosos, caninamente repetindo os gritos e desmandos por ele ordenados...
Ex-presidentes acusados ou expulsos, tiques e teatros amadores, boçalidades encenadas, tiros e mais tiros repetidamente disparados contra os próprios pés.
Mas isso pouco importava pois o Marco era um canalha, o Carrilo um traidor, o Dier um palhaço e os jogadores...
Esses malandros pouco profissionais.
E aumentava o clima de terror, de uma inquietação que marcava presença em Alvalade para quem se atrevia manifestar a sua descrença contra tal "política".
"É preciso estarmos todos unidos, não criticar o Presidente..."
Ouvi tantas vezes, desde os primeiros tempos do Brunismo, apoiado pelos Sampaios e Barrosos que ainda por lá continuam, sem que por um instante se usasse a "mioleira" para compreender aquele estilo, o conteúdo, a forma e a belicosidade constante.
Por isso em momento algum tive a tentação para criticar, no geral, aqueles que rescindiram, sendo evidente que esse seria o cenário que mais me aterrorizava...
Ver partir Rui Patrício, por exemplo, foi das maiores tristezas que vivi como Sportinguista, pela estima que sempre por ele tive e também por sentir essa estima pelo Clube em cada intervenção sua, entrelaçada em cada olhar seu.
Porém chegados aqui e com a maioria daqueles que até ao fim estiveram ao lado do Brunismo, a esmagadora maioria, numa encapotada "Gestapo" das massas, transformados agora em empedernidos críticos desse tempo...
Resta não esquecer todo o caminho e jamais cometer os mesmos erros.
O Bruno Jacinto deve ser mais ou menos uma espécie dos "Barbinis" da actualidade, sem nada para acrescentarem a não ser o seu poder entre as claques e os seus batalhões de plantão.
Lutarei sempre contra esse lado que nos sufoca e torna menores...
Inferiores ao sonho idealizado por aqueles que nos fundaram.
Viva o Sporting.
Filipe Vaz Correia